Vencedor do Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação e indicado à Palma de Ouro de Curta-Metragem do Festival de Cannes, O Homem Que Plantava Árvores (1987) é uma bela e poética animação sobre a paciência, sabedoria e determinação de um senhor em tempos difíceis.
Frédéric Back, nascido na Alemanha e criado na França, dirige o filme baseado no conto homônimo de Jean Giono e narrado pelo ator Philippe Noiret (o Alfredo de Cinema Paradiso). Na trama que começa em 1913, um jovem viajante anda por uma terra árida e sem vida até encontrar Elzéard Bouffier, pastor de ovelhas sem instrução que fala pouco e obedece a uma curiosa rotina: todos os dias, ele planta sementes de árvores na desolada região.
Um dos destaques da obra é certamente o traço utilizado por Back, que dá um estilo impressionista à animação e influenciou artistas como Isao Takahata, diretor de O Conto da Princesa Kaguya (2013). É interessante notar como o ritmo lento da história (que também é o ritmo da vida de Bouffier) fica frenético quando o narrador fala sobre as outras vilas em que seus habitantes individualistas e ambiciosos convivem com vícios, loucuras e assassinatos. O contraste criado é claro e também fica evidente no período das duas guerras mundiais, em que a destruição humana se opõe ao espírito restaurador do pastor.
O Homem Que Plantava Árvores revela o poder de transformação de uma pessoa que, mesmo com aparência cansada, consegue em seu esforço solitário ter esperança nos lugares mais improváveis. A mensagem é simples, mas inspiradora. Confira:
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