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Cinco filmes sobre diretores de cinema Clube dos Cinco

Em homenagem ao lançamento de Pasolini, drama que tem Willem Dafoe interpretando o cineasta e poeta italiano Pier Paolo Pasolini (Saló ou 120 Dias de Sodoma), preparamos uma coluna com filmes que apresentam o lado pessoal e profissional de diretores de cinema. Mas há um detalhe: focamos apenas nas produções que tratam de personalidades reais (portanto, longas como Dirigindo no Escuro ficaram de fora).

 

CHAPLIN
1992
Diretor: Richard Attenborough

Chaplin traz uma conveniente dramaticidade para a vida narrada na autobiografia do extraordinário ator e autor do cinema clássico, Charles Chaplin, inglês de origem humilde que chegou aos Estados Unidos munido apenas de sonhos na bagagem e construiu um nome insubstituível na história. Protagonizado por Robert Downey Jr. (Homem de Ferro), que reproduziu com habilidade os principais trejeitos do cômico e estabanado Chaplin, o filme é estrelado ainda por Dan Aykroyd, Kevin Kline, Diane Lane, Milla Jovovich, James Woods e Anthony Hopkins (como um personagem fictício), além do trunfo da participação de Geraldine Chaplin (filha de Charles) interpretando sua avó na vida real.

Além de mostrar os bastidores de produções como Luzes da Cidade (1931) e O Grande Ditador (1940), a trama também aborda a conturbada e controversa vida pessoal do cineasta, incluindo seus vários relacionamentos amorosos e suas opiniões políticas que forçaram sua saída do país sob acusação de "atividades anti-americanas".

 

ED WOOD
1994
Diretor: Tim Burton

Nesta bela homenagem ao persistente Edward D. Wood Jr., Tim Burton apresenta inspiradas e fidedignas cenas de bastidores, detalhes da vida pessoal – obtidos na biografia Nightmare of Ecstasy (1992), de Rudolph Grey – e uma crítica, mas primorosa montagem, elevando a obra do diretor considerado o pior da história do cinema a outro patamar.

Com um orçamento maior do que o de todos os longas juntos da filmografia do infame cineasta, Ed Wood foi premiado no Oscar pela atuação de Martin Landau como Bela Lugosi (primeiro concedido a atores interpretando atores) e pela impressionante maquiagem, que garantiu uma caracterização impecável dos personagens, aprovados inclusive por Bela Lugosi Jr. (apesar de alegar que seu pai não falava palavrões) e por Kathy Wood (esposa de Edward).

Johnny Depp protagoniza a trama ao lado de Sarah Jessica Parker, Patricia Arquette, Bill Murray e Vincent D'Onofrio em uma memorável participação como Orson Welles. O filme traz referências a Drácula (1931), Cidadão Kane (1941) e outras produções, além de Glen ou Glenda? (1953), A Noiva do Monstro (1955) e Plano 9 do Espaço Sideral (1959), reconstituídos quase quadro a quadro em algumas sequências.

 

HITCHCOCK
2012
Diretor: Sacha Gervasi

Por falar em reconstituição quadro a quadro, enquanto Psicose (1998), de Gus Van Sant, prende-se ao filme original sem, no entanto, obter um resultado impactante, Hitchcock se atém aos bastidores da produção do longa de 1960, chamando atenção das novas gerações para uma das principais obras do britânico Alfred Hitchcock.

Na pele do mestre do suspense, Anthony Hopkins (O Silêncio dos Inocentes) foi elogiado por uns e criticado por outros, mas Scarlett Johansson como Janet Leigh e James D'Arcy como Anthony Perkins são certamente convincentes. A trama delimita um recorte interessante, o auge do processo criativo do cineasta em meio a rumores de aposentadoria e crise no casamento, e mostra a importância de sua esposa e montadora Alma Reville (Helen Mirren), que com suas escolhas influenciou significativamente no resultado final da adaptação de um romance antes fadado ao fracasso.

 

RKO 281
1999
Diretor: Benjamin Ross

Produzido pelos irmãos Ridley e Tony Scott, RKO 281 retrata a trajetória do cineasta Orson Welles, interpretado por Liev Schreiber (X-Men Origens: Wolverine), para realizar aquele que é considerado por muitos o melhor longa da história do cinema: Cidadão Kane (1941). Após um início de carreira impactante (que incluiu a famosa transmissão radiofônica de Guerra dos Mundos, de H. G. Wells), o jovem e prodígio diretor não teve dificuldades em ser aceito por Hollywood. Durante um jantar na mansão do milionário William Randolph Hearst (James Cromwell), Welles discutiu com o anfitrião e teve a ideia para seu primeiro filme, que também contou com o envolvimento do corroteirista Herman Mankiewicz (John Malkovich), do produtor George Schaefer (Roy Scheider) e do diretor de fotografia Gregg Toland (Liam Cunningham). A história foi mantida em sigilo, mas quando Hearst descobriu as intenções de Welles, começou uma campanha para que o longa nunca fosse exibido.

Apesar do título ruim (281 era o número de produção de Cidadão Kane e RKO era o estúdio que contratou Welles), RKO 281 venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme para Televisão. Na cena abaixo, o diretor usa um machado para provar para Toland que nada é impossível.

 

QUE VIVA EISENSTEIN! - 10 DIAS QUE ABALARAM O MÉXICO
Eisenstein in Guanajuato, 2015
Diretor: Peter Greenaway

Protagonizado pelo finlandês Elmer Bäck, o longa apresenta os 10 dias em que o diretor russo Sergei M. Eisenstein (O Encouraçado Potemkin) passou na cidade de Guanajuato (México), em 1931, após ser rejeitado pelos Estados Unidos e decidir realizar o filme Que viva México! com ajuda financeira de simpatizantes comunistas norte-americanos. O projeto retrataria a cultura do país, mas acabou não sendo terminado por causa de diversos problemas, como a falta de dinheiro e o pedido da União Soviética pela volta imediata de Eisenstein. Mesmo com as dificuldades, o cineasta passou por experiências que foram cruciais para a sua vida e para seus trabalhos seguintes, que ficaram um pouco mais simpáticos à condição humana. Com irreverência e energia, a história também trata abertamente de sua suposta homossexualidade. “O México é lírico e terno, mas também é brutal”, declarou na época.

O cineasta britânico Peter Greenaway gostou tanto da experiência de rodar o longa que já planeja The Eisenstein Handshakes para 2016. A trama focará nos escritores, pintores, críticos, teóricos, filósofos, compositores e outras figuras importantes encontradas pelo russo em suas várias viagens, principalmente para a Suíça.

 

Menções Honrosas

* Vigo (1998), de Julien Temple
* Deuses e Monstros (1998), de Bill Condon
* A Sombra do Vampiro (2000), de E. Elias Merhige
* O Aviador (2004), de Martin Scorsese
* Fade to Black (2006), de Oliver Parker
* Poucas Cinzas: Salvador Dalí (2008), de Paul Morrison
* Eu e Orson Welles (2008), de Richard Linklater
* Sete Dias com Marilyn (2011), de Simon Curtis
* A Garota (2012), de Julian Jarrold
* Cortinas Fechadas (2013), de Jafar Panahi e Kambuzia Partovi
* Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013), de John Lee Hancock

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