É curioso notar como a estrutura formulaica de road movie é óbvia, usando a viagem para aproximar os dois personagens, mas ao mesmo tempo eficiente. Parte disso se deve, claro, ao fato de Barry Levinson “colorir” a jornada com rostos reais e locações que trazem sua verossimilhança e sua história à narrativa, mas, em última análise, este é um filme de atores – e não só Hoffman compõe Raymond com um cuidado precioso, sem se entregar a muletas caricaturais (e dedicando uma atenção especial ao olhar vivo, mas vazio, do personagem-título), como Tom Cruise também é peça fundamental para a eficácia da narrativa, transformando o arco de Charlie no centro emocional do longa em uma performance infelizmente subestimada por muitos. 4/5