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Cinco jogos ainda mais vorazes Clube dos Cinco

Em Jogos Vorazes, jovens precisam lutar entre si em um jogo de sobrevivência. O filme, baseado na primeira parte da trilogia de livros de Suzanne Collins, já contava com uma legião de fãs antes mesmo de entrar em cartaz, fato que ajudou a colocá-lo entre as três maiores bilheterias de estreia nos Estados Unidos. Pegando embalo nesse sucesso, o Clube dos Cinco resolveu relembrar outros filmes sobre jogos (tão ou mais) vorazes.

ZAROFF, O CAÇADOR DE VIDAS (The Most Dangerous Game, 1932), por Heitor Valadão

Bem antes de Jogos Vorazes, na verdade quase 30 anos antes da autora Suzanne Collins nascer, chegava aos cinemas Zaroff, o Caçador de Vidas. Quando três náufragos chegam a uma ilha, um excêntrico milionário que ali mora resolve caçá-los. Em inglês, o filme tem um título mais intrigante: The Most Dangerous Game. Porque ele pode ser traduzido como "o mais perigoso dos jogos", mas também se usa a palavra "game" ao se referir ao animal que está sendo caçado. Por essa interpretação, o título se refere não à caçada promovida por Leslie Banks, mas ao próprio ser humano. No caso, os caçados Joel McCrea, Robert Armstrong e Fay Wray.

O filme é curto e pode ser assistido integralmente online. No Brasil, foi lançado em DVD pela pequena distribuidora Magnus Opus e pode ser encontrado facilmente nas lojas virtuais. O master é o mesmo usado pela excelente Criterion, que nos EUA restaura e remasteriza seus lançamentos à perfeição. Há também uma edição lançada pela Flashstar, só que colorizada por computador sob a tutela do mago dos efeitos visuais Ray Harryhausen (Jasão e os Argonautas, Fúria de Titãs, As Novas Viagens de Sinbad, entre outros). Ao contrário do que diz na capa, Harryhausen não tem nada a ver com a produção original. Esta nada mais é do que uma iniciativa para engordar sua aposentadoria.

BATALHA REAL (Battle Royale ou Batoru Rowaiaru, 2000), por Renato Silveira

Este é o exemplo que mais se aproxima da premissa de Jogos Vorazes. Batalha Real também se passa num futuro distópico e tem como protagonistas jovens estudantes que precisam se enfrentar até a morte em um jogo, que na verdade é um programa de pesquisa militar. Além disso, Batalha Real também foi um fenômeno comercial no Japão desde a publicação do livro original, de Koushun Takami, em 1999, que ainda rendeu uma série em mangá.

O filme foi dirigido por Kinji Fukasaku e causou grande polêmica devido às cenas de violência entre jovens, que obrigaram o cineasta a fazer cortes por causa da censura. Como de hábito, a versão em homevideo apresenta as sequências na íntegra, além de algumas cenas inéditas, filmadas após o lançamento nos cinemas. Na época em que passou nos cinemas, o filme foi duramente criticado pelas autoridades, que o consideraram uma má influência (tanto é que nos Estados Unidos e no Canadá o filme ficou mais de uma década sem ser oficialmente lançado, até ter uma curta exibição nos cinemas de Los Angeles em dezembro do ano passado; o Blu-ray chegou às lojas norte-americanas no último dia 20 de março). Mas a crítica e o público receberam o longa muito bem.

Uma continuação foi realizada logo em seguida, mas Kinji Fukasaku morreu devido a um câncer na próstata durante as filmagens. Seu filho, Kenta Fukasaku, roteirista de ambas as partes, assumiu a direção e o resultado não agradou nada, sendo considerado um filme bastante inferior ao primeiro. Uma refilmagem do original chegou a ser anunciada pela New Line Cinema, nos EUA, mas o projeto aparentemente foi descartado, justamente devido à adaptação de Jogos Vorazes para as telas. O produtor Roy Lee declarou inclusive que considerava injusto o público assistir a dois filmes parecidos e não saber que Batalha Real surgiu antes.

GAMER (2009), por Larissa Padron

Em um futuro próximo, videogames estarão tão interligados com nossas vidas que nós poderemos controlar seres humanos reais, de carne e osso, com nossos joysticks. Esta é a premissa de Gamer, ficção-científica de 2009, dirigida por Mark Neveldine e Brian Taylor (de Adrenalina 1 e 2 e do recente Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança). Mas isso não é o suficiente para o filme entrar na nossa lista, afinal, não estamos falando apenas de jogos, mas de jogos mais que vorazes.

