Amado por uns por sua agressividade temática, odiado por outros pelo mesmo motivo, o cineasta franco-argentino Gaspar Noé certamente é digno de interesse. Sua filmografia, que costuma arremessar o espectador em um mundo violento, sexual, cruel e incômodo, é composta por filmes elogiados e criticados na mesma proporção, como Sozinho Contra Todos (1998), Irreversível (2002), Enter the Void (2009) e o inédito Love (2015).
A carreira de Noé começou com Tintarella di Luna (1985), curta-metragem que leva o mesmo nome da música da cantora italiana Mina (que foi adaptada no Brasil na conhecida "Banho de Lua”). A história apresenta uma vila escondida entre penhascos onde uma praga se espalhou. Comida e água se tornaram escassas e algumas pessoas tentam sobreviver em meio à violência local. Nesse microcosmo, instintos animalescos se afloram, a morte é algo banal e uma mulher é incapaz de encontrar simpatia nos outros. Tudo desemboca em um curioso e inesperado final em que Noé tira o espectador de sua zona de conforto.
Confira (infelizmente, o curta só está disponível com essa qualidade de som e imagem):
Segundo Noé, o filme foi exibido na televisão pela primeira vez antes de Eraserhead (1977), de David Lynch, algo que ele considerou uma “benção”
Fãs do diretor também vão gostar de assistir a outros curtas realizados por ele, como Carne (1991), prelúdio de Sozinho Contra Todos com o personagem do açougueiro vivido por Philippe Nahon; Intoxicação (2002), em que o diretor Stéphane Drouot (portador de HIV) discute diferentes assuntos; e Eva (2005), que traz algumas experiências visuais com a modelo e atriz Eva Herzigova.
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