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Cinco trilhas sonoras que usam covers de músicas famosas Clube dos Cinco

Para sua versão de O Grande Gatsby, o diretor Baz Luhrmann preparou uma trilha sonora recheada de covers de músicas contemporâneas. "Back to Black", de Amy Winehouse, agora é interpretada por Beyoncé. Em contrapartida, "Crazy in Love", famosa na voz de Beyoncé, no filme ganha versão por Emeli Sandé acompanhada da Bryan Ferry Orchestra. Isso para não falar de "Love Is Blindness", do U2, que foi regravada por Jack White.

O uso de covers não é novidade nos filmes de Luhrmann, que fez o mesmo em Vem Dançar Comigo, Romeu + Julieta e, com mais expressão, em Moulin Rouge – Amor em Vermelho. E o cineasta australiano não está sozinho: vários outros diretores contam com covers embalando seus filmes e o Clube dos Cinco relembra alguns dos mais recentes, além de um clássico eterno.

A Vida Marinha com Steve Zissou (The Life Aquatic with Steve Zissou, 2004) – por Renato Silveira

Uma das características mais marcantes dos filmes de Wes Anderson é a trilha sonora selecionada a dedo pelo cineasta, quase sempre contendo canções melancólicas de rock clássico e folk. Para A Vida Marinha com Steve Zissou, filme de 2004 que seguiu Os Excêntricos Tenenbaums (2001), Anderson adicionou um elemento surpresa: o cantor e compositor brasileiro Seu Jorge foi convidado não apenas para integrar o elenco como também para colaborar na trilha.

O personagem de Seu Jorge é Pelé dos Santos (nem precisamos explicar a referência, certo?) e faz parte da tripulação do barco do personagem-título, vivido por Bill Murray. Como todo personagem criado por Anderson tem sua peculiaridade, o de Seu Jorge pega o violão e faz covers em português de músicas de David Bowie. Apenas algumas são ouvidas no filme, mas existe um álbum completo com as versões de clássicos como “Rebel, Rebel”, “Ziggy Stardust”, “Changes”, “Life on Mars?” e “Suffragette City” para quem gostar.

Ouça aqui.

Godzilla (1998) – por Heitor Valadão

Por mais que, historicamente, a era da internet tenha começado há muito pouco tempo, já estamos tão acostumados a essa poderosa ferramenta que é difícil assistir a um filme como As Vantagens de Ser Invisível (2012) e ver uma turma de adolescentes penando para conseguir descobrir que música tocou no rádio determinado dia. Hoje, com meia dúzia de palavras do refrão, uma pesquisa no Google rapidamente resolve o problema. Tudo bem que parece meio irreal não conhecer "Heroes", de David Bowie, mas quantas pessoas ouviram a canção pela primeira vez durante os créditos de Godzilla? A mesma situação se aplica, mesmo que ali seja uma versão tocada pelo The Wallflowers, que tem o filho de Bob Dylan, Jakob, nos vocais.

Se o filme não foi o sucesso esperado pela Columbia Pictures, que investiu pesado em publicidade esperando o mesmo sucesso de Independence Day, pelo menos sua trilha sonora tocou incessantemente nas rádios e vendeu milhares de cópias em CD. Não apenas pelo cover de Bowie, mas também por "Come With Me", de Sean “Puff Daddy” Combs, com parceria do lendário guitarrista Jimmy Page. A canção contém um sample de "Kashmir", do Led Zeppelin, que marcou muito mais que as letras do rapper.

Ouça aqui.

Millennium: Os Homens que Não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo, 2011) – por Luísa Teixeira de Paula

Assinada por Trent Reznor e Atticus Ross (ambos de A Rede Social), a trilha sonora de Millenium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (2011) é, além de marcante, extensa: são, ao todo, 39 músicas produzidas especialmente para o longa, em um total de quase três horas de duração. No meio de tantas canções originais, doiscovers se destacam: "Immigrant Song", música original do Led Zeppelin, e "Is Your Love Strong Enough?", de Bryan Ferry.

A primeira canção – interpretada nesta versão por Karen O., da banda Yeah Yeah Yeahs em parceria com Reznor e Ross – está logo nos créditos iniciais do filme e marca a maneira com que a narrativa se desenvolverá a partir dali. O visual e a trilha da abertura funcionam como uma prévia do que acontece na vida da protagonista Lisbeth Salander: as mesmas turbulências, nebulosidades e certas urgências que marcam o cover da música da banda londrina podem ser observadas ao longo da trama.

"Is Your Love Strong Enough?", por sua vez, já havia aparecido , em sua versão original, na trilha de outro filme: A Lenda, de Ridley Scott. Vinte e seis anos depois, regravada pela banda How To Destroy Angels – que tem Reznor e Ross em parceria com Mariqueen Maandig –, a música aparece no final deste primeiro volume da trilogia baseada nos livros de Stieg Larsson. Da mesma maneira que "Immigrant Song", a canção tem a cara do filme por ser muito mais sombria que sua versão original e marcar a maneira com que o relacionamento entre Lisbeth e Mikael Blomkvist se desenvolve ao longo do tempo.

De acordo com Reznor, em um post do site oficial do projeto, “durante esse processo [os 14 meses em que a trilha sonora foi produzida] acabamos criando algumas das músicas mais belas e perturbadoras de nossas carreiras”. O mesmo pode-se dizer do filme, que mostra de forma incrível como o uso de uma boa trilha sonora pode fazer a diferença em uma narrativa cinematográfica.

Ouça aqui.

