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Cinco cineastas que apostaram em seus protagonistas Clube dos Cinco

O thriller Aposta Máxima provou ser uma das jogadas mais arriscadas do ano. O filme, protagonizado pelos astros Justin Timberlake e Ben Affleck, custou US$ 30 milhões e foi muito mal nas bilheterias americanas, arrecadando apenas US$ 7,6 milhões no primeiro fim de semana (a bilheteria mundial, porém, já cobriu os gastos), sem falar na péssima avaliação dos críticos.

Nossa equipe se inspirou no título do filme para esta edição do Clube dos Cinco e listou cinco cineastas que apostaram em atores novatos. Alguns foram bem-sucedidos, outros não deslancharam. Confira quem são eles:

 

Deu certo: Francis Ford Coppola e Al Pacino, O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972) – por Antônio Tinôco

Quem assiste à interpretação poderosa de Al Pacino em O Poderoso Chefão não imagina que o ator quase não foi Michael Corleone.

O diretor Francis Ford Coppola (Apocalypse Now), que queria alguém de aparência siciliana para fazer o filho de Don Vito, teve que lutar para manter Pacino no elenco. Na época, a Paramount argumentou que o ator não era conhecido pelo grande público e que seria melhor contratar alguém como Ryan O'Neal (Barry Lyndon) ou Robert Redford (Leões e Cordeiros). Coppola recusou a proposta e James Caan (Louca Obsessão) foi cotado para ser o mafioso.

Mesmo se saindo mal nos testes de elenco realizados, Al Pacino acabou sendo contratado como protagonista após a Paramount ver seu trabalho no longa Os Viciados (de Jerry Schatzberg, 1971). Com isso, Caan ganhou o papel de Sonny Corleone, Coppola dirigiu sua obra-prima e Pacino fez o primeiro papel de destaque na sua carreira de sucessos.


Deu errado: George Lazenby em 007 – A Serviço Secreto de Sua Majestade (On Her Majesty's Secret Service, 1969) – por Luísa Gomes

Quando falamos sobre a franquia 007 é quase imediata a associação com os nomes de Sean Connery, Roger Moore, Daniel Craig e até mesmo o de Pierce Brosnan. É justamente nisso que reside o fracasso de George Lazenby como o agente britânico mais famoso do cinema: a falta de identificação.

Quando Connery desistiu de viver James Bond em 1968, após estrelar cinco filmes, o produtor Albert Broccoli decidiu apostar em Lazenby em A Serviço Secreto de Sua Majestade, de 1969, dirigido por Peter Hunt. Até então, o ator australiano só havia tido pequenos papéis em comerciais para TV. A aposta falhou e o próprio Lazenby anunciou que não voltaria a viver Bond devido a divergências com os produtores. No filme seguinte, Os Diamantes São Eternos, de 1971, Connery voltou para o alívio dos fãs da franquia (alívio que não duraria muito tempo, já que Connery voltou a abandonar o papel para o próximo longa).

Depois do fracasso, Lazenby não teve mais nenhum papel de destaque no cinema. Ele quase contracenou com Bruce Lee em O Jogo da Morte, mas a morte prematura de Lee, em 1973, mudou todos os planos da produção. Mais tarde, seu filme de maior sucesso foi Anjos Assassinos, em 1994, mesmo assim atuando como coadjuvante. Ele também esteve na franquia erótica Emmanuelle, nos anos 90, e parodiou 007 em diversas ocasiões. 

 

Deu certo: Steven Spielberg e Whoopi Goldberg, A Cor Púrpura (The Color Purple, 1985) – por Renato Silveira

Spielberg é conhecido por revelar talentos juvenis, especialmente atores mirins – Christian Bale e Drew Barrymore que o digam. Mas em A Cor Púrpura, a aposta do cineasta foi em uma veterana dos palcos. Whoopi Goldberg vinha de uma bem-sucedida carreira como comediante e chegou à Broadway a convite do também cineasta Mike Nichols (Closer: Perto Demais), em 1984. Spielberg tomou conhecimento do sucesso da atriz e, depois de se encantar com sua performance, decidiu chamá-la não apenas para participar de seu próximo filme (seu primeiro drama após uma série de blockbusters), mas para protagonizá-lo.

