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Cinco filmes que se passam em um só dia Clube dos Cinco

Aproveitando que Antes da Meia-Noite está em cartaz no Brasil, neste Clube dos Cinco nós elegemos alguns de nossos filmes favoritos que se passam no tempo de um dia. Diga qual é o seu nos comentários abaixo!

Depois de Horas (After Hours, 1985, EUA, dir.: Martin Scorsese) - por Heitor Valadão

Uma noite. Um malfadado encontro. Um único objetivo: voltar para casa. Ler tais palavras dão a impressão de que estamos falando de refugiados em um país distante, quando na verdade falamos apenas de Griffin Dunne perdido Nova York afora. No que talvez seja a pior sucessão de mal-entendidos da história, um homem acaba vagando pelo bairro do Soho, sem dinheiro e completamente perdido.

Cercado pelos mais estranhos personagens que testam sua paciência e sanidade a cada momento, Dunne, que hoje também dedica-se à carreira de diretor, acabou recebendo uma indicação ao Globo de Ouro por sua interpretação. Infelizmente, naquela época, essa pequena joia de Martin Scorsese não foi muito bem recebida nos EUA, mas deu a ele o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes daquele ano.

 

Curtindo a Vida Adoidado (Ferris Bueller's Day Off, 1986, dir.: John Hughes) - por Renato Silveira

Ícone de uma década e herói de várias gerações, Ferris Bueller é o personagem mais lembrado dentre os criados por John Hughes (responsável por outros clássicos dos anos 80 como Clube dos Cinco, Gatinhas e Gatões e Mulher Nota 1000). E não só do cineasta, mas também da carreira de seu intérprete, Matthew Broderick.

Tudo começa como mais um dia qualquer na vida do insolente, rebelde e espirituoso Ferris. Ele não quer ir à aula e convoca a namorada Sloane (Mia Sara) e o amigo Cameron (Alan Ruck) para acompanhá-lo. Fugindo do diretor Rooney (Jeffrey Jones) e da irmã Jeanie (Jeniffer Grey), sem falar nos pais (Lyman Ward e Cindy Pickett), Ferris acaba contagiando a todos em seu “dia de folga” quando toma o microfone durante uma parada no centro da cidade e coloca todo mundo para dançar ao som de “Twist and Shout”. Ao final, nem mesmo o conservador Cameron resiste. Um genuíno revolucionário, esse Ferris!

Um Dia de Fúria (Falling Down, 1993, EUA/França/Reino Unido, dir.: Joel Schumacher) - por Renato Silveira

Diretor com mais baixos do que altos em sua carreira, Joel Schumacher tem um de seus acertos neste filme catártico escrito por Ebbe Roe Smith e protagonizado por Michael Douglas. O ator interpreta o recém-divorciado William Foster, cujo dia só fica pior quando ele é demitido, fica preso em um engarrafamento, o ar-condicionado do carro não funciona e ninguém parece querer ajudá-lo – nem mesmo a atendente de uma lanchonete.

Em sua jornada através de Los Angeles para conseguir entregar um presente de aniversário para a filha, “D-Fens” se torna um emblema da insatisfação, stress, tristeza e frustração de um cidadão urbano, embora controverso na forma violenta como extravasa sua raiva, sem que o filme faça concessões quanto a isso.

Magnólia (Magnolia, 1999, EUA, dir.: Paul Thomas Anderson) - por Luísa Teixeira de Paula

Em três horas e oito minutos de Magnólia, Paul Thomas Anderson (O Mestre) conseguiu abarcar um dia na vida de nove personagens que inicialmente aparentam não possuir qualquer conexão. Baseado na busca por perdão, felicidade e esperança, o longa nos apresenta aos arredores da rua Magnólia, em Los Angeles e ao produtor de TV com câncer em estado terminal, sua mulher, seu enfermeiro e o filho que abandonou com 14 anos, além do âncora de um programa televisivo que também descobre possuir a doença, a filha que o acusa de abuso, o policial que precisa ir até a casa dela depois de uma denúncia e o menino gênio prestes a bater o recorde do programa, quebrado por outro garoto que cresceu e agora é um quarentão fracassado.

Com algumas referências bíblicas e um final que merece ser revisto várias vezes, Magnólia não acredita em meras coincidências. Que o diga o psicanalista inglês Winnicott.

Cosmópolis (Cosmopolis, 2012, Canadá/França/Portugal/Itália, dir.: David Cronenberg) - por Luísa Gomes

Eric Packer (Robert Pattinson) tem um simples desejo: cortar seu cabelo do outro lado da ilha de Manhattan. Mas quando se trata de um filme de David Cronenberg (A Mosca), nada é tão simples quanto aparenta ser. Em menos de 24 horas, nos deparamos com revoluções, assassinatos, questionamentos existenciais e até mesmo uma consulta médica bizarra, tudo dentro do microcosmo da limusine de Packer.

Ao mesmo tempo, Cronenberg questiona o sistema capitalista atual, a objetificação do homem, a frieza nas relações humanas contemporâneas e uma juventude perdida. A cultura cyber punk mostrada pelo cineasta é pessimista em relação à evolução da tecnologia e é gerada pela explosão do consumo desenfreado. Nada para Packer existe se está fora de sua limusine, nem mesmo seus ideais.

Agora é a sua vez! Deixe sua contribuição para o nosso clube nos comentários abaixo e compartilhe com os amigos!

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