Os nove comerciais para o sabonete Bris, realizados com recursos generosos cedidos a um Ingmar Bergman que enfrentava problemas financeiros em 1951, adotam o bom-humor que o diretor manifestaria nas raras comédias como Sorrisos de Uma Noite de Amor (1955), O Olho do Diabo (1960), Para Não Falar de Todas Essas Mulheres (1964) e A Flauta Mágica (1975) – ou mesmo em momentos de alívio cômico inseridos em seus longas mais sisudos como O Sétimo Selo. "As comédias que realizei tiveram o mesmo motivo que os filmes Bris: era imprescindível que elas me dessem dinheiro, não me envergonho de confessar", revelou o cineasta mais tarde.
As situações para eles criadas passam por um hilário e didático extermínio de bactérias (este encontrado em melhor qualidade), um teatro de homens minúsculos, uma mulher que sai da tela do cinema (olá, Woody Allen!) e recorrências bergmanianas como sonhos estranhos, além da surrealista propaganda dentro da propaganda em uma impressionante metalinguagem, sempre embalados por uma música animada e com direito à participação de uma Bibi Andersson (Morangos Silvestres) em início de carreira. Confira: