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Rob Bowman, diretor de ARQUIVO X - O FILME E aí, meu irmão, cadê você?

Rob BowmanMuita gente pergunta por onde anda aquele ator ou atriz que participou de algum filme popular que era exibido na Sessão da Tarde. Mas e os diretores que, após uma maré de azar, acabam sumindo das telonas? Pensando nisso, a coluna E Aí, Meu Irmão, Cade Você? desta semana é dedicada a um pequeno grande diretor de estudio: Rob Bowman.

Rob Stanton Bowman, nascido em Wichita Falls, no Texas, em 15 de maio de 1960, é filho do produtor Chuck Bowman, que trabalhou em séries de TV de grande sucesso como O Incrível Hulk, V e Carro Comando. Sob a tutela do pai, nos meados dos anos 80, Rob já dirigia episódios de Stingray, uma das séries que seu progenitor produzia. Depois disso, desenvolveu uma longa carreira na televisão em seriados de alta audiência como S.O.S. Malibu, Profissão: Perigo, Jornada nas Estrelas: A Nova Geração e Parker Lewis. Nesta época, dirigiu seu primeiro longa metragem: Manobra Super Radical, uma comédia de patinadores que passou despercebida e contava com coadjuvantes então desconhecidos, como Seth Green e Jack Black.

A atenção dos estúdios veio após Bowman ter se tornado um dos produtores de Arquivo X, então em sua segunda temporada. Também responsável pela direção de vários episódios, ele teve sua grande chance com a própria série: dirigir a versão cinematográfica que se encaixaria entre sua sexta e sétima temporadas. Com um orçamento modesto, o filme agradou aos fãs e arrecadou mais de US$ 180 milhões, impulsionando a série e gerando um spin-off chamado The Lone Gunman, baseado no trio de amigos dos agentes Mulder e Scully que fazem pesquisas e fornecem informações importantes às quais a dupla não teria acesso pelas vias legais.

Depois de deixar Arquivo X em 2000, juntamente com o ator David Duchovny, Bowman foi dirigir um novo longa-metragem, desta vez longe do material da TV: Reino de Fogo. O filme padece de um baixo orçamento e sofre com um roteiro anti-climático, mas possui uma premissa interessante: um gigantesco dragão que estava adormecido nos subterrâneos de Londres é acordado por uma obra no metrô. O monstro procria, e ele e seus flhotes devastam toda a Terra, obrigando os poucos sobreviventes a se esconderem. No interior da Inglaterra, uma pequena comunidade é liderada por ninguém menos que Christian Bale, em um de seus poucos papéis heróicos pré-Batman. Seu amigo e confidente era um ilustre semi-desconhecido, o hoje astro do momento Gerard Butler. Mesmo nas cinzas, passando fome e com todas as dificuldades enfrentando os gigantescos répteis, as pessoas do local conseguem viver. Até a chegada de Denton Van Zan, um matador de dragões que mais parece uma versão pós-apocalíptica do Capitão América, interpretado por Matthew McConaughey no que talvez seja o melhor trabalho de sua carreira.

Infelizmente, o filme não agradou muito a crítica, foi mal divulgado e lançado em pleno verão americano, competindo com outros filmes de ação de mais destaque, como A Identidade Bourne, Minority Report e Homens de Preto II. Com um orçamento de US$ 60 milhões, a produção faturou pouco mais de US$ 80 milhões no mundo todo.

Decepcionado, Bowman tirou alguns anos de férias antes de voltar à cadeira de diretor. Infelizmente, trabalhando sempre dentro da 20th Century Fox, quando ele voltou à ativa foi justo em um projeto fadado ao fracasso: Elektra, o spin-off da já péssima adaptação dos quadrinhos do Demolidorque não fez grande sucesso, foi malhado pelos críticos e teria pouquíssimas chances de uma continuação. Mas para não perder os direitos sobre os personagens e ainda tentar fazer uns tostões, a Fox insistiu.

Com um orçamento limitado e pouquíssimo tempo para a produção, Bowman fez milagre e lançou o filme na pequena janela que o estúdio lhe dera, e ainda teve o cavalheirismo de atribuir tal agilidade a Jennifer Garner. A atriz passava noites em claro treinando suas cenas de luta, que eram filmadas em pouquíssimas tomadas. Mas o estrago estava feito e Elektra acabou colocando o último prego no caixão da carreira do diretor.

Rob Bowman acabou voltando para a televisão. Após atuar apenas como diretor em algumas séries e no telefilme Marlowe, o diretor voltou também a produzir as séries Day Break e Castle, dirigindo vários episódios. Uma pena ver uma carreira promissora ser minada por filmes que, se você prestar bastante atenção, verá que são bem dirigidos dentro das extremas limitações a que lhe foram impostas.
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