Roman Polanski é um diretor polêmico, cujos dramas e traumas pessoas refletiram no seu trabalho no cinema e que acabaram influenciando a carreira de vários artistas da música. Nessa edição da coluna mais sonora do Cinema em Cena (só perdendo para o Podcast, por motivos óbvios), você terá a chance de descobrir como é que A Dança dos Vampiros batizou uma banda de rock inglesa, e alguns clipes que tomaram emprestadas as ideias dos filmes de Polanski.

Formada em Londres, em 2008, a banda de rock Fearless Vampire Killers afirma que o nome foi inspirado no longa-metragem lançado por Polanski em 1967, que é estrelado pelo próprio diretor e também por Sharon Tate, que viria a se tornar sua esposa no ano seguinte. “A gente escolheu um nome que tivesse uma bagagem, algo como um distintivo de honra, mas que fosse preciso provar o seu valor. Crescemos assistindo ao filme e ele encaixou com toda nossa proposta de lutar contra a opressão e fazer algo de si mesmo.” Revelando influências que passam por David Bowie e Green Day até o compositor Danny Elfman, a banda lançou recentemente o seu primeiro disco solo Militia of the Lost. Se você quiser saber mais sobre a Fearless Vampire Killers, clique aqui.

Dança dos Vampiros ainda inspirou a banda de metal Pagan Altar, que usou cenas do baile para o vídeo da faixa “Dance of the Vampires”. E só de curiosidade, para quem gostar, a cantora Lauryn Hill também tem uma música chamada “Fearless Vampire Killer”.

Considerado como um dos principais trabalhos da carreira de Polanski, Repulsa ao Sexo, de 1965, é a primeira parte da chamada “trilogia do apartamento”, que teria sequência em O Bebê de Rosemary e O Inquilino. Catherine Deneuve representou tão bem o papel de uma mulher esquizofrênica que ganhou fama de frígida e seu drama foi levado para o mundo da música em duas oportunidades: em 1999, o Cardigans lançou o clipe de “Hanging Around”, que é quase que uma refilmagem do longa, inclusive com os detalhes especiais da diretora que se esforçou para fazer a sua própria versão do filme.

Se “Hanging Around” já havia conseguido recriar o mesmo clima obsessivo e maluco de Repulsa ao Sexo, o vídeo de “Monster Hospital”, do Metric, vai mais longe e se aproveita da semelhança da vocalista Emily Haines com Deneuve para repetir as famosas cenas das mãos saindo das paredes e incluir elementos mais perturbadores, explicitando os delírios da protagonista.

Mike Patton, inquieto vocalista do Faith no More e de vários outros projetos, formou uma banda chamada Fantômas e em 2001 lançou um curioso disco chamado The Director’s Cut, cujas faixas são versões mais agressivas de temas bastante conhecidos dos cinéfilos de plantão. Dentre as músicas presentes na seleção, está “Rosemary Baby”, tema composto por Krzystof Komeda, que trabalhou em vários filmes de Roman Polanski, incluindo A Dança dos Vampiros.

Não é bem um videoclipe, mas Patton e sua turma foram bem competentes na hora de criar os arranjos da versão, que possui momentos de calmaria e de muito barulho, além do final brusco. Aliás, a própria performance de Patton é um show à parte e que vale mais que muitos clipes musicais.

Outras curiosidades envolvendo o filme com a música: o edifício que serviu de locação para as filmagens de O Bebê de Rosemary, em Nova York, ficou famoso por outro acontecimento: anos depois, no começo da década de 80, Mark Chapman assassinaria o ex-Beatle John Lennon; diz a lenda que a música “Why Didn’t Rosemary?”, do Deep Purple, foi escrita após a banda assistir ao filme - o resultado apresentado é levemente inspirado na trama e conta a história de uma garota que parou de tomar a pílula anticoncepcional e ficou grávida; e por último, quando surgiram boatos sobre um remake de O Bebê de Rosemary em 2008, a banda Interpol teria produzido “Evil” especialmente para o filme. No entanto, também existe a versão de que a música faz referência a Rosemary West, uma psicopata que sequestrava e estuprava suas vítimas antes de assassiná-las.

E então? Lembrou de algum outro vídeo que não apareceu aqui? Deixe o seu comentário!
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