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As músicas das séries Cineclipado

A ideia original do Cineclipado desta semana era pegar a carreira do The Killers e fazer um apanhado geral, desde a época que os caras despontaram para o sucesso embalando os romances dos personagens da série O.C. - Um Estranho no Paraíso. Qualquer semelhança com o tema do Podcast #12 não é mera coincidência. Porém, falar apenas de uma banda (que trabalhou junto com o cineasta Anton Corbijn na cinebiografia Control) me pareceu desperdiçar a oportunidade de falar das músicas de algumas das séries mais legais que surgiram nos últimos anos. Claro que o The Killers merece um comentário especial, afinal, já foi homenageado por Cameron Diaz em O Amor Não Tira Férias e até mesmo com A Saga Crepúsculo: Lua Nova (embora isso não seja lá uma grande homenagem). Mas fora servir de cartão de apresentação da primeira cena da série Jericho (com a música "All These Things That I've Done"), a grande contribuição da banda de Brandon Flowers para o cinema e a televisão foi mesmo: "Mr. Brightside", o tema honorário de O.C.

Algumas séries, na verdade a maioria, possuem trilhas instrumentais. Lost, por exemplo, tem apenas uma abertura rápida e rasteira (além de um tema misterioso de poucos segundos), pouco marcante. Bem ao contrário do tema de Arquivo X, que é tão famoso quanto os temas sobrenaturais enfrentados por Fox Mulder (David Duchovny) e Dana Scully (Gillian Anderson). Mas poucas aberturas instrumentais conseguem ser tão interessantes quanto a de Dexter.

A série estrelada por Michael C. Hall tem uma introdução com um tema envolvente e que tenta familiarizar o público com as compulsões assassinas do personagem principal. Cada momento dos créditos iniciais é como uma analogia para as várias maneiras que Dexter encontra para acabar com suas vítimas. O mais curioso é que essa abertura lembra demais o começo do filme Psicopata Americano, produção norte-americana de 2000 e que tem Christian Bale no papel principal. As duas sequências possuem um gosto peculiar para misturar temas musicais felizes com insinuações violentas e sangrentas.

Charmed, a série de bruxaria produzida por Aaron Spelling, podia ter seus defeitos, mas a abertura com "How Soon Is Now?", do The Smiths, colocava muitos créditos na conta do elenco formado por Alyssa Milano, Rose McGowan, Holly Marie Combs e Julian McMahon. Outra série que não tinha muito para acrescentar (e que a gente assistia mesmo assim) era Buffy - A Caçadora de Vampiros. Assim como acontecia com Charmed, a melhor parte (OK, será que estou exagerando?) da série estava na música de abertura, aqui nas mãos da banda punk Nerf Herder.

Será que você ainda lembra da divertida That 70's Show? Aquela série que se passava nos anos 70 e tinha Mila Kunis e Ashton Kutcher no elenco, inclusive interpretando um casal de namorados. A banda Cheap Trick faz uma versão da canção "In the Street" na divertida abertura.

Jace Everett é um cantor country norte-americano que ganhou popularidade mundial após colocar a faixa "Bad Things" como os créditos iniciais do seriado True Blood. Acreditem se quiser: a canção não foi escrita especialmente para ser tema da história de vampiros tarados criada por Alan Ball. A faixa foi lançada em 2005, no disco de estreia do cantor, e somente quatro anos depois Everett foi convidado para participar da trilha sonora da série. Esse é um daqueles casos em que a música casa com a abertura (um apanhado de imagens bizarras e sem conexões) e que dá o tom perfeito da maioria das coisas que o público irá assistir. A forma como Everett canta os versos é quase tão safada quanto as cenas protagonizadas pelo triângulo amoroso formado por Bill Compton (Stephen Moyer), Eric Northman (Alexander Skarsgård) e Sookie Stackhouse (Anna Paquin). Isso sem lembrar que todos os outros personagens também possuem uma pequena compulsão para cometer pecados todas as noites.

House conta a história de um médico carrancudo e inteligente, capaz de resolver os casos mais complicados gastando apenas um pouquinho de sua capacidade intelectual. Tudo isso sem dar pausas em sua metralhadora verbal (e tão cheia de mágoas, na maioria das vezes) e na sua insensibilidade genuína. Não deixa de ser surpreendente ouvir a sensível "Teardrop", do Massive Attack, como abertura da série. Mas essa música só está aqui por embalar uma bela sequência no vigésimo episódio da primeira temporada da série Prison Break - num momento onde todas as grandes decisões estão tomadas e os personagens ficam refletindo sobre os riscos que irão correr fugindo da cadeia. A batida suave de "Teardrop" é a canção perfeita para criar o clima de tensão crescente necessário.

Para encerrar, sem o menor pudor de ser clichê e dispensando qualquer apresentação, o tema favorito de toda a redação do Cinema em Cena (e de 11 em cada 10 fanáticos por séries) é o que uma banda chamada The Rembrandts fez para um certo seriado sobre seis amigos que se reuniam num café em Manhattan para conversar sobre relacionamentos desastrados, problemas familiares e todas as outras coisas que se fazem na companhia de amigos. Friends marcou toda uma geração e dificilmente será superada.

Menção honrosa para Frank Sinatra cantando o tema da excelente Married With Children, uma das séries mais politicamente incorretas da história da televisão e que por muito tempo foi considerada como Os Simpsons de carne e osso.

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