Apresentando o espectador a uma pequena comunidade fundada para abrigar predadores sexuais condenados por crimes contra menores de idade (já que a lei norte-americana proíbe que estes residam nas proximidades de escolas, igrejas e parques), o documentário dirigido por um casal sueco se entrega à difícil e desconfortável tarefa de humanizar homens e mulheres condenados por pedofilia – mas o fato de a tarefa ser difícil ou desconfortável não a torna menos digna, já que o filme se esforça para demonstrar que, por mais que queiramos enxergar certas pessoas como “monstros”, a realidade é bem mais complexa do que isto. Assim, acompanhar os relatos de indivíduos que normalmente veríamos como seres unidimensionais é algo que nos obriga a enxergar a humanidade por trás destes (o que, claro, não diminui a gravidade de seus crimes) e, neste sentido, o documentário é bem-sucedido. Por outro lado, ele não parece ter muito mais a dizer além de “vejam, são pessoas”, o que representa, no mínimo, um desperdício de oportunidade. 3/5