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Documentários sobre pessoas condenadas injustamente Clube dos Cinco

A minissérie Making a Murderer (2015) chamou bastante atenção nas últimas semanas ao contar a impressionante história real de Steven Avery, homem que foi preso e passou 18 anos na cadeia por um crime que não cometeu. Pouco após ser finalmente solto, ele foi tido como o principal suspeito de um assassinato e sua vida mais uma vez tomou um rumo inesperado.

O objetivo da coluna Clube dos Cinco é apresentar outros exemplos de documentários que expõem a fragilidade do sistema e defendem que a justiça nem sempre é infalível. É claro que em muitos casos, inclusive o de Steven Avery, há vários espectadores que não são convencidos e continuam acreditando na culpa dos condenados. Na lista abaixo, também colocamos alguns filmes com histórias que ainda podem gerar dúvidas, mas lembre-se que estamos focando nos pontos de vista dos diretores.

 

A TÊNUE LINHA DA MORTE
The Thin Blue Line, 1988
Diretor: Errol Morris

Errol Morris se consagrou como documentarista e A Tênue Linha Da Morte é provavelmente sua obra-prima. No filme, o diretor reencena o assassinato de um policial de Dallas, Texas, e tenta provar a inocência de Randall Adams, condenado à morte pelo crime. Na noite do dia 29 de novembro de 1976, Adams pegou carona com David Harris, um jovem de 16 anos com quem dividiu algumas cervejas e foi ao cinema, e, mais tarde, voltou ao seu hotel para dormir. Porém, segundo Harris, ambos foram parados por um policial e seu companheiro simplesmente atirou duas vezes no oficial.

Com uma fantástica trilha sonora composta por Philip Glass (O Show de Truman), o documentário de Morris mostra como alguns detalhes da versão contada pelo jovem são extremamente frágeis e como a justiça estava sob bastante pressão para resolver o caso com rapidez e mandar alguém para o corredor da morte (algo que eles não conseguiriam fazer com Harris devido a sua idade).

 

AFTER INNOCENCE
2005
Diretora: Jessica Sanders

After Innocence apresenta a angustiante história de homens encarcerados devido a acusações falsas, que só são inocentados décadas depois por evidências baseadas em testes de DNA. A liberdade é só o começo para esses ex-detentos em seus esforços para reconstruir suas vidas e se reintegrarem à sociedade, com pouco ou nenhum apoio do sistema que injustamente os colocou atrás das grades.

Vencedor do Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance, o documentário mostra como alguns desses homens conseguiram começar uma boa carreira profissional e como outros ainda lutam para obter um emprego decente. No site oficial é possível contribuir com o The Innocence Project, iniciativa sem fins lucrativos criada em 1992 e que serviu de inspiração para o filme.

 

CENTRAL PARK FIVE: A VERDADEIRA HISTÓRIA POR TRÁS DO CRIME
The Central Park Five, 2012
Diretores: Ken Burns, Sarah Burns e David McMahon

Em 1989, cinco adolescentes negros e latinos foram condenados pelo estupro de uma mulher branca no Central Park de Nova York. Detidos, assustados e pressionados até confessarem um crime que não cometeram, os jovens foram rapidamente julgados e passaram anos na prisão para a alegria de uma parcela da população racista que só queria vê-los atrás das grades.

Exibido no Festival de Cannes, Central Park Five também mostra o sistema de justiça arbitrário, a precipitação das conclusões da polícia na análise das evidências e, sobretudo, o poder e a manipulação do caso pela imprensa sensacionalista.

 

WITCH HUNT
2008
Diretores: Don Hardy Jr. e Dana Nachman

“Há mais de dois milhões de pessoas nas prisões norte-americanas hoje. Este filme é dedicado às milhares delas que são realmente inocentes.” Assim começa Witch Hunt, em que o produtor executivo Sean Penn (Sobre Meninos e Lobos) narra a história de várias famílias que tiveram suas vidas destruídas por acusações indevidas de abuso sexual infantil.

O documentário denuncia o sistema de justiça através de entrevistas com os moradores de Bakersfield, uma cidade californiana relativamente pequena, e mostra como um procurador distrital em um mandato de quase três décadas ajudou a condenar sem evidências concretas mães e pais inocentes da classe trabalhadora.

 

Trilogia PARAÍSO PERDIDO
1996, 2000 e 2011
Diretores: Joe Berlinger e Bruce Sinofsky

A trilogia composta por O Paraíso Perdido: Assassinatos de Crianças em Robin Hood Hill (1996), América Nua e Crua: Paraíso Perdido 2 (2000) e Paraíso Perdido 3: Purgatório (2011) analisa as várias etapas relacionadas a um crime que envolveu o assassinato brutal de três crianças de oito anos de idade em uma cidade pequena de West Memphis, Arkansas.

Na época, os jovens Damien Echols, Jason Baldwin e Jessie Miskelley foram condenados sem provas concretas e muitos acreditam que eles foram julgados mais pela aparência (roupas e cabelos pretos), gosto musical (rock) e aparente conexão com satanismo. Assim como outros exemplos dessa lista, havia muita pressão para resolver o caso de uma vez e a polícia não estava preparada para lidar com uma investigação desse nível, chegando inclusive a ignorar outros potenciais suspeitos.

 

Menções Honrosas

* The People vs. Paul Crump (1962), de William Friedkin
* Scottsboro: An American Tragedy (2000), de Daniel Anker e Barak Goodman
* Murder on a Sunday Morning (2001), de Jean-Xavier de Lestrade
* The Trials of Darryl Hunt (2006), de Ricki Stern e Anne Sundberg
* The Last Word (2008), de Jesse Quackenbush
* Giving Up Tomorrow (2011), de Michael Collins
* An Unreal Dream: The Michael Morton Story (2013), de Al Reinert, John Dean e Nellie Gonzalez
* A Murder in the Park (2014), de Christopher S. Rech e Brandon Kimber

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