Alguns dos filmes com os dias contados nos streamings do país e que valem a pena priorizar:
Na Netflix, se você está lendo isto aqui no dia da publicação, 20/02, ainda dá tempo de ver Cinemas, Aspirinas e Urubus (2005), do pernambucano Marcelo Gomes, um dos mais bem acabados produtos de nosso cinema na época, em que filme de estrada, sertão e História estão numa narrativa cinematográfica ainda pouco usual no cinema da retomada. O outro destaque deixando a plataforma é o remake Bravura Indômita (True Grit, 2010), dos Irmãos Coen, que pode ser visto até o dia 21/02. O filme teve a duvidosa honra de receber 10 indicações ao Oscar e não vencer nenhum, mas revelou a atriz Hailee Steinfeld, indicada como Coadjuvante (mesmo sendo a protagonista) aos 13 anos de idade;
A plataforma do Sesc Digital, como já dito várias vezes, é gratuita e sem necessidade de cadastro. O fim do mês se aproximando infelizmente levará muita coisa junto que está lá pra ser visto com um único clique. Chamo atenção para três nacionais que ficam até o dia 28/02: o documentário sobre alguns dos maiores artistas de todos os tempos, Filhos de João: Admirável Novo Mundo Baiano (2008), o mineiro Ela Volta na Quinta (2015) e a distopia Divino Amor (2019). Imperdível também, e saindo na mesma data, é Em Busca da Vida (2006), de um dos maiores nomes do cinema mundial, o chinês Jia Zhangke, que constrói narrativas inusitadas em que histórias pessoais e transformação das cidades caminham juntas.
Com fim do mês chegando, o massacre maior fica por conta da MUBI Brasil, com quantidade e qualidade nos filmes que estarão disponíveis apenas até o dia 28: nove filmes da húngara Márta Mészáros, inclusive o seu Adoção (1975), Urso de Ouro em Berlim, o primeiro dado a uma obra dirigida por cineasta mulher; As Três Coroas do Marinheiro (1983), obra fascinante e sem igual de Raúl Ruiz; o filme-testamento de Manoel de Oliveira, Visita, Ou Memórias e Confissões (1982), que só foi lançado após a sua morte mais de 30 anos depois; os únicos três filmes de Kiyoshi Kurosawa disponíveis, Creepy (2016), Antes Que Tudo Desapareça (2017) e O Fim da Viagem, O Começo de Tudo (2019), tão diferentes entre si (horror, crime, invasão alienígena, drama) e igualmente estimulantes; e o grandioso O Cemitério do Esplendor (2015), do tailandês Apichatpong Weerasethakul, cineasta dos mais admirados do mundo com seu cinema encantado em que sensações, materialidade, espíritos, lendas, história e política, corpo e desejo, convivem em narrativas que refletem o mundo em todo o seu mistério e fabulação. Há outros tantos filmes deixando a plataforma, e a lista completa pode ser vista aqui.
Está rolando um Festival de Cinema Japonês online e gratuito, e vai até o próximo dia 27/02. Muita coisa nova que foi lançada no Japão e que dificilmente poderemos ver de outra forma. Há legendas em português e pelo menos um filme imperdível pra quem ainda não conhece: Rashomon (1950), de Akira Kurosawa, único clássico do evento.
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