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Pagando Bem, que Mal Tem? Clube dos Cinco

John Cusack

Em um período de dez anos, John Cusack trabalhou com renomados diretores, como Cameron Crowe (Digam o que Quiserem), Woody Allen (Tiros na Broadway), Clint Eastwood (Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal) e Terrence Malick (Além da Linha Vermelha). O ator atingiu o posto de "queridinho de Hollywood", especialmente entre 1999 e 2000, quando atuou em dois filmes muito elogiados pela crítica: Quero Ser John Malkovich, de Spike Jonze, e Alta Fidelidade, de Stephen Frears (pelo qual recebeu uma indicação ao Globo de Ouro). 

Os dois longas são bons exemplos que demonstraram não apenas excelentes atuações de Cusack, mas também que ele não era o tipo de ator interessado apenas em bilheteria, e, sim, em papéis diferentes em filmes desafiadores. No entanto, depois disso as coisas parecem ter começado a desandar. Apesar de estrelar uma média de dois filmes por ano, pouquíssimos foram bem sucedidos com a crítica, tendo O Júri e Identidade como exceções, talvez. Mas, para cada um desses acima da média, Cusack parece fazer três duvidosas comédias românticas, como Os Queridinhos da América, Procura-se Um Amor que Goste de Cachorros e Escrito nas Estrelas

Nem ao menos o sucesso de bilheteria o ator tem alcançado nos últimos anos, após as razoáveis performances de 2012 e A Ressaca nos EUA, o ator estrelou Conspiração Xangai e The Factory, que... Alguém viu? 

Entre seus próximos filmes está O Corvo, de James McTeigue (V de Vingança), no qual Cusack interpreta o poeta Edgar Allan Poe. Será que o ator volta aos velhos tempos?

Abaixo você pode ver Cusack e Woody Harrelson disputando quem está mais constrangedor em uma cena de 2012:

Nicolas Cage

Cage já foi um dos principais atores do cinema norte-americano. No começo da década de 90, ele sempre aparecia em uma ou outra comédia romântica, até que protagonizou o drama Despedida em Las Vegas, de Mike Figgis, que acabou lhe rendendo o Oscar de Melhor Ator. Cage acabou por virar referência dos blockbusters da época, estrelando A Rocha, de Michael Bay, Con Air - A Rota da Fuga, de Simon West, e 8mm, de Joel Schumacher. O ator teve tempo até de investir no romance Cidade dos Anjos, de Brad Silberling, e em filmes mais alternativos, como Adaptação, de Spike Jonze.

Com um salário milionário e status de superestrela hollywoodiana, ninguém poderia imaginar que o protagonista de A Outra Face, de John Woo, acabaria se metendo numa grande confusão envolvendo a Receita Federal norte-americana. Cage chegou a dever 14 milhões de dólares para o governo. Para tentar quitar as dívidas, ele teve que vender sua coleção de revistas em quadrinhos (avaliada em cerca de 1,6 milhão de dólares) e alguns de seus imóveis, e, claro, precisou investir em trabalhos de qualidade duvidosa, como a maior parte dos filmes em que ele tem aparecido nos últimos anos. Ou você realmente acha que alguém aceitaria estrelar (e produzir!) O Vidente, de Lee Tamahori, ou Perigo em Bangkok, de Oxide Pang Chun e Danny Pang, se não estivesse precisando de grana?

O nosso exemplo de "pagando bem, que mal tem?" é um artista incompreendido e megalomaníaco, mas que nunca poderá ser ignorado em vista de sua contribuição para o cinema - seja nos melhores ou nos (vários) piores momentos.

Para ilustrar o ponto mais baixo da carreira de Cage, relembre esta constrangedora cena de O Sacrifício, de Neil LaBute (refilmagem do terror O Homem de Palha, de 1973):

Diane Keaton

Quem diria que uma das mais brilhantes atrizes da década de 70 estaria na lista “Pagando Bem, que Mal Tem”?

Após ser a atriz preferida de Woody Allen, estrelando alguns seus melhores filmes, como Manhattan e Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (pelo qual ganhou seu único Oscar até hoje, em 1977), ela ainda viveu a inesquecível Kay Adams na trilogia O Poderoso Chefão.

Acontece que o tempo não fez tão bem para a carreira artística de Keaton como fez para Meryl Streep, por exemplo. Após ser um sucesso tanto de crítica quanto de bilheteria por duas décadas, a atriz acabou dublando um poodle que diz que seu traseiro está congelando por causa do "corte de cabelo", em Olha Quem Está Falando Agora:

Desde então, a situação de Keaton não tem melhorado muito. Entre 2007 e 2008, ela teve a proeza de fazer quatro comédias românticas muito mal avaliadas: Minha Mãe Quer que Eu Case, Não Quero Ser Grande, Casamento em Dose Dupla e Loucas por Amor, Viciadas em Dinheiro (os quatro filmes, juntamente com Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, também demonstram que a atriz é a campeã em títulos mal traduzidos).

