No aniversário de 69 anos de David Bowie (8 de janeiro de 2016), Blackstar, novo álbum do cantor, será lançado digitalmente, em CD e em estonteante formato de vinil.
Nos 10 perturbadores minutos do clipe homônimo, Bowie aparece em uma cela, vendado e com botões nos olhos enquanto uma vela queima. O ritmo da música muda quando o artista junta as mãos para rezar. Ele segura um livro com uma estrela preta na capa (que remete ao título da faixa e do disco), diante de um céu pintado, e é amarrado como um espantalho com outros dois prisioneiros, rebolando na plantação de um campo sombrio com coloração nada típica. O crânio ornamentado de um astronauta descoberto por uma mulher quimera é usado em uma espécie de ritual de exorcismo.
O sueco Johan Renck, responsável pelo vídeo, já dirigiu o longa-metragem Distúrbios do Prazer (2008), com Maria Bello e Rufus Sewell, e episódios das séries Breaking Bad, Bates Motel e Bloodline, além de vários outros clipes, entre eles “Nothing Really Matters” (1999) e “Hung Up” (2009), de outra artista camaleônica, Madonna. “Blackstar” também toca na sequência de abertura de The Last Panthers (2015), série com John Hurt e Samantha Morton que foi dirigida por Renck.
Em entrevista para a Rolling Stone, o diretor definiu Bowie como "genuíno, curioso, brincalhão, inteligente, engraçado, profundo, verdadeiro... tudo menos intimidador". As inspirações para o videoclipe vão desde o trabalho do diretor Alejandro Jodorowsky e os planos longos de Andrei Tarkovski até trechos de uma animação antiga do Popeye. Outros detalhes da "trama" permanecem abertos à interpretação. No entanto, alguns trechos da letra da música, apesar de enigmáticos, estão em sintonia com o vídeo e nos ajudam a delinear um contexto:
Na vila de Ormen há uma vela solitária / No centro de tudo, seus olhos / No dia da execução, apenas as mulheres se ajoelham e sorriem / Algo aconteceu no dia em que ele morreu / O espírito subiu e afastou-se / Alguém tomou o seu lugar e gritou bravamente: “Eu sou uma estrela negra” / Eu não posso responder por que, basta vir comigo, vou levá-lo para casa.
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