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REPORTAGEM Joaquim: um herói desconstruído Brasil em Cena

Um filme histórico sem nenhuma batalha épica, que começa com um depoimento além-túmulo, revelando toda a trama, e transforma um herói nacional em um homem comum. “Joaquim”, o quinto longa dirigido por Marcelo Gomes, é um relato ficcional sobre o período que antecede a participação de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, na Inconfidência Mineira. O filme fez sua estreia mundial no Festival de Berlim deste ano e estreia nesta semana no Brasil.

Coprodução luso-brasileira, “Joaquim” foi realizado pela REC Produtores e Ukbar Filmes, em associação com a Wanda Films, da Espanha. Veio do produtor espanhol a ideia de retratar Tiradentes na obra. “Aceitei com a condição de ter a liberdade de escolher o recorte da história que eu quisesse”, disse Marcelo Gomes ao Cinema em Cena no dia da pré-estreia nacional de “Joaquim”, em São Paulo. Gomes também assina o roteiro do filme, que foi rodado em 2015, na cidade de Diamantina, em Minas, e arredores.

Esse recorte é o século 18, do Brasil colonial, enfrentando o declínio na produção de ouro. Uma minoria portuguesa governa de forma autoritária e corrupta uma sociedade composta, em sua maioria, por escravos africanos, indígenas e mestiços. Joaquim é um militar de destaque na captura de contrabandistas de ouro. Ele espera que sua dedicação seja recompensada com uma patente de tenente para que possa comprar a liberdade da escrava Preta, por quem é apaixonado. A promoção nunca chega, ele se desespera. Neste momento, Joaquim é designado para uma arriscada missão: encontrar novas minas de ouro no temido Sertão Proibido. Cumpri-la será a única forma de conseguir sua promoção e a liberdade de sua amada.

O personagem principal de “Joaquim” é vivido pelo ator Julio Machado, paulista de Jundiaí cuja carreira começou pelo teatro, aos 12 anos de idade. Com mais de vinte anos de trajetória nos palcos, duas novelas e participações em curtas, Machado desempenha no longa seu primeiro protagonista em uma produção audiovisual. “Os sete anos em que trabalhou no filme serviram para o Marcelo ter uma ideia muito clara do que ele queria. E foi justamente esse Joaquim desconstruído que me encantou.”

Isabél Zuaa, que interpreta a escrava Preta, é uma atriz, cantora, bailarina e performer portuguesa, nascida em Lisboa. Filha de pais africanos, ela se mudou para o Rio de Janeiro em 2010, para estudar Artes Cênicas. “Pais africanos, nascida em Portugal, atuando no Brasil: minha história é um verdadeiro triângulo amoroso”, comenta Isabél.

“Joaquim” estreia nesta quinta-feira, dia 20 de abril, no circuito comercial brasileiro. Leia também as entrevistas exclusivas do Cinema em Cena com o diretor Marcelo Gomes e com os atores Isabél Zuaa e Julio Machado.

Sobre o autor:

Alessandra Alves é jornalista com múltiplos interesses. Além do amor pelo cinema, pela música e pela literatura, também atua no jornalismo esportivo e na comunicação corporativa. Paulistana, corintiana, feminista e inimiga de fascistas, assina a coluna "Brasil em Cena", de entrevistas e reportagens sobre o cinema brasileiro contemporâneo.
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