Decidi fazer Medicina por causa deste filme – decisão errada, motivo certo: a humanidade do médico retratado por Robin Williams aqui é algo que deveria ser comum a todos os membros desta profissão em vez de ser um atributo cada vez mais raro. Aliás, é incrível como Williams captura todos os trejeitos do fabuloso Oliver Sacks com perfeição: a timidez, a maneira de colocar os braços em frente ao corpo como se se defendesse do mundo, a dificuldade em olhar as pessoas nos olhos. Já a performance de De Niro impressiona pela composição física: a maneira como ele retrata os tiques, as contrações involuntárias, as quebras de padrão na fala. Trata-se de um filme tão delicado e ao mesmo tempo tão demolidor. Admiro imensamente, por exemplo, como a diretora Penny Marshall confere importância aos personagens secundários, criando pequenos momentos de humanidade - como a enfermeira que acha que vai ser xingada quando é chamada abruptamente ou a reação de Lucy ao vento. Que filme. 5/5