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Cinco sedutores do cinema Clube dos Cinco

Bel Ami - O Sedutor entrou em cartaz nos cinemas brasileiros recentemente. Hora, portanto, do Clube dos Cinco selecionar cinco (na verdade, sete) sedutores inesquecíveis do cinema. Confesse: você também já caiu por eles!

Aviso: o texto e os vídeos a seguir podem conter alguns spoilers. 

Isabelle de Merteuil e Sébastien de Valmont, Ligações Perigosas – por Heitor Valadão

Algumas pessoas gostam de seduzir porque são carentes. Outras, porque o sexo é uma necessidade. Já para os personagens de Glenn Close e John Malkovich, o sexo e a arte da conquista é um jogo, cuja recompensa é o próprio sexo. Na versão de Stephen Frears para a peça de Christopher Hampton, esta baseada no livro de Choderlos de Laclos, Close e Malkovich interpretam a marquesa Isabelle de Merteuil e o visconde Sébastien de Valmont, ex-amantes que colecionam conquistas. Ao descobrir que uma de suas conquistas está prestes a se casar com a bela Cécile de Volanges, vivida pela então novata Uma Thurman, Merteuil desafia Valmont a seduzir a bela moça antes de seu casamento, assim humilhando o noivo. Mas Valmont, no momento, só tem olhos para uma mulher casada e temente a Deus, a bela Madame de Tourvel, ninguém menos que Michelle Pfeiffer.

Merteuil então desafia Valmont a seduzir Madame de Tourvel. O prêmio? Uma última noite de luxúria entre os ex-amantes. Em um jogo em que não se sabe qual é o conquistador mais habilidoso, Close e Malkovich, dois atores que nunca foram reconhecidos por sua aparência física, encantam todos a sua volta, especialmente o espectador.

Jacob Palmer, Amor a Toda Prova – por Tullio Dias

Enquanto alguns estudiosos afirmam que existem fórmulas comprovadas que explicam a eficácia de uma abordagem sedutora, a maioria das pessoas se contenta com uma mistura de sorte, beleza, experiência e o momento. Jacob Palmer (Ryan Gosling) conseguiu reunir todas essas características somadas a um golpe de misericórdia: ele encena uma cena de Dirty Dancing, mostrando toda sua virilidade, ao carregar Hannah (Emma Stone) com uma imensa facilidade.

O galã sedutor de Amor a Toda Prova é tão confiante que “adota” Cal Weaver, personagem de Steve Carell e o ensina os segredos da arte da conquista. Após uma mudança radical no estilo e comportamento, Cal aprende todas as lições e começa a redescobrir os prazeres da vida levando várias mulheres para a cama.

Se existir mesmo uma matemática sedutora, Jacob Palmer poderia muito bem ficar milionário com suas lições, já que não deve ser nada fácil transformar um ex-virgem de 40 anos em mestre da sedução.

Juan Antonio, Vicky Cristina Barcelona – por Larissa Padron

Coloque uma mulher nas mãos de Woody Allen e ele a tornará sedutora. Ele fez isso diversas vezes com suas musas Diane Keaton e Mia Farrow, e, principalmente, com Scarlett Johansson em Match Point, que ficou tão, mas tão sedutora, que até parece uma boa atriz. Mas em Vicky Cristina Barcelona, de 2008, foi a vez do diretor tornar um homem sedutor... E “pegador”.

Juan Antonio, vivido no filme por Javier Bardem, é um espanhol que inicialmente tenta convencer Vicky (Rebecca Hall) e Cristina (Johansson, novamente), duas amigas que passam as férias em Barcelona, a dormirem com ele. Vicky, que é noiva, inicialmente o detesta e tenta resistir, mas acaba cedendo em uma noite muito romântica. Já Cristina se sente seduzida logo de início e vai até mesmo morar com Juan Antonio. E tudo está indo bem até que Maria Helena (papel que rendeu um Oscar a Penélope Cruz), sua ex-mulher meio psicótica, também vai morar com o casal e as duas mulheres não se suportam. Mas é claro que Juan Antonio, com todo seu charme, gradualmente as convence que o casal deve virar um trio.

Saldo: três mulheres em um único filme. E não três mulheres quaisquer, mas Rebecca Hall, Penélope Cruz e Scarlett Johansson. A sedução também se estendeu à vida real e Javier Bardem e Penélope Cruz começaram um relacionamento amoroso após as filmagens, que gerou um casamento e um filho, o pequeno Leo.

