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Cinco naufrágios cinematográficos Clube dos Cinco

Titanic retornou aos cinemas em 3D na ocasião do centenário do naufrágio do navio que dá título ao filme de James Cameron. E este é o gancho para o nosso Clube dos Cinco, onde nossa equipe relembra cinco tipos de naufrágios cinematográficos. Está mais para filme-desastre do que para coluna, mas vamos lá!

Um filme que naufragou nas bilheterias (por Heitor Valadão)

Jan de Bont já era um requisitado diretor de fotografia quando assumiu a cadeira de diretor pela primeira vez em Velocidade Máxima. O filme, com um orçamento de apenas US$ 30 milhões, transformou Keanu Reeves e Sandra Bullock em astros da noite para o dia. O projeto seguinte de de Bont, Twister, apostou na mesma fórmula e foi um sucesso ainda maior. O diretor era considerado o novo rei dos filmes de ação. Seu ego foi às alturas, seu salário e orçamento também. Tanto que a Fox rapidamente aprovou um orçamento de US$ 160 milhões para Velocidade Máxima 2. Os executivos devem ter salivado. Afinal, um diretor de sucesso, dois astros do momento... O que poderia dar errado?

Muita coisa. Se o estúdio não percebeu que deveria ter cancelado o projeto quando Keanu Reeves recusou retornar, deveria ter reavaliado tudo quando o apagado Jason Patric tornou-se protagonista. Mas ainda restava Bullock e de Bont. Não foi o suficiente. Velocidade Máxima 2 não arrecadou nos EUA nem um terço de seu orçamento, deixando a Fox, literalmente, a ver navios.

Um estúdio que naufragou (por Renato Silveira)

Quem é fã dos filmes dos anos 80 certamente se lembra da Carolco, produtora que teve sua logo exibida antes de sucessos da década, como os três primeiros Rambo, e também em blockbusters dos anos 90, como O Vingador do Futuro, Soldado Universal, Stargate e O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final – este, o filme mais lucrativo de 1991.

Fundada por Mario Kassar e Andrew Vajna, a Carolco disse “Hasta la vista, baby” quatro anos depois. Em 1995, a companhia, que um dia chegou a ter acordos com grandes estúdios como Disney, TriStar e New Line, faliu. A culpa é atribuída aos fracassos de bilheteria de Showgirls e A Ilha da Garganta Cortada.

Após a falência, a Fox comprou a maior parte da biblioteca da Carolco. Os títulos acabaram sendo vendidos ao longo dos anos para outras companhias, como a StudioCanal, e até estúdios rivais, como Paramount e Sony – este último, que acabou realizando o grande projeto que a Carolco nunca viu sair do papel: a adaptação de Homem-Aranha, que na época seria realizada por James Cameron, coincidentemente, o diretor de Titanic.

DivulgaçãoUma atriz que naufragou (por Larissa Padron)

Ninguém espera que uma grande estrela do cinema morra precocemente. Mas é a morte acidental por afogamento de Natalie Wood, com apenas 43 anos, que a coloca nesta lista de naufrágios. Ainda mais quando o “acidental”, 30 anos após o ocorrido, ainda é questionado.

Wood começou sua carreira como estrela mirim na década de 40 e, com apenas 9 anos, sofreu um acidente no set de The Green Promise. A atriz caiu em um rio e quase morreu afogada, tendo como sequela um pulso problemático, obrigando-a a usar um bracelete por toda a vida e a declarar sempre, ironicamente, ter pavor de água.

Antes dos 20, Wood já havia estrelado grandes sucessos como Juventude Transviada, com James Dean, e Rastros de Ódio, de John Ford. Mesmo indicada ao Oscar três vezes (por Juventude Transviada, Clamor do Sexo e O Preço do Prazer), o grande sucesso da atriz ainda parece ser o musical Amor, Sublime Amor, de 1961.

DivulgaçãoDurante a década de 70, quando se casou novamente com o ator Robert Wagner (com quem já havia vivido cinco anos), a atriz foi escalada apenas para pequenos papéis e filmes para a TV. Disposta  a mudar a situação, ela aceitou protagonizar Projeto Brainstorm, de Douglas Trumbull, com Christopher Walken no elenco.

Foi durante as filmagens deste projeto que Wood decidiu chamar Walken para passar o feriado de Ação de Graças em seu iate, junto com ela e seu marido. Mas em 29 de novembro de 1981, a atriz foi encontrada afogada, vestindo uma camisola, próxima ao iate.

