Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
31/10/2008 | 01/01/1970 | 3 / 5 | / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
116 minuto(s) |
Dirigido por Errol Morris.
Quando as centenas de fotos expondo cenas de tortura na prisão de Abu Ghraib foram divulgadas na Internet, o mundo se viu diante de imagens que, por si só, resumiam à perfeição a insanidade e a crueldade facilitadas pelas políticas genocidas de George W. Bush e sua “guerra santa” contra o “terror”. Encobertos pela desculpa de buscar informações sobre células e ações terroristas, os militares norte-americanos ignoraram a Convenção de Genebra e passaram a tratar seus prisioneiros com uma brutalidade ímpar, recorrendo à tortura física, moral e psicológica sem qualquer puder – e, de repente, as evidências deste tratamento estavam à disposição de todos a um clique do mouse.
Mas o que aquelas fotos revelavam, precisamente? E o que não revelavam? E por que qualquer ser humano com o mínimo de bom senso (para não dizer caráter) tiraria ou posaria para aquelas fotos? São estas questões que o veterano documentarista Errol Morris busca investigar neste Procedimento Operacional Padrão. Ao contrário de tantos outros filmes sobre a guerra no Iraque, Morris não está particularmente interessado nos aspectos políticos do conflito ou nos equívocos de Bush Jr. (ao menos, não inicialmente), mas sim no contexto no qual aquelas imagens específicas foram feitas e por quê.
Sempre com seu interessante recurso de empregar um prisma diante das lentes para que os entrevistados vejam o rosto do diretor enquanto olham diretamente para a câmera (algo que fez
Argumentando que os principais atos de tortura ocorriam durante os interrogatórios e eram levados a cabo por militares de alta patente (em contraste com todos os punidos pelas fotos, que tinham baixa hierarquia), o filme procura demonstrar que, dentro de um contexto mais amplo, as imagens tiveram até um efeito positivo, já que foi somente graças a elas que os abusos
Interessante em função de sua abordagem diferenciada, Procedimento Operacional Padrão infelizmente falha ao cometer o mesmo equívoco que tenta apontar: concentrando-se exclusivamente nas fotos, Errol Morris também se esquece de nomear os grandes culpados que criaram as condições para que atos pavorosos como aqueles fossem cometidos em primeiro lugar. E, com isso, seu filme, embora intelectualmente fascinante, torna-se politicamente vazio.
30 de Outubro de 2008
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