A banda islandesa Sigur Rós preparou uma maneira pouco convencional para a divulgação do disco Valtari, lançado no primeiro semestre. Em maio a banda anunciou um projeto chamado Mystery Film Experience, no qual vários artistas foram convocados para dirigir clipes para as faixas do CD.

Os diretores convidados tiveram espaço e liberdade para trabalhar com as músicas da maneira que fosse mais conveniente, sem lidar com nenhuma pressão da banda ou mesmo tomando conhecimento do material produzido pelos outros nomes envolvidos. Mesmo com um orçamento limitado, os resultados estão funcionando bem, com dez vídeos lançados até o momento. O mais recente deles é estrelado por Aidan Gillen (Game of Thrones). Confira a lista completa:

“Ég anda”, de Ragnar Kjartansson

Foi o primeiro vídeo da série e apresenta dois homens jantando. Um deles engasga e o outro logo parte em seu resgate. Destaque para a composição minimalista, com o fundo todo branco e os atores (incluindo um bebê – que também engasga em determinado momento) vestindo preto.

“Varúð”, de Inga Birgisdóttir

A animação de “Varúð” é bem simples e fica concentrada em um único cenário: uma montanha com uma pessoa usando um sinalizador e então sendo acompanhado por várias outras que surgem. Em termos musicais, se destaca o crescente da bateria que começa pouco antes dos quatro minutos, e é arrepiante.

“Fjogur Piano”, de Ragnar Kjartansson

Os leitores do Cinema em Cena devem se lembrar do clipe de “Fjogur Piano”, mais conhecido como o vídeo em que Shia LaBeouf (Transformers) mostrou que também sabe lidar com produções com censura 18 anos. O ator gostou tanto da experiência, que logo foi confirmado no elenco de The Nymphomaniac, de Lars von Trier.

“Rembihnútur”, de Arni & Kinski

Os responsáveis pelo clipe dizem que tiveram a intenção de mostrar como é que o trabalho do Sigur Rós muda a vida das pessoas que escutam suas músicas. Várias pessoas surgem em cenas de meditação, tranquilidade e paz.  

“Ég anda”, de Ramin Bahrani

Um dos atrativos do Sigur Rós (além de ser a versão de Enya para os descolados) é o fato de que as canções não são em inglês e isso apenas aumenta o interesse e eficiência das músicas, que ao invés de fazer o ouvinte pensar demais em decifrar as letras, o deixa ocupado apenas com o que realmente importa: sentir a música e os seus sons. O vídeo abaixo faz uma relação da natureza com as evoluções que modificaram as grandes cidades.

“Varúð”, de Ryan McGinley

O segundo vídeo de “Varúð” coloca o espectador para acompanhar a ação através de um ponto de vista elevado, para mostrar não apenas toda a trajetória da personagem, mas também o quanto somos pequenos diante tudo mais que existe. Uma mocinha com uma camisa três vezes maior que o tamanho dela percorre a cidade inteira saltitando. Com um fôlego desses, o velocista jamaicano Usain Bolt que se cuide.

“Varðeldur”, de Melika Bass

A melancólica canção embala a solitária performance de Selma Banich, que tenta transmitir emoções através de seus gestos e olhares. Reparem na paleta de cor sépia, para dar a impressão de material envelhecido.

“Dauðalogn”, de Henry Jun Wah Lee

O vídeo foi filmado em uma floresta da ilha Yakushima, no sul do Japão. Tudo a que assistimos são cenas das árvores, plantas e a calma da natureza.

Na segunda quinzena de setembro, foi lançado o 9º vídeo. O filme chamado Seraph mistura “Rembihnútur” e “Ekki Múkk”. Nenhum outro vídeo havia usado duas músicas da banda. Dirigido por Dash Shaw, a animação discute a homossexualidade.

“Ekki Mukk”, de Nick Abrahams

O vídeo mais recente da série é estrelado pelo ator Aidan Gillen, que atualmente interpreta Petyr Baelish, personagem do seriado Game of Thrones, da HBO. “Ekki Mukk” conta a história de uma inusitada amizade entre um homem e um caramujo, enquanto caminham e filosofam sobre a vida e acabam cruzando o caminho de uma raposa ferida. Sem dúvidas, um dos melhores vídeos da série.  

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