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35 anos sem o Rei do Rock Cineclipado

Na semana passada, mais precisamente no dia 17 de agosto, foram comemorados 35 anos desde que Elvis Presley morreu. Sim, quando cometo a indelicadeza de dizer “comemorados” não é por uma gafe indiscreta, mas sim para manter acesa a chama do mito em torno do Rei do Rock, afinal de contas: “Elvis não morreu!” Para homenagear um dos principais artistas da história música, e que durante muito tempo trabalhou com cinema em produções de gosto duvidoso (o próprio empresário costumava brincar que o artista nunca ganharia um Oscar, mas pelo menos estava ganhando muito dinheiro se aventurando no cinema), o Cineclipado preparou uma edição especial dedicada especialmente para o legado de Elvis Presley, com algumas homenagens e covers realizadas por outros artistas.

Elvis nasceu em 1935 e é um dos principais ícones da cultura pop do século 20. Como se não bastasse ter uma voz invejável, o cantor norte-americano chamou a atenção do público por conta de sua maneira exótica e provocante de dançar (daí a origem do apelido Elvis the Pelvis). Suas canções fizeram enorme sucesso, especialmente “Love Me Tender” (que batizou o primeiro longa-metragem do cantor, em 1956), “Jailhouse Rock”, “All Shook Up”, “Suspicious Minds”, “Bridge Over Troubled Water”, “Teddy Bear”, e tantas outras. Muitas delas acabaram entrando na trilha sonora de diversos filmes, como é o caso de “A Little Less Conversation”, que foi o tema do remake de Onze Homens e Um Segredo.

Composta originalmente para o filme Live a Little, Love a Little, de 1968, a música ganhou uma nova roupagem com alterações significativas em 2002. Junkie XL/JXL foi o primeiro artista a conseguir uma autorização oficial do espólio do cantor para remixar uma de suas canções. Se você ainda não conhece a versão original, clique aqui para ouvir. Perceba o quanto a dinâmica é diferenciada, e o quanto a versão techno tem muito mais swing e energia. Não é à toa que a faixa ganhou o topo das paradas em mais de 20 países na época de seu lançamento.

O lado romântico de Elvis Presley aparece em “Can’t Help Falling in Love”, de 1961. A música foi ouvida em Show Bar e Lilo e Stich (que tem diversas faixas do cantor na trilha sonora, diga-se de passagem), e ficou mais famosa com a cover da banda UB40 para o longa-metragem Invasão de Privacidade, estrelado por Sharon Stone e William Baldwin. O vídeo, inclusive, brinca com o conceito das câmeras de segurança usadas no thriller.

A faixa “Suspicious Minds” foi remixada em 2005 e lançada como primeiro single do álbum Viva Elvis, um tributo do Cirque Du Soleil para o cantor. Lançada originalmente em 1969, e até hoje uma das principais faixas do repertório de Elvis, já foi usada como trilha sonora de Falcão Negro em Perigo, de Ridley Scott; O Amor Custa Caro, de Joel e Ethan Coen; dentre outros filmes. Em 1986, os britânicos do Five Young Cannibals colocaram uma versão da faixa no disco de estreia. A música, que ganhou uma bela linha de baixo funkeada, foi ouvida nos filmes Dangerously Close, de 1986; e Down Twisted, de 1987.

Lidar com crises no relacionamento nunca é fácil. A situação deve ser muito mais delicada quando você é o Rei do Rock e tem que lidar com as consequências da vida na estrada e como isso afeta a vida conjugal. Elvis Presley pagou um preço alto por isso: estudante de karatê, ele insistiu para sua esposa praticar a arte-marcial. Porém, ele não esperava que Priscilla Presley acabasse indo para a cama com o instrutor. O choque abalou o cantor que, poucas semanas após o divórcio, regravou o sucesso “Always on My Mind”.

O Pet Shop Boys tocou uma versão da faixa durante o aniversário de dez anos da morte de Elvis, em 1987, e logo gravaram um vídeo, que usa várias cenas do filme It Couldn’t Happen Here, estrelado pela própria banda. Durante uma breve sequência, é possível ver um dos integrantes da banda usando um traje dourado parecido com aquelas roupas usadas por Elvis em algumas de suas apresentações. A dica é do jornalista Rodrigo James, do programa Alto Falante, e que participou do Podcast Cinema em Cena #4: Rock!  

Outros artistas também resolveram homenagear Elvis, mas de uma maneira um pouco menos convencional. Eminem fez uma pequena paródia no vídeo de “Without Me” (sugestão do amigo Eric Samuel); os californianos do Red Hot Chili Peppers homenagearam todos os ícones do rock no vídeo de “Dani California”, e claro que não poderia faltar Elvis; no entanto, o destaque ficou mesmo na voz e atuação de Robbie Williams no vídeo de “Advertising Space”.  Com caras e bocas (e penteados), o videoclipe apresenta um cantor refletindo com seu violão, enquanto se prepara para uma apresentação. Detalhe para o nome “Cylla”, no manequim com roupa de noiva, que faz uma clara alusão a ex-esposa de Elvis.

No cinema, podemos citar duas homenagens especiais: em Amor à Queima-Roupa, de Tony Scott, o Rei do Rock é colocado como o guru de Christian Slater, e aparece como uma espécie de guia espiritual que é interpretado por ninguém menos que Val Kilmer. Sua presença reforça uma ideia levantada na música “Personal Jesus”, do Depeche Mode, que fala sobre é ser o Jesus Cristo pessoal de alguém (no caso da música, a inspiração saiu da biografia de Priscilla Presley) e dar conselhos, esperança e cuidados.

David Lynch dirigiu Coração Selvagem, em 1990, e transformou Nicolas Cage em um grande entusiasta do trabalho de Elvis, que além de se vestir com jaquetas espalhafatosas, ainda mostra seus dotes de cantor ao mostrar uma performance de “Love me Tender” no encerramento do longa-metragem.

Também vale contar a curiosa história de Kurt Russell, que estreou no cinema justamente em uma produção estrelada por Elvis: It Happened at the World’s Fair, de 1963. Muitos anos depois, em 1979, o ator daria inicio a sua parceria com o cineasta John Carpenter na cinebiografia Elvis, produzida diretamente para televisão. Por coincidência do destino (ou não), Russell voltou a trabalhar com o legado de Elvis no filme 3000 Milhas Para o Inferno, onde interpretou um trapaceiro que planeja um grande golpe durante uma convenção de imitadores do Rei do Rock. Será que ele voltaria para uma possível nova cinebiografia?

P.S.: clique aqui para conferir um divertido tributo feito no filme Isto é Spinal Tap, de Rob Reiner.
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