Já entre seus filmes bons na última década tem o... Err... Tem também aquele... Bom, uma hora a gente consegue lembrar de algum.

Robert De Niro

De Niro iniciou sua carreira praticamente junto a dois grandes cineastas: Brian De Palma (em Greetings, 1968, e Festa de Casamento, 1969) e Martin Scorsese (em Caminhos Perigosos, 1973). Ele reprisou a parceria com esses diretores de forma memorável ao longo das duas décadas seguintes: com De Palma fez Os Intocáveis e com Scorsese emplacou uma série de sucessos encabeçada por Taxi Driver, Touro Indomável, Os Bons Companheiros e Cassino. Trabalhando paralelamente com outros cineastas renomados (Francis Ford Coppola em O Poderoso Chefão - Parte II, Sergio Leone em Era Uma Vez na América, Michael Cimino em O Franco Atirador e Michael Mann em Fogo Contra Fogo, só para citar os principais), De Niro chegou ao fim dos anos 90 em alta, colaborando com Quentin Tarantino em Jackie Brown e John Frankenheimer em Ronin. Até mesmo as comédias Máfia no Divã e Mera Coincidência foram bem recebidas. Mas foi só chegar a virada do século e - perdoe-nos o trocadilho barato - o ator entrou numa fria atrás de outra.

A série de comédias em que De Niro vive o sogro de Ben Stiller é a cereja do bolo de sua aparentemente infindável má fase (a última parte da trilogia, Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família, foi lançada no ano passado). Podemos listar diversos outros títulos que mancharam o currículo primoroso que o ator vinha construindo: a comédia de ação Showtime, fazendo dupla com Eddie Murphy; o infantil As Aventuras de Alceu e Dentinho; a continuação A Máfia Volta ao Divã; e os filmes de terror com crianças amaldiçoadas O Enviado e O Amigo Oculto. Nem mesmo a aguardada reprise da parceria com Al Pacino em As Duas Faces da Lei foi capaz de trazer às telas o De Niro de antigamente.

Verdade seja dita, o ator até que se esforçou e entregou, sim, boas atuações nos últimos anos: em O Bom Pastor (que marcou também sua volta à direção), em Stardust - O Mistério da Estrela (onde ele solta a franga com estilo) e em Fora de Controle (quase interpretando ele mesmo). Mas isso é muito pouco em vista de seus trabalhos anteriores. Afinal, Sem Limites, Os Especialistas e Noite de Ano Novo, todos lançados em 2011, estão aí para provar que De Niro realmente não é mais o mesmo.

Na cena abaixo, de As Aventuras de Alceu e Dentinho, testemunhamos o início da queda do ator, quando ele resolve satirizar um dos pontos altos de sua carreira (e da história do cinema) numa piada que é... Bom... Tire suas próprias conclusões:

Michael Caine

O ator que praticamente deu origem à frase "pagando bem, que mal tem?" no mundo do cinema, Sir Michael Caine, aos 78 anos, tem nada menos que 156 créditos como ator no IMDb. Se levarmos em consideração que o primeiro data de 1950, em 61 anos de carreira são quase três trabalhos por ano. Se você acha isso pouco, tente lembrar quantos filmes os seus atores favoritos lançaram apenas em 2011. Pense que Jack Nicholson, que tem apenas seis anos a menos de carreira, possui 75 trabalhos como ator - menos que a metade de Caine! Gene Hackman é três anos mais velho que Caine e tem, redondos, 100 créditos.

Sim, Caine não é de recusar um bom cachê. E isso nem sempre fez bem à sua carreira. Afinal, servir de vilão em filme de Steven Seagal é para arruinar a carreira de qualquer um. Mas não é que Sir Michael ainda assim consegue trazer um pouco de nobreza a cada um de seus papéis fuleiros?

A carreira de Caine ganhou novo fôlego em 2000, quando ele finalmente ganhou o merecido (e muito devido!) segundo Oscar de ator coadjuvante por Regras da Vida (o primeiro foi em 1987, por Hannah e Suas Irmãs, mas ele não compareceu à cerimônia para receber a estatueta). Em 2003, recebeu uma indicação de melhor ator por O Americano Tranquilo, mas acabou perdendo para Adrien Brody em O Pianista. Ele agora conquista um novo público que sempre lembrará de suas parcerias com o diretor Christopher Nolan, especialmente como o carinhoso mordomo Alfred da franquia Batman.

Menção honrosa: Paul Bettany

Ele não podia faltar! Claro, Paul Bettany não é tão mercenário assim. O ator até que tem trabalhado pouco nos últimos anos e escolhido seus papéis mais cuidadosamente depois dos fracassos de Legião e Padre. Mas foram suas (péssimas) escolhas na tentativa de tornar-se um astro que garantiram ao inglês um lugar neste Clube dos Cinco. Afinal, depois de ser mencionado em quase todos os nossos podcasts, você não achou que nós o deixaríamos de fora, nao é?

A sorte de Bettany é que ele provavelmente sairá ileso de qualquer porcaria em que se mete. Afinal...

Divulgação

Sobre o autor:

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