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Cadê Você, Linda Blair? E aí, meu irmão, cadê você?

Linda Blair ganhou fama ainda muito jovem por sua atuação como a pré-adolescente possuída por forças demoníacas em O Exorcista (1973), filme que elevou o terror a um patamar nunca antes atingido pelo gênero. Mas será que durante sua carreira a atriz conseguiu ser lembrada de outras formas? O que ela tem feito nos dias de hoje?

Divulgação.

Quando criança, Linda Blair apareceu em dezenas de comerciais de TV, na série Hidden Faces (1968) e nos filmes The Way We Live Now (1970) e The Sporting Club (1971), antes de ser inscrita em uma difícil seleção realizada por William Friedkin. Aos 12 anos, conquistou o diretor com sua maturidade, mostrando-se ideal para o papel de Regan em O Exorcista. Sua mãe, Elinor Blair – que não saiu correndo como as outras mães ao descobrirem as cenas mais pesadas no roteiro – fez uma ponta como enfermeira no filme.

Blair foi indicada para o Oscar e ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante. Apesar do reconhecimento por sua performance mirim, a jovem admitiu que preferia ter sido uma princesa da Disney a um monstro nas telas. Na época, ela chegou a sofrer ameaças de morte por fanáticos religiosos e sua casa teve de ser protegida por seguranças seis meses após a estreia do longa. Para piorar a situação, Mercedes McCambridge tentou ofuscar sua popularidade reivindicando os direitos sobre a voz gutural do capetão Pazuzu.

Em seguida, Linda protagonizou produções televisivas com temáticas pesadas como Inocência Ultrajada (1974), A Garota Viciada (1975) e Sweet Hostage (1975), com Martin Sheen. Atuou ao lado de Karen Black no último filme de Gloria Swanson, Aeroporto 1975 (1974), e em Vitória em Entebbe (1976), com Kirk Douglas, Richard Dreyfuss, Elizabeth Taylor e Anthony Hopkins.

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Para tentar se libertar do estigma de “menina do Exorcista”, Linda fez audições para Taxi Driver (1976) e posteriormente para A Lagoa Azul (1980). 1977 foi um ano difícil para ela, que enfrentou problemas familiares e depressão após o completo fracasso de O Exorcista II - O Herege (1977), com Richard Burton. Além disso, foi presa por porte de cocaína na saída do velório dos integrantes da banda Lynyrd Skynyrd.

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Linda Blair em Roller Boogie (1979), com Jim Bray, e em Noite Infernal (1981), com Peter Barton

Após participações mainstream nas séries Ilha da Fantasia e O Barco do Amor em 1982, Blair fez cenas de nudez explícita na produção Correntes do Inferno (1983), seguida por Ruas Selvagens Patrulha Noturna em 1984 e pela montagem barata Prisioneiras da Ilha Selvagem (1985). Foi premiada com o Framboesa de Ouro de Pior Atriz pelos três últimos e como se não bastasse, quebrou a perna durante as filmagens de Presídio, Estadia no Inferno (1985).  Em sua fase mais trash no cinema, ela também pode ser vista em SFX Retaliator (1987).

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Linda Blair foi produtora executiva e protagonista em Grotesque (1988), de Joe Tornatore. Ela não enfrentou problemas apenas com os punks da trama, mas com o título, e desistiu do processo judicial para evitar prejuízo em relação aos escassos lucros que obteve pelo longa.

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Curiosidade: Bruxa - Encontros Diabólicos (1988) é o único longa-metragem que mostra Linda Blair grávida (além da série Assassinato por Escrito, nos anos 80).

No ano seguinte, Blair investiu em uma personagem inusitada na comédia de Bob Logan Up Your Alley (1989), ao retratar uma jornalista que finge ser moradora de rua.

Depois de participar das séries Monsters (1989) e MacGyver (1990), Linda Blair trabalhou novamente com o diretor Bob Logan em A Repossuída (1990). A atriz alegou que a data do lançamento de Exorcista III (dirigido por William Peter Blatty, autor do livro O Exorcista e roteirista do filme de Friedkin) teria sequestrado publicidade da comédia. O ator Leslie Nielsen, de Corra Que a Polícia Vem Aí! (1988), fez o papel do padre na debochada paródia.

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Blair viveu uma enfermeira em Terapia Mortal (1992), de Alec Mills – considerado um "Ozploitation", gênero de longas australianos de horror, comédia e ação de baixo orçamento – e fez uma ponta na série Um Amor de Família (1992). No ano seguinte trabalhou com Bill Pullman no curta Phone (1993). Em 1996, depois do fracasso de Prey of the Jaguar, fez uma ponta em Pânico, de Wes Craven. Ela já havia trabalhado com o diretor no filme para a TV Stranger in Our House (1978). 

Linda dublou as séries Os Novos Caça-Fantasmas (1997) e Godzilla (1999) e o curta Teddy Scares (2006). Scott LaRose a dirigiu na paródia The Blair Bitch Project starring Linda Blair, lançada no mesmo ano que A Bruxa de Blair (1999). Sua última aparição relevante foi na pele de uma detetive na série Sobrenatural (2006) em episódio que tece referências ao Exorcista (1973). Ela atuou ainda no conceituado, porém com distribuição escassa, All Is Normal (2008), em WHOA! (2013) e estará no projeto The Green Fairy (2015), de Dan Frank, que recria os efeitos ocasionados pelo consumo de absinto.

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Ainda que gravações do set mostrem a menina poupada dos eventos sinistros durante as filmagens de O Exorcista, muitos ainda a olham com olhares assustados, pedem para que ela vire a cabeça e a perturbam com menções desagradáveis ao filme mais marcante de sua carreira. Mas ela decidiu usar a fama para divulgar a Linda Blair Worldheart Foundation, ONG sem fins lucrativos que ajuda a localizar abrigo para animais abandonados ou vítimas de maus tratos. Adepta do veganismo, Linda é coautora do livro "Going Vegan!". Ano passado, na ocasião da morte de Dick Smith, ela prestou sua saudosa homenagem à lenda da maquiagem responsável por grande parte das imagens mais assustadoras do cinema, incluindo a possessão de Regan:

Sobre o autor:

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