Em As Vantagens de Ser Invisível, já em cartaz, Logan Lerman (Percy Jackson e o Ladrão de Raios) vê sua vida transformada por dois surpreendentes amigos: Emma Watson, a Hermione da franquia Harry Potter, e Ezra Miller (Precisamos falar sobre o Kevin). Nesta edição do Clube dos Cinco, procuramos cinco personagens que mudaram vidas, seja de forma positiva ou negativa.
Natalie Portman em Hora de Voltar - por Tullio Dias
Natalie Portman mudaria a vida de qualquer pessoa sem o menor esforço, mas sua personagem adolescente em Hora de Voltar abalou as estruturas de Zach Braff, que andava deprimido por conta da morte da mãe e sua relação conflituosa com o pai. A garota dá um verdadeiro sopro de vida na rotina do jovem, que aos poucos vai deixando sua apatia de lado e crescendo como pessoa.
Desde o primeiro encontro, quando conversam sobre uma música, já fica claro o impacto que aquela garota terá na vida do personagem de Braff. Portman representa o poder do amor à primeira vista e como tudo isso afeta positivamente a vida da outra pessoa. De personalidade forte, mas que deseja viver um grande amor, é capaz de ver o que existe de melhor dentro de homens inseguros com palavras de incentivo e confiança, que são coisas que podem mudar a vida de alguém para sempre.
Peter Sellers em Muito Além do Jardim - por Heitor Valadão
A união entre o diretor Hal Ashby e o ator Peter Sellers não poderia render nada menos que genialidade. Aliás, Ashby também poderia estar nesta lista por Ensina-me a Viver, onde Ruth Gordon, logo após causar arrepios no público em O Bebê de Rosemary, muda a vida do jovem Bud Cort. Mas são o carisma e a simpatia de Sellers que tornam obrigatória a presença de Muito Além do Jardim neste Clube dos Cinco.
Após a morte de seu patrão, o tímido e doce Chance, que nada conhecia do mundo além do que via na TV e seu humilde trabalho no jardim de uma mansão, precisa aprender a viver sozinho. Após ser atropelado por uma limusine e acolhido por um casal de milionários, o simplório homem transforma a vida de todos à sua volta quando seus conselhos sobre jardinagem são confundidos com pérolas de profundidade.
Robin Williams em Gênio Indomável - por Larissa Padron
Robin Williams já havia provado que podia ser uma inspiração ao ensinar literatura para os garotos de Sociedade dos Poetas Mortos, em 1989. No entanto, foi mudando de ramo e tornando-se psicólogo que sua inspiração fez diferença, oito anos depois, em Gênio Indomável. O longa narra a história de um revoltado, mas genial, zelador do MIT (Matt Damon) que precisa de ajuda de psicológica para dar um rumo ao seu grande talento.
A inspiração funcionou tanto que Williams ganhou seu primeiro e único Oscar até hoje, após quatro indicações, pelo papel. De quebra o filme ainda foi responsável por mostrar que Damon e Ben Affleck eram mais do que rostinhos bonitos em Hollywood, já que a dupla também faturou a estatueta pelo roteiro original.
Bill Murray em Nosso Querido Bob - por Heitor Valadão
Alguns personagens mudariam sua vida pela sua inteligência, engenhosidade ou mesmo sua falta de amor aos bens materiais. Pessoas notáveis, sem dúvida. Mas e aquele que é um chato de galochas? Que tem todas as manias desagradáveis possíveis? Que você nunca consegue evitá-lo e, para piorar, não consegue evitar gostar dele? Pois conheça Bob, personagem de Bill Murray, que torna a vida de seu psiquiatra, Richard Dreyfuss, um inferno.
Quando o doutor Leo Marvin leva sua família para um descanso em uma cabana no meio da floresta, seu paciente mais carente, Bob, vai logo atrás. O psiquiatra faz de tudo para que Bob vai embora, mas ele não contava que sua família cairia de amores pelo doce hipocondríaco.
Ian McKellen em O Aprendiz - por Tullio Dias
Todd Bowden (Brad Renfro) é um jovem e dedicado estudante do ensino médio, com um interesse particular em temas referentes à Segunda Guerra Mundial. Ele descobre que seu vizinho é um fugitivo nazista e criminoso de guerra chamado Kurt Dussander (Ian McKellen). Ao dar asas às suas vontades mais ocultas, ele decide chantagear Dussander, que se vê obrigado a contar com detalhes tudo que aconteceu realmente naquele período.
Se Dussander mudou a vida de Bowden, na verdade seus relatos acabaram transformando o garoto em um potencial psicopata. Durante as muitas horas que passam juntos, uma estranha e distorcida amizade é construída, e o jovem amadurece bastante com as conversas. Ainda que perca o sono imaginando todo aquele horror e deixe o espectador com o estômago embrulhado por suas atitudes.
O filme dirigido por Bryan Singer mostra que até mesmo os "inimigos" podem mudar nossa vida. Se tal mudança foi positiva ou não, é uma questão de ponto de vista, mas é impossível negar que Bowden termina o filme como um homem e não como um garoto mimado e abelhudo.