Quando se fala em comédias do Cinema Mudo, muitos pensam logo em Charlie Chaplin, mas se esquecem daquele que foi um dos principais artistas desse período: Buster Keaton. Talvez por ter seguido um caminho diferente que o do colega (Buster perdeu sua liberdade criativa e enfrentou problemas pessoais, como o alcoolismo), o ator e diretor não seja tão lembrado pelo público. Após o auge de sua carreira na década de 1920, ele não conseguiu papéis de tanto destaque, mas teve boas participações em Crepúsculo dos Deuses (1950), Luzes da Ribalta (1952) e Deu a Louca no Mundo (1963).
Em 1965, quando Buster era um senhor de 70 anos de idade, o diretor Gerald Potterton lançou The Railrodder, o último filme mudo do ator. Não é um curta-metragem que rende risadas do início ao fim e não há as grandes façanhas pelas quais Buster se consagrou (veja as mais marcantes aqui!), mas certamente é uma homenagem, um resgate um pouco melancólico de um ícone do passado.
A história é bem simples: o famoso personagem que nunca muda sua expressão (mesmo com o mundo ruindo ao seu redor) decide viajar de uma ponta à outra do Canadá em uma espécie de carrinho motorizado. Todas as características estão presentes: Buster se transforma ao colocar o conhecido chapéu de barqueiro e continua se inserindo em situações de enorme risco, mas sem perceber o perigo que corre. Além disso, é interessante a decisão do curta de reunir o personagem com os trilhos que fizeram parte de sua trajetória e apareceram em diferentes produções, como General (1926).
A maioria das piadas foi improvisada pelo ator, que recusou dublês para várias cenas, como a que um enorme mapa tampa completamente sua visão (algo que deixou a equipe de filmagem especialmente preocupada). Um ano depois da estreia de The Railrodder, Buster faleceu.
Confira:
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