A banda TOOL, atualmente formada por Adam Jones, Maynard James Keenan, Danny Carey e Justin Chancellor, surgiu oficialmente nos anos 90, ao lançar a fita demo 72826 (1991), ainda com influências grunge e sob o rótulo “metal alternativo”. O frontman Maynard divide atenção com seus projetos paralelos A Perfect Circle e Puscifer. A mais recente turnê do TOOL ocorreu nos Estados Unidos em março deste ano, conforme consta no site oficial da banda.
Cultuado pela originalidade sonora, cujo estilo é de difícil definição, com a evolução dos próximos álbuns o grupo se aproxima do “metal progressivo” e até do “artrock”. Mas o sucesso do TOOL se deu principalmente pelos polêmicos videoclipes, entre os mais perturbadores da história (Marilyn Manson perde a disputa pelo trono, já a banda japonesa Dir en Grey não temos tanta certeza). A direção é mérito do guitarrista Adam Jones, responsável pela identidade visual da banda, manifesta na maioria das capas e encartes.
Jones foi assistente de maquiagem na série Monsters (1988) e parte da equipe de efeitos especiais de vários filmes, principalmente ligados ao terror: A Hora do Pesadelo 4: O Mestre dos Sonhos (1988) e A Hora do Pesadelo 5 - O Maior Horror de Freddy (1989); Cemitério Maldito (1989); e Os Caça-Fantasmas 2 (1989). A exceção ao gênero veio em Dança com Lobos (1990), western dirigido e estrelado por Kevin Costner.
No departamento de arte do Stan Winston Studio, Jones passou a ser creditado por seus trabalhos com diretores renomados em longas que dispensam apresentações: Edward Mãos de Tesoura (1990) e Batman - O Retorno (1992), ambos de Tim Burton; O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991), de James Cameron; e ainda Jurassic Park (1993), de Steven Spielberg.
Na época do EP Opiate (1992), o vídeo de estreia do TOOL, “Hush” (1992), surgiu a partir de uma ideia de Maynard. Rodado em preto e branco, mostra os integrantes da banda vestidos apenas por uma tarja, versão debochada do adesivo "Parental Advisory", presente como alerta em muitos produtos musicais supostamente agressivos à boa moral:
A partir do primeiro álbum de estúdio, Undertow (1993), Jones passou a se dedicar ao TOOL e a seus videoclipes, a começar por “Sober” (1993), dirigido ao lado de Fred Stuhr. O vídeo atraiu a atenção das principais revistas especializadas, como a Billboard e a Rolling Stone, por suas imagens inovadoras e pela ausência de um enredo óbvio:
“Prison Sex” (1994), por outro lado, foi censurado e retirado de circulação. As metafóricas referências ao abuso infantil, inclusive na letra escrita por Maynard, foram consideradas obscenas. Em defesa, os autores ressaltaram ser uma interpretação surrealista do crime:
Do segundo disco do TOOL, Ænima (1996), continuam as pesadas representações da bombástica “Stinkfist” (1996), que teve trechos da letra alterados nas exibições na MTV:
A faixa-título “Ænima” (1997) ganhou uma versão estendida e sem cortes do clipe para a compilação Salival (2000). Assista, se tiver estômago:
Retirada do disco Lateralus (2001), uma das mais fantásticas e simbólicas canções da banda – cuja performance ao vivo, assim como “Ænima”, garantiu o Grammy – foi transposta para o vídeo “Schism” (2001):
No ano seguinte, a faixa “Parabol/Parabola” (2002) ganhou mais um clipe de Jones:
O último disco do TOOL até o momento, 10,000 Days (2006), venceu novamente o Grammy. O clipe de “Vicarious” (2007) rompeu com a tradição de animações em stop motion e teve suas complexas imagens produzidas inteiramente por meio de computação gráfica (CGI):
A banda é alvo de um verdadeiro culto por seus fãs enlouquecidos, que produzem uma extensa gama de outros vídeos para homenageá-los. Se os clipes – oficiais ou não – do TOOL causarem algum tipo de intolerância visual ou psicológica, há também a opção de jogar (ou melhor, tocar) algumas faixas deles no game Guitar Hero. Mas ideal mesmo é ouvir os discos, que possibilitam uma verdadeira viagem musical e, por que não, uma experiência profunda e transcendental.