Acontece que o jogo mais famoso daquela sociedade é um chamado Slayers, no qual prisioneiros no corredor da morte, controlados por jogadores, têm que lutar pela própria sobrevivência e liberdade. Isso tudo, é claro, televisionado. O “melhor jogador” do Slayers é Kable (Gerard Butler), ou melhor, Simon (Logan Lerman), o adolescente milionário que o controla e que já está sobrevivendo há 27 partidas.

Só que mesmo sendo controlado por um adolescente, Kable tem o desejo de conseguir a liberdade para reconquistar sua esposa (Amber Valletta), que trabalha voluntariamente e é controlada por um jogador obeso um tanto quanto repugnante, em uma espécie de Second Life, para tentar recuperar a filha do casal, que está sob a guarda de Ken Castle (Michael C. Hall), criador dos jogos e o grande vilão de toda essa história.

Ao mesmo tempo em que tudo isso acontece, um grupo de revolucionários vê em Kable a chance de acabar com a crueldade dos jogos de Ken. Apesar das várias subtramas que vão além dos jogos, as cenas são dignas de um videogame bem bacana. Mas o mais legal de tudo é ver Dexter, digo, Michael C. Hall cantando e dançando a apropriada “I’ve Got You Under My Skin”, de Cole Porter, cercado de condenados a morte, tudo com muita pancadaria. É altamente recomendável que você não assista à cena caso não tenha visto o filme, pois ela contém spoilers. Caso já tenha visto, relembre

O SOBREVIVENTE (The Running Man, 1987), por Heitor Valadão

Hoje, jogos de vida ou morte são disputados nos cinemas por adolescentes. Mas nos saudosos anos 80, tais disputas eram feitas por homens. E não qualquer homem, mas homens como Arnold Schwarzenegger. Baseado em um conto de Stephen King, O Sobrevivente mostra que no futuro os presidiários têm uma chance de se tornarem homens livres: participar de um programa de televisão em que, se sobreviverem, terão a pena anulada. Um desses participantes é Ben Richards, um ex-policial incriminado por um massacre do qual se recusou a tomar parte. Quando Ben escapa da prisão com dois amigos, sua fuga é filmada pelas câmeras de segurança, colocando-o como o principal candidato ao jogo.

Através de vários ambientes, Richards e seus companheiros têm que escapar de diversos caçadores com nomes como “Capitão Liberdade”, “Bola de Fogo”, “Subzero” e “Motosserra”, a maioria deles vividos por antigos astros da luta livre e dos filmes exploitation. Tudo isso é transmitido pelas câmeras do programa de TV de maior audiência da história. A direção é de Paul Michael Glaser, muito mais conhecido por viver o policial Dave Starsky na série Starsky e Hutch.

OS CONDENADOS (The Condemned, 2007), por Tullio Dias

Scott Wiper deve ter passado muitas horas assistindo a reality shows para bolar a história de Os Condenados. O diretor assina o roteiro da história que poderia muito bem ser encarada como uma mistura improvável de Big Brother com Survivor e pitadas do seriado OZ (sem falar no próprio O Sobrevivente, que acabamos de citar). A trama joga nove assassinos condenados em uma ilha deserta e obriga todos eles a lutarem entre si, até restar apenas um (referências a Highlander são meras coincidências).

Contando com um elenco duvidoso, mas experiente no gênero, Os Condenados é uma daquelas produções que divertem por toda a completa ausência de sensibilidade do diretor e seus atores. Ou você espera que o gigante Steve Austin (Os Mercenários) tenha algo mais que músculos para mostrar na tela? O mesmo pode ser dito de Vinnie Jones e seu carisma bizarro, que mantém o espectador ligado na história apenas para descobrir qual será o fim do seu personagem.

A lógica do jogo é sobreviver, mesmo que isso signifique trair e destruir tudo e todos que cruzarem o caminho. Wiper até tenta criar um conceito interessante, onde o público paga para acessar ao programa via internet e conferir as mortes sem censura daqueles matadores impiedosos. Os Condenados é um belo exemplo de jogos bem mais vorazes do que se poderia imaginar e Austin prova que tamanho faz diferença, pelo menos nesse caso.

Quer incluir mais algum filme sobre jogos de sobrevivência em nosso clube? Deixe seu comentário e participe da discussão!

Leia as edições anteriores da coluna.

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