Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
17/04/2009 | 01/01/1970 | 1 / 5 | / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
92 minuto(s) |
Dirigido por Patrick Tatopoulos. Com: Michael Sheen, Bill Nighy, Rhona Mitra, Steven Mackintosh, Kevin Grevioux, David Ashton, Jared Turner.
Embora o primeiro Anjos da Noite seja de 2003, sua continuação tenha sido lançada há apenas três anos e eu tenha escrito sobre ambos, confesso que não me lembrava de praticamente nada acerca de suas histórias a não ser pelo fato de que eram ambientadas num universo escuro e sem cor. Aliás, mesmo tendo lido um resumo de suas tramas antes de assistir ao terceiro capítulo da trilogia não consegui me recordar muito bem do que vira, o que, infelizmente, é um sintoma claro de que não havia nada especialmente marcante naquelas produções – e, neste sentido, Anjos da Noite – A Rebelião fecha a série perfeitamente, já que estou certo de que o apagarei da mente dentro de poucos dias.
Trazendo uma narração inicial cuja inclusão é um atestado óbvio da incapacidade dos longas anteriores de permaneceram vivos na memória dos fãs (ou “fãs”), Anjos da Noite 3 é, na realidade, uma “pré-continuação” (do inglês “prequel”), girando em torno de acontecimentos situados séculos antes do que víramos no filme original – ou não, já que, a rigor, a base desta história foi totalmente apresentada através de flashbacks no filme de 2003 (e, neste sentido, os roteiristas parecem contar com nossa amnésia coletiva no que diz respeito a esta “saga”). Assim, não é surpresa alguma que testemunhemos o romance entre Lucian (Sheen), um lycan (lobisomem), e Sonja (Mitra), filha do impiedoso vampiro Viktor (Nighy). Escravizados pelos sugadores de sangue, os lobisomens levam uma existência miserável até que Lucian passa a liderá-los ao mesmo tempo em que tenta proteger a amada da ira do pai – e se você se lembra um pouco do primeiro filme (ou, como eu, refrescou a memória na Internet), sabe exatamente como tudo terminará.
Surgindo apenas como um filme de ação mediano que deveria ter sido lançado diretamente em DVD e que usa a natureza fantástica de seus personagens como mera desculpa para diferenciar-se dos trabalhos protagonizados por Steven Seagal ou Mark Dacascos, Anjos da Noite 3 já revela sua mediocridade na primeira cena de ação, que, apresentada antes dos dois primeiros minutos de projeção, retrata uma luta que abusa dos cortes excessivamente rápidos, efeitos sonoros absurdos e da câmera lenta para tentar compensar a fraca coreografia e o fato de que não damos a mínima para o que está acontecendo. Como se não bastasse, o filme conta com um visual desinteressante, investindo na mesma fotografia dessaturada e monocromática dos capítulos anteriores sem que isto contribua significativamente para estabelecer a atmosfera da narrativa. Para piorar, o diretor estreante Patrick Tatopoulos (que criou o design das criaturas vistas nos dois primeiros longas) parece tentar capturar o “estilo” de Len Wiseman, que comandou os demais episódios, sem perceber que isto não representa vantagem alguma – e, em certo momento, ele chega a repetir o mesmíssimo movimento de câmera ao enfocar Viktor sentado em seu trono, abalado por uma decisão, com uma diferença de meros dois segundos entre os travellings que se aproximam do rosto do ator de maneira idêntica (um tropeço deselegante de decupagem que, aparentemente, foi ignorado ou não pôde ser revertido na montagem). Ah, sim: e para um trabalho dirigido por um especialista em efeitos visuais, as trucagens digitais vistas aqui são surpreendentemente medíocres.
Mas se a direção ficou a cargo de um técnico em efeitos visuais, o roteiro co-escrito pelo dublê profissional Danny McBride (o grande “autor” por trás da série) também ajuda a comprovar que os responsáveis pelo projeto não são particularmente talentosos no que diz respeito à condução de uma história e ao desenvolvimento de personagens – e, assim, o fiapo de trama que originou o flashback do primeiro filme agora é expandido para 90 longos minutos de projeção, resultando numa narrativa frouxa e nada envolvente. Enquanto isso, Rhona Mitra, que jamais ofereceu um desempenho minimamente memorável em sua carreira (com exceção, talvez, de sua microparticipação
Caça-níqueis assumido, Anjos da Noite – A Rebelião é o tipo de produção cuja existência só é justificada em termos financeiros, jamais artísticos – e enquanto seus realizadores contam o dinheiro que ganharam com o projeto, farei o mesmo que fiz com relação aos dois primeiros capítulos: publicarei este texto e esquecerei imediatamente do filme que o tornou necessário.
17 de Abril de 2009
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