Alfie, Como Conquistar as Mulheres e Alfie – O Sedutor – por Renato Silveira

Alfie é o tipo do cara que gosta de sair com seu melhor amigo um dia à noite para beber e conversar sobre a vida, mulheres e, por que não, paquerar algumas. Mulherengo inveterado, o personagem criado por Bill Naughton para o teatro assume uma nova formaem Jude Lawno filme lançado em 2004.

Alfie – O Sedutor é um tanto diferente de Como Conquistar as Mulheres, primeira adaptação para o cinema da peça de Naughton, lançada em 1966. É quase como se Alfie fosse uma entidade espírita que encarna em dois atores. Michael Caine, no original, é um sujeito mais rude, protótipo machista, que chega a se vangloriar por fazer uma de suas namoradas de empregada (enquanto está sentado no sofá, a garota está esfregando o chão do apartamento). Já o Alfie de Law é tão cafajeste quanto o de Caine, mas ele adora as mulheres. Sua relação com elas é mais uma questão de satisfazer o próprio ego e desejo do que subjugar o sexo oposto. Além disso, Law é mais galante e malandro, e isso reflete na interpretação do ator, que se torna ainda mais carismático do que Caine.

Como Conquistar as Mulheres envelheceu, é preciso admitir. E no que Alfie – O Sedutor se propõe a atualizar, o remake consegue trazer à tona os questionamentos que o homem contemporâneo faz sobre sua vida amorosa e sexual. A monogamia vale a pena? Até onde devemos ser responsáveis pelos sentimentos de nossas companheiras? Ter muitas é melhor do que ter uma? Pode estar parecendo questionário dessas revistas de comportamento, mas é que o filme realmente cativa por falar desses assuntos tão comuns ao público masculino. Nesse ponto, Alfie é uma comédia romântica para homens, assim como são Jerry Maguire e Alta Fidelidade.

Don Juan DeMarco – por Tullio Dias

Dadas as devidas proporções, podemos afirmar que Johnny Depp ensinou ao poderoso chefão Marlon Brando muita coisa sobre amor e sedução no filme Don Juan DeMarco. Inspirado em um folclore sobre um personagem considerado símbolo da libertinagem, Don Juan é um jovem que vive exclusivamente para dar um “trato” em mulheres infelizes e desamparadas.

Sua história de vida inclui relações com mais de mil mulheres, sendo que ele se apaixonou perdidamente por uma delas e sofre muito por conta da rejeição, o que prova que mesmo com tanta história para contar, Don Juan é um romântico. Ele seduz as mulheres não para saciar suas necessidades ou ego, mas, sim, para tentar ajudá-las a perceber o que de melhor existe nelas mesmas. E o truque básico dele é o mínimo, e que a maioria dos homens passa a vida inteira sem perceber: basta saber ouvir. E o psiquiatra vivido por Brando ouviu tanto que acabou se inspirando e reacendendo a chama do amor em seu casamento de longa data.

Como é dito no final da produção, pouco antes de Bryan Adams começar a colocar voz na guitarra espanhola de Paco de Lucia na música “Have You Ever Really Loved a Woman?” (muita gente deve se lembrar da versão “O Homem Quando Ama”, do Chitãozinho e Xororó): “o paciente sofre de um amor irrecuperável e altamente contagioso”.

Menção honrosa

James Bond – por Heitor Valadão

Meu nome é Bond. James Bond.

Com essas seis palavras, qualquer mulher já se derrete ao espião com licença para matar. Ainda mais para alguns de seus intérpretes. Afinal, o charmosíssimo Sean Connery, que completará 82 anos no próximo dia 25 de agosto, ainda arranca suspiros por onde passa. Seus colegas Roger Moore, George Lazenby, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig também já deixaram (ou deixam) muitas femme fatales apaixonadas. Em sua 23ª aventura, Operação Skyfall, caberá a Daniel Craig seduzir Naomie Harris, a tia Dalma de Piratas do Caribe. Isso se não contarmos com as outras coadjuvantes femininas Bérénice Marlohe, Helen McCrory e até, por que não, Judi Dench. Afinal, para dobrar a chefona do MI6, às vezes é necessário um pouco de lábia além dos músculos.

Em um cálculo rápido, se contarmos todas as denominadas Bond Girls, além das meras figurantes que mostram-se caidinhas pelo espião mesmo em poucos segundos de tela, contamos cerca de 84 mulheres. Uma média 3,65 conquistas por filme. Invejável, especialmente se considerarmos que Bond já está na ativa há quase 50 anos.

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