Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
19/03/2004 | 26/09/2003 | 3 / 5 | / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
89 minuto(s) |
Dirigido por Danny DeVito. Com: Ben Stiller, Drew Barrymore, Eileen Essel, Harvey Fierstein, Robert Wisdom, Justin Theroux, James Remar, Wallace Shawn, Swoosie Kurtz, Amber Valletta, Maya Rudolph, Danny DeVito.
Alex Rose e Nancy Kendricks estão procurando um novo apartamento, já que o lugar em que moram `tem o tamanho de um bebê`. Com um orçamento limitado, eles logo se encantam com um imenso duplex apresentado pelo corretor de imóveis, e decidem comprá-lo. O único problema: no andar superior mora uma velhinha que não pode ser despejada em função de determinação legal – porém, assim que ela morrer (o que parece não estar longe de ocorrer), eles terão acesso irrestrito ao apartamento. Infelizmente, logo o casal percebe que a sra. Connelly é uma vizinha insuportável, insistindo em ver televisão durante toda a madrugada e importunando Alex para ajudá-la em suas tarefas domésticas (sem aceitar as explicações de que ele deve concluir seu novo livro dentro de poucas semanas, sob pena de perder o contrato com a editora). Aos poucos, Nancy e Alex chegam à conclusão inevitável de que só há uma forma de se livrarem da sra. Connelly: assassinato.
Em seu sexto longa-metragem como diretor, Danny DeVito explora o mesmo tipo de comédia que caracterizou a maior parte de seus trabalhos atrás das câmeras: o humor negro. Começando com o regular Jogue a Mamãe do Trem (no qual outra velhinha irritante era ameaçada) até chegar ao decepcionante Morra, Smoochy, Morra, DeVito freqüentemente aborda situações nas quais seus personagens, tomados pelo ódio, decidem eliminar seus inimigos – algo que pode ser observado no melhor filme do cineasta: A Guerra dos Roses. Aliás, Duplex ainda exibe outro talento do diminuto diretor: suas interessantes transições de cenas (os melhores exemplos estão em Hoffa – Um Homem, Uma Lenda). Aqui, DeVito cria uma gag que, mesmo de mau gosto, merece aplausos por surpreender o espectador: depois de focalizar a capa de um filme pornô, ele transforma (por fusão) uma atriz de pernas abertas em um túnel sob o qual passa o carro dos protagonistas.
Por outro lado, o cineasta obviamente tem dificuldades em manter o ritmo da narrativa e a eficácia das piadas presentes no roteiro de Larry Doyle: o segundo ato, em particular, pouco tem a oferecer em termos de gargalhadas, o que é fatal para uma comédia. O filme tem seus bons momentos, é verdade (o duelo de palmas é um exemplo), mas, com 97 minutos de duração, se revela longo demais e certamente se beneficiaria caso tivesse uns 15 minutos a menos.
Enquanto isso, Ben Stiller, como Alex Rose, cria o tipo de personagem no qual se especializou (e que, convenhamos, está se desgastando rapidamente): um homem comum e cheio de neuroses que, depois de sofrer várias humilhações, perde a paciência e revela um temperamento explosivo - e, assim como ocorria no recente Quero Ficar com Polly, o ator acaba protagonizando uma divertida cena que se passa em um banheiro, o que não deixa de ser curioso. Já Drew Barrymore, engraçadinha como de costume, limita-se a fazer uma ou outra careta, o que já é o bastante. Porém, o destaque fica mesmo por conta da atriz Eileen Essel, que, aos 81 anos de idade, é a grande responsável por conferir energia à história – e a transformação gradual da sra. Connelly, de `vovó boazinha` a `bruxa malvada`, é um dos poucos prazeres do filme.
Contando com um bom desfecho (algo raro nos dias de hoje), Duplex representa um passatempo razoável, e só. Para Essel, que só participou de dois longas-metragens até hoje, isto pode ser aceitável, mas DeVito, Stiller e Barrymore já deveriam ter aprendido a selecionar seus projetos com mais cuidado.
17 de Março de 2004
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