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John McTiernan, diretor de DURO DE MATAR E aí, meu irmão, cadê você?

Muito se engana quem acha que fazer filmes bons e lucrativos é sinônimo de sucesso em Hollywood. Basta que você pise na bola publicamente e facilmente você se tornará persona non grata em um lugar onde já é difícil entrar. É o triste caso de um dos melhores diretores de blockbusters dos últimos 30 anos, John McTiernan.

Com apenas 11 filmes como diretor em seu currículo, John Campbell McTiernan Jr. nasceu em Albany, no estado de Nova York, em 8 de janeiro de 1951. O primeiro filme que dirigiu, além de ser o único que roteirizou, é o suspense Delírios Mortais (lançado no Brasil em DVD em uma baratíssima edição de banca que você pode adquirir clicando aqui). Com Pierce Brosnan em um papel secundário, o projeto passou despercebido pelos cinemas, mas abriu as portas para que o diretor fizesse seu primeiro clássico da ação: Predador, com Arnold Schwarzenegger liderando um bando de brutamontes pelas florestas da América Central e que acabam caçados por uma criatura alienígena.

Com o sucesso, McTiernan deu a um ator de TV que havia protagonizado algumas comédias (nenhuma de sucesso) sua chance de se tornar um astro da ação. Seu nome: Bruce Willis. O filme era Duro de Matar, um dos grandes clássicos dos anos 80 e um sucesso absoluto para o estúdio. Tanto que rendeu três continuações e caminha para a quarta, cujas filmagens acontecem nesse momento. 

A Fox queria que McTiernan retornasse para Duro de Matar 2, mas ele já tinha outros planos. O diretor concentrou-se em A Caçada ao Outubro Vermelho, uma aposta arriscada devido à produção problemática. Não é possível ganhar todas, certo? Mas não foi desta vez que ele perdeu. O thriller de submarino protagonizado por Sean Connery e que deu início à franquia do agente da CIA Jack Ryan, no filme vivido por Alec Baldwin, tornou-se o maior sucesso da carreira do diretor. Nas "continuações" feitas por outros diretores, Baldwin foi substituído por Harrison Ford em Jogos Patrióticos e Perigo Real e Imeditado, e por Ben Affleck em A Soma de Todos os Medos. O próximo filme da série terá o novo Capitão James T. Kirk de Star Trek, Chris Pine, no papel.

Como a parceria Connery/McTiernan deu certo, os dois resolveram apostar em O Curandeiro da Selva, um projeto bastante caro e que sofreu com as cenas filmadas na selva. O resultado também não agradou ao público, e o filme caiu no esquecimento. Mais uma vez apostando em reunir-se a um ator de um de seus sucessos, o diretor apostou em O Último Grande Herói, com Arnold Schwarzenegger, uma mistura de comédia, filme infantil e muita ação. O filme estourou o orçamento e também não agradou nas bilheterias.

Temendo três fracassos consecutivos, McTiernan voltou a uma franquia e ao sucesso de outrora com Duro de Matar: A Vingança. Mas as coisas não melhoraram muito depois disso. O diretor fez o caríssimo O 13º Guerreiro, que desagradou os executivos de estúdio e ficou engavetado durante vários meses, passando por diversas montagens e mudando de nome, até ser lançado quase em conjunto com a refilmagem Thomas Crown - A Arte do Crime. Se o primeiro foi um grande fracasso, o segundo já teve um orçamento bem mais modesto e uma boa carreira nas bilheterias. Confiando ainda nas refilmagens, McTiernan apostou em Rollerball, mais uma produção cara e bastante complicada que tornou-se um grande fracasso. E daria ainda muito mais problemas ao diretor.

John McTiernan retornou à boa forma com o eficiente e barato Violação de Conduta, com John Travolta e Samuel L. Jackson. Infelizmente, o filme foi mal lançado e ignorado pelo grande público. Foi logo após seu lançamento que o diretor passaria pelo maior desafio de sua carreira. Ele foi implicado no caso do investigador particular Anthony Pellicano, que foi preso por fazer escutas ilegais em telefones alheios a pedido de seus clientes. Um desses clientes, sim, era McTiernan, que mandou grampear o telefone do produtor Charles Roven durante a produção de Rollerball.

McTiernan admitiu a culpa, mas depois retirou tal admissão. Durante um processo complicado que chegou a condená-lo a quatro meses de prisão e multa de US$ 100 mil, acabou respondendo ao processo em liberdade. Até o fechamento desta coluna, ainda não se sabe qual é o atual status do caso. Mas sabemos que McTiernan está afastado das câmeras desde 2003, um tempo muito longo para um grande diretor que chegou a flertar com o projeto Killing Season, onde foi substituido por um dos piores cineastas hollywoodianos da atualidade, Mark Steven Johnson. McTiernan também tentou levantar outros projetos e chegou a conseguir parte do financiamento para rodar Shrapnel, projeto que teria Robert De Niro e John Travolta nos papéis de veteranos de guerra rivais (saiba mais aqui). No entanto, já se vai um ano e nada de o filme sair do papel.
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