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Cinco animações que não se destinam ao público infantil Clube dos Cinco

O Dia das Crianças está chegando e é quando gostamos de celebrar a doce inocência de garotos e garotas com clássicos da animação como Aladdin (1992), O Rei Leão (1994) e Toy Story (1995). Mas, como sabemos, nem todo filme animado se destina aos pequenos. Pensando nisso, a coluna Clube dos Cinco escolheu alguns exemplos de produções que podem ser mais apreciadas por um público adolescente ou adulto, porque apresentam um conteúdo mais sério ou simplesmente não têm barreiras ao tratar de sexo e violência.

 

SOUTH PARK: MAIOR, MELHOR E SEM CORTES
South Park: Bigger Longer & Uncut, 1999
Diretor: Trey Parker

Crianças aprendendo palavrões com um filme canadense, médicos que substituem o coração de um garotinho por uma batata e Saddam Hussein obcecado por sexo com um delicado Satã. Não há limites para o humor do longa-metragem baseado na controversa série animada criada por Trey Parker e Matt Stone.

Na trama, os garotos Stan, Kyle, Kenny e Cartman vão ao cinema para assistir ao novo trabalho proibido para menores da dupla Terrance e Phillip. Ao ver o quarteto corrompido pelas imoralidades da produção, a mãe de Kyle inicia uma campanha que desemboca em um opressivo método de controle das obscenidades (parecido com o tratamento Ludovico de Laranja Mecânica) e em uma sangrenta guerra que pode causar a destruição do mundo. South Park provavelmente não agrada todos os gostos, mas não deixa de ser uma poderosa sátira sobre as consequências negativas da censura, além de fazer comentários políticos e sociais pertinentes. Indicado ao Oscar de Melhor Música por "Blame Canada", o filme recebeu elogios da crítica especializada e arrecadou 83 milhões de dólares ao redor do mundo.

 

UMA GRANDE AVENTURA
Watership Down, 1978
Diretor: Martin Rosen

Nesta animação visceral, o sensitivo coelho Fiver tem uma visão sinistra e assustadora de um campo coberto de sangue. Após uma inútil tentativa de convencer o líder do grupo a respeito do perigo iminente, ele e seu irmão Hazel (dublado por John Hurt) partem com seus seguidores em uma viagem perigosa e violenta, lidando não apenas com a constante ameaça da intervenção humana, mas com animais predadores e até mesmo com alguns inimigos de sua própria espécie. Chegando ao novo habitat, não se veem livres de conflitos e diferenças entre os aparentemente inofensivos bichinhos da floresta, que se observados mais de perto, também possuem medos, inseguranças e a habilidade (humana) de causar o mal.

O filme marcou a estreia na direção de Martin Rosen, que em seguida fez o igualmente chocante Os Cães Plagueados (1982), animação sobre dois cachorros que são caçados após fugirem de um laboratório que realiza cruéis experimentos em animais.

 

O GATO FRITZ
Fritz the Cat, 1972
Diretor: Ralph Bakshi

Criado pelo desenhista Robert Crumb (que infelizmente não gostou da adaptação cinematográfica), Fritz é um gato tarado e extrovertido, sempre perseguido por policiais suínos e corvos negros. Ele escapa da faculdade para perambular pelas ruas periféricas e violentas de Nova York, onde se envolve em confusões e desfruta de explícitos bacanais com gatinhas também antropomorfizadas e intensas experiências psicodélicas. Ofensivo, satírico, imoral e politicamente incorreto, mesmo no contexto de rebeldia acentuada e liberação sexual dos anos 60, O Gato Fritz foi a primeira animação que recebeu a classificação X nos Estados Unidos por ser imprópria para menores de 18 anos.

Em entrevista ao site The Guardian, o diretor Ralph Bakshi disse que o filme, apesar de ter sido bem lucrativo para os padrões do universo underground, despertou várias reações negativas: “Eu estava me dirigindo aos mais jovens, às pessoas que conseguiam aceitar novas ideias. Não queria me dirigir ao mundo todo. Para aqueles que amaram a animação, ela foi um grande sucesso, [mas] todas as outras pessoas queriam me matar”.