Johnny e June (Walk the Line, 2005) – por Luísa Gomes

A vida do cantor Johnny Cash pode ser resumida em uma palavra: intensa. Dono de um talento único para música, Johnny se envolveu em um vício profundo com as drogas e quase jogou fora sua carreira promissora. A história de altos e baixos do cantor referência no folk chamou a atenção do diretor James Mangold (Garota, Interrompida).

Em 2005, Joaquin Phoenix e Reese Witherspoon estrelaram Johnny e June, cinebiografia que traz a vida de Cash sob perspectiva de sua relação com a esposa e companheira musical June Carter. As músicas cantadas no longa são de diferentes épocas da carreira de Cash e foram interpretadas por Phoenix e Witherspoon. A atuação incrível do casal rendeu um Oscar de Melhor Atriz para Reese e uma indicação para Joaquin.

As músicas de Johnny Cash servem de pano de fundo para uma história de amor baseada na paciência, compreensão e compaixão de Johnny e June.

Ouça aqui.

Como Se Fosse a Primeira Vez (50 First Dates, 2004) – por Renato Silveira

Comédias estreladas e produzidas por Adam Sandler geralmente são sinônimo de mau gosto. Como Se Fosse a Primeira Vez tem seus elementos dispensáveis – Rob Schneider, claro, é um deles – mas é um dos raros filmes do comediante que se sobressai por ter um bom roteiro. Além disso, a trilha sonora é ótima e conta com covers de vários hits dos anos 80 adaptados ao clima havaiano do filme, variando entre o reggae e o ska.

Na trilha, você encontra versões das baladas “Every Breath You Take” (The Police), “Drive” (The Cars), “True” (Spandau Ballet) e “Slave to Love” (Bryan Ferry), além de duas canções do The Cure: “Friday I’m in Love” e “Lovesong”.

Ouça aqui.

Mais cinco trilhas com covers

Uma Lição de Amor (I Am Sam, 2001): Neste drama estrelado por Sean Penn, Michelle Pfeiffer e Dakota Fanning, dirigido por Jessie Nelson, o repertório dos Beatles ganha covers por artistas como Aimee Mann, Sarah McLachlan, Rufus Wainwright, The Wallflowers, Eddie Vedder, Ben Harper, Sheryl Crow, Nick Cave, entre outros. Ouça aqui

O quarteto de Liverpool também teve várias de suas mais famosas canções regravadas para o musical Across the Universe (2007), dirigido por Julie Taymor, que usa as letras das músicas como parte da narrativa. O próprio elenco, liderado por Jim Sturgess e Evan Rachel Wood, interpreta as versões. Bono e The Edge, do U2, também participam do filme e da trilha. Ouça aqui.

Não Estou Lá (I’m Not There, 2007): Não apenas Bob Dylan ganha várias faces no filme biográfico dirigido por Todd Haynes. As músicas também ganharam diversos intérpretes para a trilha sonora. Eddie Vedder, Sonic Youth, Cat Power, Karen O, Yo La Tengo, The Black Keys e a atriz Charlotte Gainsbourg, que também é cantora, estão entre os artistas convidados para o álbum duplo. Ouça aqui.

Rock of Ages (2012): Inspirado no musical da Broadway, o filme conta com várias músicas de sucesso dos anos 80 e 90, representantes do chamado “rock farofa”. O próprio elenco, que conta com Tom Cruise, Malin Akerman, Alec Baldwin e Catherine Zeta-Jones, solta a voz em covers de “Paradise City” (Guns N’ Roses), “Hit Me with Your Best Shot” (Pat Benatar), “More Than Words” (Extreme), “I Want to Know What Love Is” (Foreigner), “Here I Go Again” (White Snake), “Any Way You Want It” (Journey), “Rock You Like a Hurricane“ (Scorpions) e muitos outros hits da época. Ouça aqui.

Watchmen (2009): A graphic novel de Alan Moore e Dave Gibbons possui diversas referências musicais, portanto o filme de Zack Snyder não poderia deixar de ter uma trilha sonora poderosa. O diretor, porém, incluiu canções que não estão na HQ e convidou a banda My Chemical Romance para gravar um cover de “Desolation Row”, de Bob Dylan, que foi lançado como single da trilha. O álbum também conta com um famoso cover: “All Along the Watchtower”, também de Dylan, na interpretação de ninguém menos que Jimi Hendrix. Outro cover clássico na trilha é o de “Pirate Jenny”, da Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht e Kurt Weill, gravada por Nina Simone nos anos 60. Ouça aqui.

Snyder voltou a usar covers em Sucker Punch – Mundo Surreal (2011). A trilha conta com versões de “Sweet Dreams (Are Made of This)” (Eurythmics), “Search and Destroy” (The Stooges), “Where Is My Mind?” (Pixies), “I Want It All” e “We Will Rock You” (Queen), “Tomorrow Never Knows” (Beatles), “Army of Me” (Björk), entre outras canções. Ouça aqui.

Cantando na Chuva (Singin’ in the Rain, 1952): Apesar de a maioria das pessoas associar a música-título e outras canções do clássico dirigido por Stanley Donen e Gene Kelly, a trilha sonora é formada por regravações de músicas que inclusive já tinham sido usadas em outros filmes. “Singin’ in the Rain”, por exemplo, é de 1929 e foi escrita pelo produtor Arthur Freed, podendo ser ouvida no musical da MGM Hollywood Revue, lançado naquele mesmo ano. Outra famosa do filme, “Good Morning”, foi escrita para “Sangue de Artista”, de 1939, onde é interpretada por Judy Garland e Mickey Rooney. Ouça aqui.

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