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Críticas por Pablo Villaça

Datas de Estreia: Nota:
Brasil Exterior Crítico Usuários
25/12/1994 11/11/1994 4 / 5 4 / 5
Distribuidora
Duração do filme
97 minuto(s)

Direção

John Pasquin

Elenco

Tim Allen , Judge Reinhold , Wendy Crewson , Eric Lloyd , Peter Boyle

Roteiro

Leo Benvenuti , Steve Rudnick , Brian Reilly

Produção

Jeffrey Silver

Fotografia

Walt Lloyd

Música

Michael Convertino

Montagem

Larry Bock

Design de Produção

Carol Spier

Figurino

Carol Ramsey

Direção de Arte

James McAteer

Meu Papai É Noel
The Santa Clause

Dirigido por John Pasquin. Com Tim Allen, Judge Reinhold, Wendy Crewson, Eric Lloyd e Peter Boyle.

Os "filmes de Natal" contam, em sua maioria, historinhas bonitinhas, agradáveis... e iguais. É sempre a mesma coisa: um(a) garotinho(a) que não acredita em Papai Noel (geralmente o pai ou mãe se encarregou de destruir cruelmente todas as crenças do(a) menino(a)) vive uma série de aventuras, conhece o bom velhinho pessoalmente e passa (juntamente com todos os personagens do filme) a acreditar. Meu Papai É Noel não é diferente em nenhum desses aspectos. E, ao mesmo tempo, é. Os roteiristas Leo Benvenuti e Steve Rudnick conseguiram, na verdade, uma proeza: encontrar um novo ângulo para contar uma velha história.

Os pais do garotinho Charlie (Lloyd) são divorciados, e sua mãe se casou novamente. Seu padrasto, o psiquiatra Neal (Reinhold) se encarrega de contar para o enteado toda a triste verdade sobre a lenda de Papai Noel. O pai de Charlie, Scott Calvin (Allen), não gosta nada disso, e diz para o filho que Noel existe, sim. Muito bem: na noite de Natal, Charlie vai - contra sua vontade - dormir na casa do pai. De madrugada, entretanto, pai e filho acordam com um "súbito estrondo" no teto. Calvin vai ver o que é, e acaba fazendo com que Papai Noel caia do telhado. Dentro da roupa do velhinho, um cartão: "Se algo acontecer comigo, vista minha roupa e entre no trenó. As renas saberão o que fazer".

A partir daí, Calvin é levado a assumir o papel do antigo Papai Noel e, para sua surpresa, engorda rapidamente, fica grisalho e sua barba começa a crescer em um ritmo assustador - ele está realmente se transformando em vocês-sabem-quem!!! O grande problema é que Charlie conta para todo mundo o que aconteceu na noite de Natal, e sua mãe passa a julgar o ex-marido uma péssima influência para o filho, já que o menino aparentemente está vivendo no mundo da lua.

Mas paro por aqui. Não que haja algum risco de estragar a surpresa de quem não viu o filme: não há surpresa alguma a ser revelada. Todo mundo sabe, desde o princípio, como o filme vai terminar. Mas o caminho até o fim é divertidíssimo. Os diálogos são de uma inteligência difícil de encontrar nos atuais filmes dirigidos ao público infantil (excetuando-se os desenhos da Disney, que, aliás, produziu este filme). Há uma engraçada referência, por exemplo, aos filmes de James Bond: uma pequena elfo prepara um chocolate quente para o novo Papai Noel. Quando este elogia o gosto da bebida, ela conta seu segredo: "O chocolate tem que ser batido, não misturado" - assim como os drinques de 007.

Outro ponto alto do filme é a transformação gradual vivida por Calvin até se tornar definitivamente o Papai Noel, que Tim Allen vive perfeitamente. É claro que a maquiagem é de primeira qualidade, assim como os efeitos visuais. As renas, então, são uma atração à parte. Há, obviamente, as inevitáveis piadinhas sobre gases, sempre tão comuns em filmes infantis (e as crianças realmente adoram), mas temos que dar um desconto - afinal, Meu Papai É Noel é um filme infantil.

Os elfos (ajudantes do Papai Noel) são fabulosos, e protagonizam vários dos melhores momentos da história, como, por exemplo, quando um tal `Esquadrão de Vôo Elfo` parte com a missão de resgatar Calvin, que havia sido preso. As cenas que mostram como o rechonchudo velhinho entra por estreitas chaminés também merecem destaque.

É pena que o roteiro não tenha conseguido evitar o sentimentalismo barato das últimas cenas. Teria sido mais interessante se pelo menos alguns adultos permanecessem incrédulos à lenda de Papai Noel. É como diz a linda elfo Judy: "Ver não significa acreditar. Acreditar, sim, é ver"

22 de Janeiro de 1997

Pablo Villaça, 18 de setembro de 1974, é um crítico cinematográfico brasileiro. É editor do site Cinema em Cena, que criou em 1997, o mais antigo site de cinema no Brasil. Trabalha analisando filmes desde 1994 e colaborou em periódicos nacionais como MovieStar, Sci-Fi News, Sci-Fi Cinema, Replicante e SET. Também é professor de Linguagem e Crítica Cinematográficas.

 

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