DivulgaçãoA morte de Wood causou um grande choque na época, mas foi considerada acidental, o que deixou muitas pessoas desconfiadas durante anos. Em 2009, o capitão no iate, Dennis Davern, lançou um livro declarando que não disse a verdade à polícia na época e que acreditava que Wagner era culpado, já que viu o casal discutindo ferozmente (por ciúmes de Walken) durante aquela noite. Davern também afirmou que Wagner deu sedativos a todos do barco no jantar anterior a morte. 

O caso foi reaberto em novembro do ano passado e Wagner e Walken foram chamados a depor novamente. No entanto, em janeiro deste ano a polícia de Los Angeles declarou não haver evidências suficientes para declarar homicídio, fechando o caso mais uma vez. Projeto Brainstorm foi lançado em 1983, mas foi um fracasso de bilheteria.

Uma carreira que naufragou (por Tullio Dias)

Dizem que quem foi rei nunca perde a majestade, mas Al Pacino é um caso sério que desafia o velho ditado popular. Estrelando O Poderoso Chefão, onde dividiu cena com Marlon Brando e James Caan, não demorou muito para ele se transformar em um dos atores mais talentosos e requisitados da década de 70 e 80. 

Mesmo com tantos sucessos de crítica, Pacino só foi conseguir o seu primeiro Oscar em 1992, por sua arrebatadora atuação em Perfume de Mulher. Anos depois, protagonizou um aguardado confronto com Robert De Niro em Fogo Contra Fogo, de Michael Mann, e seguiu mantendo uma carreira de respeito até o começo dos anos 2000, quando o navio Pacino colidiu com uma verdadeira maré de azar.

O ator começou a ter o nome estampado em produções duvidosas, como 88 Minutos, O Articulador, o infame Contato de Risco, além de um reencontro bastante esquecível com De Niro em As Duas Faces da Lei. Até parecia que o ator iria se recuperar após o filme televisivo You Don’t Know Jack, sobre o “Doutor Morte” Jack Kevorkian, que recebeu elogios rasgados da mídia especializada, mas não foi o que aconteceu.

O naufrágio de Pacino veio com Adam Sandler destruindo o seu Oscar durante uma cena de Cada Um Tem a Gêmea que Merece (inclusive com direito à piadinha: “Mas você tem vários outros, né?”). O filme se tornou o maior “vencedor” do Framboesa de Ouro, levando todas as estatuetas, inclusive uma para Pacino como Pior Ator Coadjuvante.

Não fosse a sua origem e a sua importância na história do cinema moderno, dificilmente alguém poderia apostar que Pacino seria capaz de velejar por águas perigosas sem sofrer nenhum dano. O Cinema em Cena aposta que, na segurança de um bote salva-vidas, o velho Michael Corleone, Carlito Brigante ou Scarface recuperará a sua honra e, especialmente, o respeito.

Até lá... vai um Dunkaccino aí?

Uma tecnologia que naufragou (por Renato Silveira)

O DVD revolucionou o mercado de homevideo no mundo inteiro, logo, os estúdios não queriam perder tempo para investir em um formato que pudesse tirar total proveito dos novos televisores e home theaters de alta definição que chegavam aos consumidores. E foi em 2003 que a chamada “guerra dos formatos” começou.

Primeiro, a Sony anunciou o Blu-ray. O formato e o hardware necessários para rodá-lo não foram muito bem aceitos por alguns fabricantes e estúdios, o que levou a Toshiba a anunciar um concorrente: o HD DVD, que tinha menos capacidade de armazenamento (30 gigas contra os 50 gigas do Blu-ray), mas levava vantagem em outros aspectos técnicos.

Levou um tempo até que o consumidor final pudesse decidir por si próprio qual formato era melhor. Os primeiros players e filmes em HD DVD chegaram às lojas somente em 2006. Mas, na verdade, nós nunca tivemos realmente poder de escolha. Afinal, a pressão da Sony e de seus parceiros sobre os estúdios para que eles lançassem filmes exclusivamente em Blu-ray fez o HD DVD rapidamente perder espaço na indústria. Os gigantes do varejo também começaram a rejeitar o produto até que, em fevereiro de 2008, a Toshiba anunciou o fim do formato.

A Warner Bros., um dos principais estúdios que apoiaram a Toshiba, chegou a oferecer aos consumidores, nos Estados Unidos, uma oferta para que eles trocassem seus filmes em HD DVD por suas versões em Blu-ray, pagando um preço simbólico. No Brasil, o HD DVD nunca chegou a ser oficialmente comercializado ou fabricado.

Vinheta usada pela Universal em seus títulos em HD DVD.

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