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Cinco diretores que fazem pontas em seus próprios filmes Clube dos Cinco

Uma marca registrada de Alfred Hitchcock era fazer breves participações especiais em seus filmes. Ao todo, são 39 aparições em 52 longas.

Para este Clube dos Cinco, nós selecionamos mais alguns diretores que também decidem brincar com o público e com os atores, fazendo papéis pequenos, mas memoráveis.

Roman Polanski - por Larissa Padron

Assim como Woody Allen, seu companheiro em controvérsias, Roman Polanski também gosta de atacar como ator, às vezes até em filmes dirigidos por outras pessoas. Polanski fez participações muito pequenas e não creditadas em dois de seus longas, Faca na Água (1962) e Repulsa ao Sexo (1965), até resolver protagonizar um, A Dança dos Vampiros (1967), algo que ele iria repetir em O Inquilino (1976).

No entanto, a participação mais notória de Polanski em um de seus filmes está em Chinatown (1974), quando o diretor decide dar uma lição em seu amigo Jack Nicholson, sendo o responsável por ele passar o filme todo com um curativo no nariz.

Mas Polanski está distante da frente de suas câmeras já há um bom tempo: a última participação foi como um motorista de táxi em Busca Frenética, de 1988.

Quentin Tarantino - por Luísa Teixeira de Paula

Desde seu primeiro trabalho, o não finalizado Love Birds in Bondage, de 1983, Quentin Tarantino aparece em momentos-chave de alguns de seus filmes, em pontas que revelam o humor característico do diretor americano. Nazista escalpelado em Bastardos Inglórios (2009), ele foi a voz da secretária eletrônica em Jackie Brown (1997), um estuprador em Planeta Terror (2007), um dono de bar em À Prova de Morte (2007) e o Jimmie, de Pulp Fiction (1994).

Sua última aparição, como um trabalhador australiano em Django Livre (2012), reafirma o tom presente em seus filmes: ironia, violência e humor, não necessariamente nesta ordem.

Mas talvez a mais famosa de suas atuações tenha sido em Cães de Aluguel, de 1992. Em uma discussão com Mr. Pink (Steve Buscemi), Tarantino afirma que a canção "Like a Virgin", de Madonna, não é sobre o amor, mas a respeito de um cara bem dotado. A participação acabou lhe rendendo um disco autografado: "Querido Quentin, é sobre amor, não é sobre pau. Madonna."

M. Night Shyamalan – por Renato Silveira

Depois de O Sexto Sentido (1999), M. Night Shyamalan foi precocemente rotulado como o novo “Mestre do Suspense”. Afinal, além de ter criado um clássico instantâneo do gênero, o cineasta foi comparado a Hitchcock por também fazer uma ponta no filme. Ele interpreta o pediatra que examina o personagem de Haley Joel Osment depois da “brincadeira” que fazem com ele na festa de aniversário.

Desconhecido do público até então, Shyamalan deixou a fama subir à cabeça e suas pontas se transformaram em papéis cada vez maiores. Em Corpo Fechado (2000), ele aparece como um homem suspeito que Bruce Willis aborda na fila de entrada do estádio. Em Sinais (2002), ele é o motorista que causou o acidente que matou a mulher de Mel Gibson.

Em A Vila (2004), ele só dá as caras no final, como o guarda que lê um jornal – uma ponta que poderia ser insignificante, se não servisse para fazer a grande revelação da trama. Por fim, em A Dama na Água (2006), Shyamalan se escalou como o escritor que terá que ajudar a salvar a protagonista – e o mundo.

Talvez devido às fortes críticas que passou a receber a cada novo filme, o cineasta decidiu voltar a fazer pontas discretas. Em Fim dos Tempos (2008), nós apenas ouvimos a sua voz no telefone de Zooey Deschanel. Em O Último Mestre do Ar (2010), o diretor é um dos soldados da Nação do Fogo e podemos ver seu rosto por alguns segundos, mas ele sequer é creditado pela participação.

Agora é esperar para descobrir onde estará Shyamalan em Depois da Terra.

Peter Jackson - por Heitor Valadão

Alguns diretores podem até gostar de aparecer em seus filmes por algum motivo nobre. Aparentemente, este não é o caso de Peter Jackson. O corpulento diretor não apenas é visto em momentos “piscou, perdeu”, mas às vezes surge em situações bastante inusitadas. E em muitas delas irreconhecível! Seja como um piloto de avião, um mendigo ou um simples passante que solta um arroto para a câmera, Jackson sempre dá um jeito de fazer pontas em seus filmes. E, de vez em quando, ainda inclui os filhos. Seus rebentos estão nos três episódios da franquia O Senhor dos Anéis. Quando a câmera focar em um casal de crianças bochechudas e de cabelos anelados, não se engane, são os herdeiros do diretor.

Martin Scorsese - por Heitor Valadão

“Ah, deixa que eu mesmo faço” é a frase que define as participações especiais do diretor Martin Scorsese. Ao contrário dos diretores que planejam e fazem questão de interpretar certos personagens, Scorsese tem em sua inexplicavelmente humilde personalidade o hábito de quebrar o galho. Ao ver que um figurante está ausente ou que uma cena teve que sofrer uma pequena alteração de última hora, o diretor não hesita em exercitar sua veia de ator. Mas ao contrário de Peter Jackson, sua grossas sobrancelhas e voz anasalada entregam quem é o intérprete daquele pequeno papel. Pouco importa. O talento de Scorsese em contar a história ofusca qualquer chance do espectador de se desligar do filme para pensar “aquele ali não é o diretor do filme?”

Uma memorável ponta de Scorsese está em Taxi Driver (1976), como um dos passageiros de Robert De Niro. 

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