Assim como me veio a ideia de fazer da sexta-feira o dia para dar alguns destaques da semana, pensei no domingo como um dia pra chamar atenção daquilo que está com os dias contados nos streamings. O problema é que às vezes filmes entram e saem nas plataformas sem pedir licença e a maioria delas não traz uma guia com a informação de quais obras deixarão o catálogo. Algo que só identifiquei na HBO Max, com o inconveniente de não informar quando realmente sairão e, de forma muito mais completa, na MUBI e no Belas Artes à La Carte.
De qualquer forma, a gente vai se virando (para a Netflix há sites e aplicativos alternativos que ajudam a monitorar), principalmente porque sempre aparece algo com exibição única ou num curto espaço de tempo, como o nosso primeiro destaque, que só pode ser visto HOJE:
- Já Que Ninguém Me Tira Para Dançar, de Ana Maria Magalhães, é um documentário com farto material de arquivo, inclusive restaurado, sobre Leila Diniz, atriz e um dos grandes símbolos do feminismo no início da Ditadura no Brasil, que teve a vida e uma carreira no auge interrompidas por um trágico acidente, com apenas 27 anos de idade. “Toda mulher é meio Leila Diniz”, imortalizou a Rita Lee, e o filme é uma oportunidade de resgatar a memória e importância da luta desta mulher que desafiou as autoridades militares num dos maiores momentos de repressão e censura (a decisão de censurar previamente a imprensa foi apelidada de “Decreto Leila Diniz”), e que, quem sabe, alcance um novo público que talvez ainda não a conheça. O documentário estará em exibição hoje, 16/01, entre as 19h e 23h, GRATUITAMENTE, no Itaú Cultural Play. Apenas um cadastro simples é necessário;
Filmes com Leila Diniz que podem ser vistos em streaming (em sua maioria no Youtube, e em qualidade baixa ou média, graças ao descaso com nossa cultura e memória):
Todas as Mulheres do Mundo, de Domingos de Oliveira (1966): GloboPlay
Mineirinho, Vivo ou Morto, de Aurélio Teixeira (1967): Youtube
Edu, Coração de Ouro, de Domingos de Oliveira (1968): Youtube
Fome de Amor, de Nelson Pereira dos Santos (1968): Youtube
O Homem Nu, de Roberto Santos (1968): Youtube
A Madona de Cedro, de Carlos Coimbra (1968): Youtube
Os Paqueras, de Reginaldo Faria (1969): Youtube
Azyllo Muito Louco, de Nelson Pereira dos Santos (1970): Youtube
Mulheres de Cinema, de Ana Maria Magalhães (1978): Youtube
- Let The Bullets Fly é para aqueles dispostos a elevar a “suspensão de descrença” ao quadrado, como um bom cinema de gênero chinês deve ser. Comédia, faroeste spaghetti e bastante frenético, é como ver um looney tunes com gente de carne e osso - um deles o astro Chow Yun-fat, divertindo-se como nunca. Esta pérola da década passada pode ser vista até o dia 19/01 na Netflix;
- Boy Erased: Uma Verdade Anulada não teve a repercussão esperada quando lançado em 2018, embora não seja de jogar fora. Dirigido pelo ator Joel Edgerton, é a história de um jovem cujos pais religiosos enviam-no para uma terapia de conversão ao descobrir a homossexualidade do filho. Convencional, mas de temática de interesse e sustentado pelas interpretações do sempre ótimo Lucas Hedges, Nicole Kidman e Russell Crowe. O filme pode ser visto até o dia 21/01 na Netflix;
E aproveitando: mais explosivo, Tremores traz temática semelhante, e por enquanto o filme do guatemalteco Jayro Bustamante está disponível para aluguel apenas no NOW; e o primeiro longa de Edgerton como diretor também vale a pena mencionar - o suspense O Presente está disponível no Amazon Prime e na HBO Max, além de aluguel/compra no Google Play e na Apple TV.
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