Você talvez não se lembre desse estranho nome, mas Tuesday Weld foi uma importante atriz antes de interromper sua carreira cinematográfica. Confira agora seus papéis de destaque.
Nascida Susan Ker Weld em 1943, ela trabalhou como modelo desde cedo para sustentar a família após a precoce morte do pai e nunca teve uma relação saudável com sua mãe. Devido à pressão da responsabilidade, aos nove anos sofreu um colapso nervoso; aos dez, virou alcoólatra; um ano depois, passou a namorar homens mais velhos e aos doze tentou se matar. Só então aos treze, após mudar seu nome para Tuesday, começaria sua carreira em Ritmo Alucinante (1956), musical que reuniu grandes astros de rock dos anos 50, como Chuck Berry e Frankie Lymon, e no qual ela foi dublada por Connie Francis nas cenas em que parecia cantar.
Após fazer pontas em O Homem Errado (1956), de Alfred Hitchcock, e em A Delícia de um Dilema (1958), com Paul Newman, Tuesday despontou para o sucesso com a série The Many Loves of Dobie Gillis (1959-1962). Em paralelo às gravações dos episódios, rodou A Vida Íntima de Adão e Eva (1960), de Mickey Rooney e Albert Zugsmith, Dizem que é Amor (1960), de Blake Edwards, e Coração Rebelde (1961), quando viveu um affair com o rei Elvis Presley.
Tuesday já recusou papéis em sucessos como Lolita (1962), Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas (1967), Bravura Indômita (1969), Flor de Cacto (1969) e O Grande Gatsby (1974), alegando que nunca quis ser uma grande estrela. Ela dizia: “Parece que quanto mais você brilha, mais profundo é o buraco em que você cai”.
Tuesday e Frankie Avalon em Bom Mesmo é Amar (1965)
Depois de atuar com Steve McQueen em Quanto Vale um Homem (1963), Tuesday repetiu a parceria em A Mesa do Diabo (1965), filme seguido pela produção Lord Love a Duck (1966), com Roddy McDowall. Ela detestou o método de trabalho do diretor Noel Black em O Despertar Amargo (1968), ao lado de seu primo de terceiro grau Anthony Perkins, com quem contracenou novamente em O Destino que Deus Me Deu (1972), atuação que lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro. Com Gregory Peck, Tuesday rodou O Pecado de um Xerife (1970).
Em Refúgio Seguro (1971), ela dividiu a tela com ninguém menos que Orson Welles e Jack Nicholson, que topou participar do filme em troca de uma TV em cores. Os críticos não gostaram do resultado, mas logo ela recebeu outra nomeação, desta vez para o Oscar, como atriz coadjuvante em À Procura de Mr. Goodbar (1977), de Richard Brooks. Tuesday fechou a década com Nick Nolte em Who'll Stop the Rain (1978).
Ela também foi o interesse romântico e testemunhou o monólogo que mais causou orgulho na carreira de James Caan (já resgatado pela coluna aqui) em Profissão Ladrão (1981), de Michael Mann. Quanto aos outros atores do filme, Willie Nelson e James Belushi continuam em atividade, Robert Prosky faleceu em 2008 e Dennis Farina em 2013. William Petersen, protagonista de Caçador de Assassinos (1986), também de Mann, tem uma ponta na história e, desde 2000, produz e integra o elenco de CSI: Investigação Criminal.
Tuesday continuou próxima a gigantes como Al Pacino em Autor em Família (1982), de Arthur Hiller, e Robert De Niro em Era Uma Vez na América (1984), último longa-metragem do grande diretor Sergio Leone pelo qual ela quase foi premiada com o BAFTA de Melhor Atriz Coadjuvante.
No final dos anos 80, a atriz estrelou Uma Noite Com O Rei Do Rock (1988), comédia de Chris Columbus sobre um jovem que quer sequestrar Elvis Presley para realizar o sonho de sua mãe de conhecê-lo. Já na década seguinte, Tuesday participou de Um Dia de Fúria (1993), filme de Joel Schumacher com Michael Douglas, e Paixão Bandida (1996), com Keanu Reeves. Em 2001, fez ainda Investigating Sex, reencontrando Nick Nolte, e Chelsea Walls, dirigido por Ethan Hawke.
Tuesday Weld foi vista em 2003 no Festival de Cinema de Tribeca e desde então, ao que tudo indica, vive bem distante da imprensa em Aspen, no Colorado. Seus agentes ainda a enviam roteiros, mas ela recusa todos os "papéis de mãe" no cinema e na TV para cuidar de sua família verdadeira.