 

QUANDO O VENTO SOPRA
When the Wind Blows, 1986
Diretor: Jimmy T. Murakami

O casal de velhinhos britânicos Jim e Hilda Bloggs se abriga de um ataque nuclear em sua casa de campo. Mantendo a fé no governo e com algumas memórias românticas da Segunda Guerra Mundial, eles sobrevivem à explosão... Mas por quanto tempo? Diálogos humildes e inocentes como "o bolo vai queimar" ecoam durante os momentos antes da destruição. Nesta animação triste e devastadora, as lembranças do casamento e de momentos lúdicos no parque e na praia se esvaem completamente após o trágico acontecimento.

Desenvolvido a partir da graphic novel de Raymond Briggs (e roteirizado pelo próprio autor), Quando o Vento Sopra foi dublado por Peggy Ashcroft (Passagem para a Índia) e John Mills (A Filha de Ryan) e conta com uma tocante trilha sonora formada por músicas de Roger Waters, Genesis e David Bowie. Além disso, a animação fez parte de uma série de filmes sobre bombas atômicas e guerras nucleares que foram lançados na década de 1980, como Silkwood - O Retrato de uma Coragem (1983), Jogos de Guerra (1983), Catástrofe Nuclear (1984) e Jogos Fatais (1986).

 

AKIRA
1988
Diretor: Katsuhiro Ôtomo

Katsuhiro Ôtomo teve a rara oportunidade de dirigir a adaptação cinematográfica de algo que ele próprio realizou: o aclamado mangá Akira. Na história ambientada em uma distópica versão da cidade de Tóquio, em 2019, Kaneda é líder de uma gangue de motoqueiros e precisa salvar seu amigo Tetsuo, que se envolveu com experiências de um projeto governamental secreto e agora apresenta destrutivos e perigosos poderes. Nesse processo, Kaneda pede ajuda a vários grupos, como ativistas contra o governo, políticos gananciosos, cientistas irresponsáveis e implacáveis forças militares.

Com referências a outros clássicos da ficção científica como Metrópolis (1927), Stalker (1979) e Blade Runner, o Caçador de Androides (1982), o anime consegue ser violentamente sangrento e surreal, ao mesmo tempo em que impressiona pelo visual e pelo sofisticado roteiro. Além disso, influenciou diferentes artistas e abriu caminho para que mais animações japonesas pudessem ser conhecidas e apreciadas em outros países.

 

Menções Honrosas

* A Revolução dos Bichos (1954), de Joy Batchelor e John Halas
* Planeta Fantástico (1973), de René Laloux
* A Vergonha da Selva (1975), de Picha e Boris Szulzinger
* Wizards (1977), American Pop (1981) e Fire and Ice (1983), de Ralph Bakshi
* Heavy Metal: Universo em Fantasia (1981), de Gerald Potterton
* Túmulo dos Vagalumes (1988), de Isao Takahata
* O Fantasma do Futuro (1995), de Mamoru Oshii
* Beavis and Butt-head Conquistam a América (1996), de Mike Judge, Mike de Seve, Brian Mulroney e Yvette Kaplan
* I Married a Strange Person! (1997), de Bill Plympton
* Perfect Blue (1997) e Paprika (2006), de Satoshi Kon
* Princesa Mononoke (1997), de Hayao Miyazaki
* Waking Life (2001) e O Homem Duplo (2006), de Richard Linklater
* Animatrix (2003), de Peter Chung, Andrew R. Jones, Yoshiaki Kawajiri, Takeshi Koike, Mahiro Maeda, Kôji Morimoto e Shinichirô Watanabe
* Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock'n'Roll (2006), de Otto Guerra
* Persepolis (2007), de Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi
* Valsa com Bashir (2008), de Ari Folman
* Mary e Max: Uma Amizade Diferente (2009), de Adam Elliot
* The Haunted World of El Superbeasto (2009), de Rob Zombie
* Chico & Rita (2010), de Tono Errando, Javier Mariscal e Fernando Trueba
* A Pequena Loja de Suicídios (2012), de Patrice Leconte

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