Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
25/12/1996 | 15/11/1996 | 2 / 5 | 3 / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
88 minuto(s) |
Dirigido por Joe Pytka. Com: Pernalonga, Michael Jordan, Bill Murray, Patolino.
O erro mais grave em que incorreram os quatro roteiristas de SpaceJam foi confundir a identidade do verdadeiro astro do filme: a história deveria girar em torno de Pernalonga, e não de Michael Jordan. Já no início do filme percebi que algo estranho estava acontecendo quando o nome do jogador da NBA apareceu nos créditos primeiro que o do astro de desenhos animados mais famoso do século.
Não, não é brincadeira. Pernalonga foi votado, há pouco tempo atrás, como um dos astros mais carismáticos da história de Hollywood, figurando ao lado de personalidades como Humphrey Bogart, Marlon Brando e Harrison Ford. E, no entanto, lá está o inexpressivo Jordan passando a perna no veterano Perna (com o perdão do trocadilho).
A história: para não serem levados à lua e se tornarem escravos do dono de um parque de diversões lá situado, Pernalonga e sua turma são obrigados a disputar uma partida de basquete que definirá se terão ou não de se entregarem aos ameaçadores alienígenas que, trapaceiros, roubam o talento de vários jogadores da NBA. O único que não tem seu talento roubado é Michael Jordan, que estava jogando baseball na ocasião. E é justamente Jordan que se tornará o técnico do time de Pernalonga.
Na verdade, SpaceJam poderia ter sido um ótimo filme: tem ótimos efeitos visuais, animações excelentes, astros de primeira grandeza (entre os coadjuvantes estão Bill Murray, Frajola, Piu-Piu, Patolino, entre outros) e um orçamento folgado. Só faltou um roteiro que prestasse. Na verdade, a impressão que tive foi a de que o filme faz parte de uma grande estratégia de marketing para promover Jordan, e só. Aliás, publicidade é a alma do filme, como pode se constatar na cena em que o assistente particular de Jordan diz para o chefe: `Michael, calce seu Nike, pegue um Gatorade e vamos comer um Big Mac`.
É realmente triste ver Pernalonga e sua turma se tornarem coadjuvantes de um filme que deveria ser uma espécie de homenagem a todos eles. Mas isso não quer dizer, é claro, que eles não brilham quando aparecem. Aliás, quando o roteiro se preocupa realmente com aqueles que deveriam ser os astros, eles brilham: a cena em que Eufrasino Puxa-Briga e Gaguinho se vestem como os capangas de Pulp Fiction figura entre as melhores do filme. Em compensação, cenas como a que Jordan diz para os desenhos que `a verdadeira força está dentro deles mesmos. É só procurar.` fazem o espectador sentir-se como se estivesse assistindo a Sessão da Tarde. Puro clichê. Essa turma merecia mais do que isso. No entanto, creio que o público infantil ficará satisfeito: Pernalonga nunca falha.
6 de Janeiro de 1997