Depois que a série Veronica Mars conseguiu financiamento junto a seus fãs, através do site Kickstarter, para se tornar um filme, a produção de projetos que os estúdios veem com reservas pode ser facilitada. E pensando nisso, nós escolhemos outras cinco séries canceladas que gostaríamos muito de ver novamente, mesmo que seja por uma última vez, em formato de filme.

24 Horas (2001-2010) – por Luísa Teixeira de Paula

Transformar o formato inovador da série, que mostrava em tempo real os acontecimentos de um dia na vida de Jack Bauer (sempre em 24 episódios de uma hora por temporada), sem transformar o filme em mais um dos muitos títulos de ação disponíveis é o principal desafio do diretor que se propuser a adaptar 24 Horas para o cinema. Antoine Fuqua (Dia de Treinamento) foi, por muito tempo, cotado para isso, mas desmentiu recentemente um provável longa.

Para fugir um pouco da fórmula explosões-monumentais-e-bandidos-que-possuem-cada-vez-mais-recursos-tecnológicos, uma provável adaptação poderia seguir a onda que impera no universo dos super-heróis e focar nos dramas internos de Jack Bauer. Ser um herói não implica necessariamente dar a vida pela nação sem que existam dúvidas. Combinar a humanidade do agente à sua vocação para lutar contra criminosos internacionais pode ser o ingrediente certo para resgatar a narrativa da série que ganhou cinco Emmys. 

A  saga do agente interpretado por Kiefer Sutherland foi vista nas TVs de todo o mundo durante as oito temporadas que foram ao ar entre 2001 e 2010. No Brasil, o seriado foi transmitido pelo canal a cabo Fox e pela Globo. 

That ‘70s Show (1998-2006) – por Larissa Padron

O filme That ‘90s Show começa com a passagem de ano de 1989 para 1990, quando os amigos Eric (Topher Grace), Donna (Laura Prepon), Kelso (Ashton Kutcher), Fez (Wilmer Valderrama), Hyde (Danny Masterson) e Leo (Tommy Chong) decidem passar o Ano Novo juntos, na companhia dos pais de Eric, Red (Kurtwood Smith) e Kitty (Debra Jo Rupp), e do pai de Donna, Bob (Don Stark).

Acompanhamos a partir daí o início da década de 90, com Donna e Eric com seus filhos pequenos e a descoberta da gravidez de Fez e Jackie, que agora é uma famosa atriz de comerciais. Enquanto isso, Kelso tenta lidar com a madura vida de pai de uma pré-adolescente e Hyde com a descoberta de um novo amor. Tudo isso não acontece sem que Red insulte a todos, é claro. 

A data de lançamento? 2016, quando o fim da série completará dez anos. Oportunidade perfeita.

Friends (1994-2004) – por Luísa Gomes 

É inquestionável a popularidade mundial da sitcom americana de 1994, Friends. A série conquistou, com seus dez anos de exibição, milhares de fãs e influenciou fortemente a cultura pop americana. Os dados do seriado confirmam ainda mais isso: a temporada com maior audiência teve média de 24 milhões de espectadores por episódio e o episódio final levou 52 milhões de pessoas para frente da televisão, um dos maiores índices de audiência registrados na emissora NBC.

O segredo de Friends é não abusar de enredos e personagens complexos, e, sim, retratar atividades cotidianas de uma forma leve e engraçada de forma que a pessoa que está do outro lado possa se identificar. A amizade leal entre Phoebe, Rachel, Ross, Joey, Monica e Chandler é outro fator que cativa.

Enredos para um longa-metragem da série são o que não falta: como está a vida de Chandler e Monica no subúrbio com os gêmeos? Será que Joey finalmente conseguiu engrenar na carreira de ator? A quantas anda o relacionamento de Ross e Rachel? Phoebe fez sucesso nacional com "Smelly Cat"? Seria interessante, ainda, explorar a história de uma reunião dos seis amigos depois de anos separados e descobrirmos, junto com os personagens, em que etapa da vida eles se encontram. 

Caverna do Dragão (1983-1985) – por Renato Silveira

Se os produtores de Caverna do Dragão usarem o Kickstarter para viabilizar um filme que encerra a saga dos jovens Hank, Eric, Diana, Sheila, Presto e Bobby, eles certamente conseguiriam dinheiro para produzir uma trilogia inteira. Pelo menos, no que depender dos fãs brasileiros. Afinal, a série animada foi tirada do ar sem uma conclusão e os seus espectadores cresceram com a dúvida na cabeça: os amigos conseguiram ou não sair do Reino e voltar para casa?

Embora o papo de um filme baseado na série já tenha surgido, ainda que em forma de boato, o público só chegou a encontrar a resposta sobre o final de Caverna do Dragão na internet. Primeiro, surgiu a descrição de um suposto último episódio, trazendo revelações como o Mestre dos Magos e o Vingador serem demônios e a unicórnio Uni ser usada para manter os garotos longe da saída do Reino (que seria o Inferno, no fim das contas). Depois, uma versão do roteiro real do derradeiro capítulo vazou na internet e encontra-se disponível para download, tendo inclusive sido transformada em quadrinhos, em 2011, pelo brasileiro Reinaldo Rocha.

Propriedade da Marvel, Caverna do Dragão poderia muito bem render uma formidável franquia live-action, ainda mais em tempos de hobbits.

Manimal (1983) – por Heitor Valadão

Transformar um ator em um animal usando a ferramenta Morph é algo extremamente simples nos dias de hoje. Já nos anos 80, as coisas eram bem mais complicadas. Para que um homem se tornasse uma águia, uma pantera ou uma cobra, eram necessárias criaturas vivas no set de filmagens, já que as criações digitais ainda eram inexistentes. O produtor Glenn Larson, responsável por muitos clássicos da TV como Magnum, A Super-Máquina e Galáctica: Astronave de Combate, bem que tentou. Filmou com bonecos e efeitos práticos diversas transformações do professor Jonathan Chase, interpretado por Simon MacCorkindale, que eram exibidas à exaustão em cada episódio. Manimal durou apenas oito episódios, exibidos repetidamente na Globo. 

Infelizmente, devido à sua curta vida, nunca descobrimos exatamente como o professor ganhou seus poderes. A própria apresentação dava uma ideia de que seria uma “herança mágica” de seu falecido pai enquanto moravam na África. Um novo filme explorando esta origem, envolvendo espíritos da selva e quem sabe um “vilão da semana” viria bem a calhar.

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