Você já parou para pensar que, em alguns filmes, estão sendo feitos... filmes? Já ficou curioso com o resultado final de algum deles? Pagaria para ver Argo, a ficção científica, após ver o filme dirigido por Ben Affleck? Então esse Clube dos Cinco é para você!
Super 8, de JJ Abrams - por Tullio Dias
O que podemos dizer quando o filme dentro do filme é bem melhor que a obra principal? É o caso do decepcionante Super 8, que apesar de toda a badalação na época do lançamento, desagradou parte do público com uma história pouco inspirada, apesar da bela atuação de Elle Fanning. De qualquer maneira, o filme de J.J. Abrams ganha muitos pontos pelo carisma de seus jovens protagonistas aspirantes a cineastas.
Os garotos estão decididos a filmar um filme de terror e testemunham um acidente de trem. O que eles não esperavam é que um monstro alienígena seria a causa de tudo aquilo. Infelizmente, para o público, o roteiro do filme é sem brilho e perde muita graça para o curta-metragem sobre zumbis, que é exibido durante os créditos finais e salva Abrams de um fiasco completo.
A Noite Americana, de François Truffaut - por Larissa Padron
O cartaz do francês A Noite Americana o chama de "um filme para as pessoas que amam filmes", para completar, ele é realizado por um dos diretores mais apaixonados por cinema que já existiu: François Truffaut. O longa relata a produção de um longa, do qual não sabemos tantos detalhes, já que as crises que rodeiam a produção tem um destaque maior do que a trama dentro da trama. Mas acabamos a exibição compreendendo porque aquelas pessoas, mesmo com tantos problemas, amam fazer cinema. E com uma baita vontade de assistir aquele filme dentro do filme.
A metalinguagem é tanta que quem interpreta o diretor fictício é o próprio diretor verdadeiro, além do elenco também contar com Jean-Pierre Léaud, ator que acompanhamos com os filmes de Truffaut desde a infância, com Os Incompreendidos. O filme foi o vencedor do Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira de 1974, além de ser indicado no ano seguinte nas categorias roteiro original, direção e Atriz Coadjuvante (Valentina Cortese).
Deu a Louca nos Astros, de David Mamet - por Heitor Valadão
Baseado no título ridiculamente traduzido de State and Main, você provavelmente deve ter ignorado esta divertida e ácida comédia do dramaturgo/roteirista/diretor David Mamet. Ainda mais ao ver no elenco canastras como Sarah Jessica Parker e Alec Baldwin. Nunca julgue um filme pela capa, especialmente no Brasil.
Mamet mostra com seus diálogos inteligentes e um elenco muito bem dirigido, o que acontece com os valores da população de uma conservadora cidade do interior quando uma equipe de cinema invade suas ruas em uma produção hollywoodiana. Se você acha que os executivos de Hollywood são como cães sanguinolentos, você ainda tem que ver do que são capazes as pessoas comuns.
Trovão Tropical, de Ben Stiller - por Tullio Dias
Exercícios de metalinguagem costumam ser interessantes na maioria das vezes, mas fica ainda melhor quando está misturado com um roteiro inspirado e hilário. Este é o caso de Trovão Tropical, comédia estrelada por Ben Stiller, Robert Downey Jr., Jack Black e Tom Cruise. A trama gira em torno de uma equipe que resolve filmar um filme de guerra em um terreno nada amigável. Enquanto os atores acreditam que as explosões fazem parte dos efeitos especiais, o público se diverte com a falta de noção e o ego excessivo dos personagens.
O público ainda é presenteado com várias sequências que apresentam os grandes sucessos de bilheterias de cada um dos três atores principais. São paródias de filmes que você certamente já assistiu, o que reforça a dose de humor escrachado da produção. Trovão Tropical é uma verdadeira piada com toda a indústria de Hollywood.
Rebobine, Por Favor, de Michel Gondry - por Larissa Padron
É muito difícil assistir a Rebobine, Por Favor, longa de Michael Gondry, e não ter saudade dos seus filminhos em VHS da infância, ou pelo menos se arrepender de não ter feito nenhum quando era criança. Na trama, Jerry (Jack Black) sofre um acidente que faz com que ele desmagnetize todos os filmes (em fitas de vídeo) da locadora do Mr. Fletcher (Danny Glover), que está sob os cuidados do responsável Mike (Mos Def).
Para não serem descobertos, Jerry e Mike começam a fazer suas próprias versões de longas como A Hora do Rush e Os Caça-Fantasmas. A partir de então Rebobine, Por Favor batizou uma nova moda: fazer trailers e filmes “suedados”, que nada mais é do que uma versão um pouco mais "caseira" deles.
O sucesso fez com Gondry viajasse pelo mundo com o workshop Rebobine, Por Favor, fornecendo às pessoas a oportunidade de fazerem os seus próprios filmes "suecados".
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