Gene Wilder, que já era ator de teatro e televisão, não poderia ter uma estreia melhor no cinema. Como nos esquecer do irritante marido rico do casal que pega carona com os criminosos de Bonnie e Clyde - Uma Rajada de Balas (1967)? O filme dirigido por Arthur Penn foi um marco para o surgimento da Nova Hollywood. Logo depois, Wilder protagonizou outro sucesso ao lado dos “produtores” Zero Mostel e Dick Shawn em Primavera Para Hitler (1967), de Mel Brooks.
Mas a próxima década foi certamente a mais prolífica para Wilder. Sempre mais enveredado para a comédia, ele se dividiu em dois papéis – como fez Donald Sutherland – em Mercenários de um Reino em Chamas (1970). Depois, encarnou o inesquecível Willy Wonka em A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971) e foi um médico apaixonado por uma ovelha em Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo E Tinha Medo de Perguntar (1972), de Woody Allen.
Em 1974, Wilder fortaleceu a parceria com Mel Brooks (e começou outra com Cleavon Little) em Banzé no Oeste e O Jovem Frankenstein, que contou ainda com Teri Garr e Marty Feldman. O Pequeno Príncipe (1974), adaptação da obra de Antoine de Saint-Exupéry realizada pelo diretor Stanley Donen, O Expresso de Chicago (1976), com Richard Pryor, e o western O Rabino e o Pistoleiro (1979), com Harrison Ford, fecharam uma era.
O Irmão mais Esperto de Sherlock Holmes (1975) marcou a estreia de Wilder na direção, algo que se repetiu em O Maior Amante do Mundo (1977), um seguimento de Amantes Sensuais (1980), A Dama de Vermelho (1984) – com o premiado hit "I Just Called to Say I Love You", de Stevie Wonder – e Lua de Mel Assombrada (1986), com sua esposa na época, Gilda Radner. Todos esses filmes foram além de dirigidos, estrelados por Wilder.
O ator reencontrou ainda o parceiro recorrente Richard Pryor em Loucos de Dar Nó (1980) e Cegos, Surdos e Loucos (1989). Depois de estrelar As Coisas Engraçadas do Amor (1990), dirigido por Leonard Nimoy, e Um Sem Juízo, Outro Sem Razão (1991), novamente com Pryor, Wilder voltou definitivamente para a TV e protagonizou Something Wilder (entre 1994 e 1995), além de ter vivido a Tartaruga Falsa no televisivo Alice no País das Maravilhas (1999), com Whoopi Goldberg. Mais tarde, em 2002, ele apareceu brevemente na série Will & Grace.
Afastado das telas, Wilder escreve, pinta aquarelas e participa de eventos de caridade. Recuperado de um câncer em 2005, ele lançou seu livro de memórias Kiss Me Like a Stranger: My Search for Love and Art, seguido por My French Whore (2007) - história que se passa durante a Primeira Guerra Mundial - The Woman Who Wouldn't (2008), a coletânea de contos What Is This Thing Called Love? (2010) e o terceiro romance Something to Remember You By: A Perilous Romance (2013).
Em entrevista com Alec Baldwin em 2008, o ator justificou seu afastamento com sua opinião sobre o show business: "Eu percebi que gosto do show, mas não gosto do negócio". Cansado de se deparar com "palavrões, explosões e assassinatos em 3D", Wilder alegou em 2013 que chega a receber (e recusar) mais de 50 roteiros por ano. Mas deixou claro que isso não significa que ele nunca voltará a atuar: "Se for algo maravilhoso, eu faço".
Recentemente, surgiram rumores de que Steven Spielberg estava tentando convencer Wilder a participar de Jogador Nº 1, adaptação do livro de ficção científica de Ernest Cline. Seu trabalho mais recente foi em um episódio da série Yo Gabba Gabba! (2015), dublando um dos personagens.
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