Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
12/10/2007 | 10/08/2007 | 4 / 5 | 3 / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
127 minuto(s) |
Stardust – O Mistério da Estrela é um conto de fadas atípico: primo contemporâneo de A Princesa Prometida, o filme também traz referências óbvias a Macbeth e Rei Lear em sua agitada trama (não é à toa que um de seus personagens se chama capitão Shakespeare), revelando um senso de humor eficaz e com toques sombrios que o transformam em uma mais do que bem-vinda surpresa.
Adaptado por Jane Goldman e pelo diretor Matthew Vaughn a partir da obra de Neil Gaiman (e ilustrada por Charles Vess), o roteiro gira em torno do jovem Tristan Thorn (Cox), residente de uma pequena vila conhecida pelo pequeno muro de pedra que percorre uma de suas extremidades e que marca a divisa da Inglaterra com o reino de Stormhold, habitado por criaturas mágicas como elefantes em miniatura e unicórnios. Apaixonado pela bela Victoria (Miller), Tristan promete presenteá-la com uma estrela cadente que viram percorrer o céu e aterrissar em Stormhold, mas surpreende-se ao descobrir que a estrela assumiu a forma de uma garota, Yvaine (Danes). Para complicar, três velhas bruxas decidem capturar a moça, sacrificá-la e comer seu coração, que tem o poder de rejuvenescê-las – e uma delas, a cruel Lamia (Pfeiffer), parte nesta sangrenta missão. Como se não bastasse, Yvaine também está usando um colar perseguido pelo terrível Septimus (Strong), que precisa do objeto para assumir o trono deixado por seu malicioso pai (O’Toole).
Claramente influenciado pelo tom épico conferido por Peter Jackson à trilogia O Senhor dos Anéis, Vaughn investe em vários planos aéreos que descortinam paisagens grandiosas enquanto estas são percorridas por seus personagens (a pé ou a cavalo), em seqüências devidamente acompanhadas de uma trilha sonora imponente. Porém, compreendendo a natureza irreverente do roteiro que tem em mãos (e aqui devo esclarecer que não conheço a obra original), o cineasta não comete o erro de tentar criar algo que se leva a sério demais (vide Eragon e As Crônicas de Nárnia), conferindo leveza até mesmo aos momentos mais pesados da narrativa – o que permite que o longa, mesmo com uma quantidade surpreendentemente elevada de mortes, não se torne assustador demais para o público mais jovem.
Sem parar um segundo sequer para respirar, a trama mantém Tristan e Yvaine sempre em movimento, estabelecendo um clima de aventura que não se enfraquece nem mesmo nos momentos dedicados ao desenvolvimento da relação entre os personagens – como na cena
Contando com um elenco que pode se dar ao luxo de trazer Peter O’Toole em uma ponta (bastante divertida, por sinal), Stardust encontra,
Da mesma maneira, o elenco secundário ajuda a enriquecer aquele universo graças a performances como a de Michelle Pfeiffer, que, pela terceira vez em 2007 (as outras foram em Hairspray e no divertido Nunca é Tarde para Amar), assume uma personagem incomodada com o próprio envelhecimento. Auxiliada por um excepcional trabalho de maquiagem, a atriz parece se divertir horrores com as maldades da bruxa Lamia, estabelecendo-a com sucesso como uma vilã a ser temida. Contudo, a grande surpresa de Stardust fica por conta de Robert De Niro e seu capitão Shakespeare – e quando digo “surpresa”, não me refiro à qualidade da atuação de De Niro (o que esperar de um gigante com ele?), mas sim à curiosíssima natureza de sua composição.
Beneficiado ainda por bons efeitos visuais, Stardust – O Mistério da Estrela também demonstra respeito por seu público ao evitar um daqueles finais em aberto que, em Hollywood, são um indício claro da ganância dos estúdios. E confesso que eu já estava sentindo falta de um conto de fadas que soasse autêntico ao proferir o clássico “... E viveram felizes para sempre”.
11 de Outubro de 2007
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