Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
17/11/1995 | 17/11/1995 | 4 / 5 | 4 / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
114 minuto(s) |
Dirigido por Rob Reiner. Com: Michael Douglas, Annette Bening, Michael J. Fox, Martin Sheen, David Paymer, Richard Dreyfuss.
Rob Reiner é um romântico. Pelo menos, é um dos melhores diretores da atualidade quando o assunto é `comédia romântica`. São dele Harry & Sally - Feitos um Para o Outro e A Princesa Prometida. Além disso, Reiner trabalhou (como ator) em Sintonia de Amor, um dos melhores filmes do gênero no atual cinema americano. E agora ele está de volta com este Meu Querido Presidente.
O filme não decepciona. É puro entretenimento. É um daqueles filmes para se ver com a paquera, namorada, noiva ou esposa ao lado, e aproveitar o clima criado para também se tornar romântico. Sintonia de Amor, por exemplo, deve ter sido a inspiração para o início de vários romances pelo mundo afora. É leve, divertido e gratificante.
Andrew Shepherd é o Presidente dos Estados Unidos (nome sugestivo, não? `Pastor` é um bom nome para o líder de uma nação...), tem quarenta e poucos anos, é viúvo e tem uma filha inteligente e carinhosa. Tem, também 63% de aprovação da população e uma equipe que o admira e seria capaz de tudo por ele. Mas não é totalmente feliz. A morte de sua esposa deixou um vazio em sua vida. E não só no sentido político (para ir a eventos públicos, é acompanhado por uma prima), mas também em sua alma. Ele precisa de alguém.
Sydney Ellen Wade é uma lobbista do meio ambiente. Ela quer aprovar uma lei a fim de diminuir a destruição da camada de ozônio. Um dia, em uma reunião na Casa Branca, ela pronuncia um pequeno discurso contra o Presidente (na ausência deste, é claro), que termina afirmando que ele é `o chefe do Executivo da Ilha da Fantasia`. Infelizmente para Sydney, Shepherd entra na sala naquele instante e ouve as últimas palavras da moça, que fica totalmente desconcertada. O Presidente a convida, então, para uma conversa em particular, na qual faz um acordo informal quanto a tal lei e - o mais importante - a convida para jantar na Casa Branca, durante um banquete oferecido ao novo Presidente da França.
A partir daí o filme desenvolve o romance dos dois e mostra como isso começa a prejudicar o desempenho de Shepherd nas pesquisas. E o pior: é ano de eleições. O outro candidato, Senador Bob Rumson (Dreyfuss), encontra no romance do Presidente o ponto fraco que precisava para se promover e passa a atacar a `moral` de Sydney e Shepherd na imprensa. Este, para desespero de seus assessores políticos, Lewis (Fox) e Leon (Paymer), resolve não responder aos ataques. `Minha vida pessoal não é da conta do povo americano!`, diz ele para seu chefe-do-Estado-Maior, interpretado por Martin Sheen. `Senhor Presidente, o povo tem um jeito engraçado de julgar o que é ou não de sua conta.`, é a resposta sensata do amigo.
O roteiro explora toda a comicidade que o romance entre o Presidente de uma das nações mais poderosas do mundo e uma cidadã comum poderia conter. É engenhoso e criativo. Em algumas ocasiões, muito óbvio (quando um amigo de Sydney diz, pelo telefone, que sabe imitar perfeitamente a voz do Presidente, nós já sabemos que dali a pouco o próprio Presidente irá ligar e ser confundido com o imitador, gerando uma situação comicamente constrangedora). Em outras, brinca com situações envolvendo a dificuldade de um homem em ser uma pessoa comum (como o Presidente consegue convencer uma florista de que é realmente o Presidente quem está encomendando duas dúzias de rosas pelo telefone?). Uma das minhas passagens favoritas é quando um dos assessores pergunta como irão lidar com o `assunto Sydney` e Shepherd, zangado com a invasão de sua privacidade, responde: `Assunto Sydney? Espero que seja algo envolvendo a Austrália!`.
Uma ótima diversão, sem dúvida.
12 de Janeiro de 1997