Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
20/10/1995 | 20/10/1995 | 4 / 5 | 4 / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
105 minuto(s) |
Dirigido por Barry Sonnenfeld. Com John Travolta, Rene Russo, Gene Hackman, Danny DeVito, Delroy Lindo, Dennis Farina, David Paymer, Bette Midler.
Hoje em dia são poucos os filmes que têm no roteiro sua principal força. Geralmente são os efeitos especiais, ou um elenco repleto de estrelas. Às vezes apenas uma publicidade bem-feita. O Nome do Jogo, não. Tudo bem, lá estão todos aqueles `monstros` de Hollywood: Travolta, Hackman, DeVito, Russo, Midler... Mas acima de tudo, lá está uma trama bem-estruturada e extremamente interessante. Mas vamos à história (sem revelar nada de importante, é claro):
Chilli Palmer (Travolta) é um gângster que trabalha para o poderoso Momo. É um daqueles homens que sabem exatamente o que querem, e que conseguem tudo o que desejam. Um dia, porém, seu `chefe` morre e ele se vê obrigado a trabalhar para os inimigos. Um deles em especial, o perigoso `Bones` (Farina), sente um ódio imenso por Chilli - só porque este lhe quebrou o nariz e atirou em sua testa há um tempo atrás. É quando Leo Devoe (Paymer), que devia um bom dinheiro para `Bones`, morre em um acidente de avião, e o gângster manda Chilli cobrar a dívida da esposa do falecido. Pois bem: Chilli procura a mulher e - surpresa! - descobre que Leo ainda está vivo, provavelmente gastando os 300 mil dólares que sua `viúva` cobrou da companhia de aviação.
Calma, calma! Não estou contando nada de mais: tudo isso é revelado logo nos primeiros minutos de filme. Chilli vai atrás do pobre Leo e, no caminho, resolve fazer um favor para um amigo: cobrar uma dívida de 150 mil dólares de um produtor de Hollywood. E é aí que a trama decola: acontece que Chilli é um fanático por cinema, e resolve que tem uma boa história para um filme. E essa história é - adivinhem - exatamente tudo aquilo que ele descobriu sobre Leo e o acidente de avião.
O produtor de Hollywood, Harry Zimms (Hackman), é um daqueles figurões dos filmes de horror barato. No entanto, ele tem um sonho: produzir um grande filme, com um grande astro. E ele já tem o roteiro - só falta o astro. Para isso, ele tem em mente o grande Martin Weir (DeVito), indicado duas vezes para o Oscar, e pede que a ex-esposa do ator (Russo) o convença a participar do projeto.
Pronto. Isso é tudo o que posso dizer. A partir daí o filme se desenrola em volta desses personagens e de alguns outros menos importantes (mas não menos interessantes), como o gângster Bo (Lindo), que também quer se tornar um figurão de Hollywood (`Qual é o sentido em morar em Los Angeles se você não trabalha em cinema?`, ele pergunta a certa altura), e Bear (James Gandolfini), um dublê que trabalha como capanga de Bo.
Os diálogos de O Nome do Jogo são afiadíssimos, e ditos em uma velocidade tão grande que mal podemos acompanhar o raciocínio dos personagens. O filme todo, aliás, é sobre este grupo de pessoas determinadas a convencer umas às outras de que sabem o que estão fazendo. Ninguém ouve ninguém neste filme: todos querem agir a sua maneira.
Travolta está pefeito como Chilli Palmer: irônico e senhor de si, ele passa justamente a idéia de um homem que não tem medo de nada, e que tem sempre uma resposta para cada problema. Uma de suas melhores atuações, sem dúvida. Hackman também está excelente como o estúpido produtor que sempre acredita ter uma resposta para cada problema. Aliás, não há uma só atuação que destoe neste filme. Todos parecem ter se empenhado - e se divertido - ao máximo durante a realização de O Nome do Jogo.
Sonnenfeld também contribui bastante com sua direção sempre ágil (vide os dois exemplares de A Família Addams), assim como a adaptação que Scott Frank fez do livro de Elmore Leonard. Além disso, Danny DeVito têm construído uma excelente carreira `paralela` como produtor (seja executivo ou não). Seus créditos neste sentido incluem os excelentes Hoffa e Pulp Fiction, além dos recentes Matilda (que também dirige) e Sunset Park. Preste atenção nas várias `pontas` de artistas como Harvey Keitel e Penny Marshall (diretora de Tempo de Despertar e Quero Ser Grande).
O nome do jogo é, resumindo, correr até a locadora e pegar este excelente filme, antes que alguém - como Chilli Palmer - seja mais rápido e chegue primeiro.
22 de Janeiro de 1997