Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
20/08/2004 | 09/04/2004 | 2 / 5 | / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
98 minuto(s) |
Dirigido por Howard Deutch. Com: Bruce Willis, Matthew Perry, Amanda Peet, Kevin Pollak, Natasha Henstridge, Frank Collison.
Lançada em 2000, Meu Vizinho Mafioso era uma comédia divertida, mas só. Longe de alcançar resultados brilhantes, provocava algumas boas gargalhadas com sua historinha simples e com a dinâmica eficiente entre Bruce Willis e Matthew Perry, embora despencasse durante o terceiro ato. Infelizmente, alguém não apenas concluiu que o filme merecia uma continuação, como resolveu colocar, como principal elemento da trama, o que o original tinha de mais aborrecido: o mafioso interpretado por Kevin Pollak.
Quando Meu Vizinho Mafioso 2 tem início, descobrimos que o dentista Nicholas `Oz` Oseransky (Perry), traumatizado com as experiências vividas no primeiro longa, transformou-se em um sujeito paranóico com sua segurança, estocando dezenas de armas e convertendo sua residência em uma fortaleza monitorada por diversas câmeras de vídeo (curiosamente, apesar de ter medo até mesmo de atender a porta, ele sai de casa sem maiores problemas). Quando sua esposa Cynthia (Henstridge) é seqüestrada pelo mafioso Lazlo (Pollak), pai do gângster morto no original, Oz resolve pedir ajuda ao amigo Jimmy `Tulipa` Tudeski, que está morando com Jill (Peet), que também se tornou assassina profissional. Jimmy, no entanto, parece ter enlouquecido, já que só pensa em cozinhar e arrumar a casa.
Esta nova postura do personagem de Willis, aliás, torna-se uma das piadas favoritas do roteirista George Gallo, que cria diversas cenas cujo único propósito é mostrar o ator usando pantufas rosadas ou avental de cozinha, como se isto fosse o bastante para provocar o riso. Porém, como o próprio roteiro se encarrega de explicar para o espectador, logo no início, que Jimmy está apenas fingindo, torna-se impossível deixar de perguntar o motivo da farsa – algo que jamais é revelado (ou melhor, é: o único objetivo é permitir que vejamos Bruce Willis de... pantufas rosadas e avental de cozinha). Ao mesmo tempo, Gallo transforma o casal Jimmy-Jill em uma espécie de Gomez e Morticia Adams, incluindo um móbile para bebês decorado com bonecos de pessoas mortas pela dupla e diálogos como `Vamos fazer algo juntos esta noite. Que tal jantarmos e depois sairmos para assassinar alguém?`. E o mais incrível é que o roteirista parece acreditar que a trama simplória que inventou é complexa o bastante para exigir que, no terceiro ato, o personagem de Matthew Perry recapitule tudo o que aconteceu até ali.
Perry, aliás, é relegado ao triste papel de tentar fazer graça através do humor físico, atravessando toda a projeção tropeçando, derrubando ou quebrando os mais diversos objetos – o que é lamentável, considerando-se o ótimo timing cômico do ator (seu Chandler Bing era uma das melhores coisas da extinta série Friends). E, se em minha análise sobre o primeiro filme eu já dissera que a química entre Perry e Natasha Henstridge era inexistente, desta vez Cynthia parece odiar Oz, tornando-se impossível, para o espectador, torcer por um `final feliz` para o casal. Enquanto isso, Kevin Pollak parece estar se divertindo imensamente com o papel de Lazlo, uma versão envelhecida do personagem que interpretou no original. O problema é que ele está se divertindo sozinho, já que o mafioso é, sem dúvida alguma, o elemento mais insuportável desta continuação, irritando o público com seu sotaque `engraçadinho` e sua mania de bater no filho imbecil.
Consciente da mediocridade do material que tinha em mãos, o diretor Howard Deutch (cujo trabalho mais famoso continua a ser seu primeiro, A Garota de Rosa-Shocking, de 1986) tenta enganar o espectador através de uma edição ligeira que procura nos convencer de que algo engraçado está acontecendo e que há uma dinâmica autêntica entre seus personagens.
22 de Julho de 2004
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