Em A Cor Púrpura, adaptação do premiado livro de Alice Walker, Goldberg interpretou Celie Harris, uma mulher negra que sofreu abusos no início do século 20, no Sul dos Estados Unidos. Não foi o primeiro filme de Whoopi, que já tinha participado da produção independente Citizen, em 1982. Porém, foi em A Cor Púrpura que ela despontou e conseguiu, logo de cara, uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

A partir daí, Whoopi tornou-se uma das atrizes mais requisitadas de Hollywood, vindo a ganhar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante em 1991, por Ghost: Do Outro Lado da Vida. Ao longo de sua carreira, protagonizou sucessos como Mudança de Hábito (1992) e Corina, uma Babá Perfeita (1994), além de ter conseguido um papel recorrente em Jornada nas Estrelas: A Nova Geração, como Guinan (ela afirma ter decidido se tornar atriz na infância quando viu Nichelle Nichols interpretar Uhura, na série original).

Whoopi anda sumida das telas, tendo atuado, nos últimos anos, apenas em produções menores e séries de TV, além, de ter feito dublagem em animações, como Toy Story 3, e filmado algumas pontas, como em Os Muppets. No ano que vem, porém, ela poderá ser vista na nova versão de As Tartarugas Ninja.

 

Deu errado: Terrence Malick e Q'orianka Kilcher, O Novo Mundo (The New World, 2005) – por Antônio Tinôco 

Por ser filha de um pai descendente de indígenas da etnia Quechua/Huachipaeri, Q'orianka Kilcher parecia perfeita para o papel de Pocahontas, no filme O Novo Mundo.

A escalação da atriz se concretizou quando ela foi escolhida pela produção do cineasta Terrence Malick (Cinzas no Paraíso). O diretor testou duas mil pessoas para o lugar da protagonista, mas preferiu apostar na iniciante Kilcher, que tinha apenas 14 anos de idade na época. 

Mesmo conquistando alguns prêmios pela interpretação na trama, a atriz não viu o longa ser um sucesso de crítica e público. Após O Novo Mundo, ela conseguiu papéis de pouco destaque em filmes como Princess Ka'iulani e O Poder de Alguns. Atualmente, está envolvida com instituições de caridade e ativismo.

 

Deu certo: Alfred Hitchcock e Tippi Hedren, Os Pássaros (The Birds, 1963) – por Luísa Gomes

Vários boatos estão por trás das escalações de Alfred Hitchcock (Psicose) para sua filmografia, mas a de Tippi Hedren em Os Pássaros talvez seja uma das mais polêmicas. Hedren teve sua primeira oportunidade de atuação nas telonas depois de pedir o papel para Hitchcock ao perceber que sua carreira como modelo estava em declínio.

A aposta do diretor rendeu uma atuação que convenceu muita gente no filme de 1963 sobre um misterioso ataque de pássaros em uma cidade do interior dos Estados Unidos. O trabalho agradou tanto Hitchcock, que ele voltou a firmar parceria com Hedren em 1964 com Marnie, Confissões de uma Ladra, no qual ela estrelou ao lado de Sean Connery, em alta com a franquia 007.

As diversas polêmicas envolvendo a relação de Hitchcock com Hedren foram abordadas no longa feito para TV A Garota, no qual Sienna Miller (Casanova) e Toby Jones (Jogos Vorazes) interpretam atriz e diretor e mostram os diversos supostos conflitos.

Mãe de Melanie Griffith, Tippi ainda aparece regularmente nas telas. Alguns de seus trabalhos posteriores incluem Ruth em Questão (1996), de Alexander Payne, e Huckabees: A Vida é Uma Comédia (2004), de David O. Russell.

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