Philippe Barcinski, diretor carioca de longas-metragens como Não Por Acaso (2007) e Entre Vales (2012), lançou em 2002 o inspirado curta A Janela Aberta.
Com toques de O Inquilino (1976), de Roman Polanski, a trama apresenta um homem (Enrique Diaz) que, deitado na cama antes de dormir, tenta se lembrar se fechou a janela da sala. É uma situação simples e capaz de acontecer com qualquer um. Porém, quando o protagonista começa a trocar os dias e seus respectivos acontecimentos, notamos a confusão que domina a sua mente.
Revelando a força da montagem ao seguir a lógica de um fluxo de pensamentos rápidos e embaralhados, o filme traz um personagem de certa forma aprisionado na rotina diária de fazer um sanduíche, lavar os pés, ajeitar o quadro, limpar a estante, etc. Seu apartamento, onde ele demonstra seu transtorno obsessivo compulsivo, também o aprisiona e pode representar sua própria mente já exibindo sinais de desgaste (a infiltração na parede). Consequentemente, a janela aberta que o homem insiste em fechar, mas nunca tem certeza se realmente fez isso, simboliza talvez sua psicopatia querendo se libertar.
Indicado à Palma de Ouro de Melhor Curta no Festival de Cannes, o divertido e também perturbador A Janela Aberta foi premiado com o Troféu Candango de Melhor Montagem do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e com o Prêmio de Melhor Curta no Festival Internacional de Cinema de Chicago.
Confira:
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