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Críticas por Pablo Villaça

Datas de Estreia: Nota:
Brasil Exterior Crítico Usuários
25/12/1996 15/11/1996 2 / 5 3 / 5
Distribuidora
Duração do filme
88 minuto(s)

Direção

Joe Pytka

Elenco

Bill Murray , Pernalonga , Michael Jordan , Patolino

Roteiro

Leo Benvenuti

Produção

Daniel Goldberg

Fotografia

Michael Chapman

Música

James Newton Howard

Montagem

Sheldon Kahn

Design de Produção

Geoffrey Kirkland

Figurino

Marlene Stewart

Direção de Arte

David F. Klassen

SpaceJam - O Jogo do Século
SpaceJam

Dirigido por Joe Pytka. Com: Pernalonga, Michael Jordan, Bill Murray, Patolino.

O erro mais grave em que incorreram os quatro roteiristas de SpaceJam foi confundir a identidade do verdadeiro astro do filme: a história deveria girar em torno de Pernalonga, e não de Michael Jordan. Já no início do filme percebi que algo estranho estava acontecendo quando o nome do jogador da NBA apareceu nos créditos primeiro que o do astro de desenhos animados mais famoso do século.

Não, não é brincadeira. Pernalonga foi votado, há pouco tempo atrás, como um dos astros mais carismáticos da história de Hollywood, figurando ao lado de personalidades como Humphrey Bogart, Marlon Brando e Harrison Ford. E, no entanto, lá está o inexpressivo Jordan passando a perna no veterano Perna (com o perdão do trocadilho).

A história: para não serem levados à lua e se tornarem escravos do dono de um parque de diversões lá situado, Pernalonga e sua turma são obrigados a disputar uma partida de basquete que definirá se terão ou não de se entregarem aos ameaçadores alienígenas que, trapaceiros, roubam o talento de vários jogadores da NBA. O único que não tem seu talento roubado é Michael Jordan, que estava jogando baseball na ocasião. E é justamente Jordan que se tornará o técnico do time de Pernalonga.

Na verdade, SpaceJam poderia ter sido um ótimo filme: tem ótimos efeitos visuais, animações excelentes, astros de primeira grandeza (entre os coadjuvantes estão Bill Murray, Frajola, Piu-Piu, Patolino, entre outros) e um orçamento folgado. Só faltou um roteiro que prestasse. Na verdade, a impressão que tive foi a de que o filme faz parte de uma grande estratégia de marketing para promover Jordan, e só. Aliás, publicidade é a alma do filme, como pode se constatar na cena em que o assistente particular de Jordan diz para o chefe: `Michael, calce seu Nike, pegue um Gatorade e vamos comer um Big Mac`.

É realmente triste ver Pernalonga e sua turma se tornarem coadjuvantes de um filme que deveria ser uma espécie de homenagem a todos eles. Mas isso não quer dizer, é claro, que eles não brilham quando aparecem. Aliás, quando o roteiro se preocupa realmente com aqueles que deveriam ser os astros, eles brilham: a cena em que Eufrasino Puxa-Briga e Gaguinho se vestem como os capangas de Pulp Fiction figura entre as melhores do filme. Em compensação, cenas como a que Jordan diz para os desenhos que `a verdadeira força está dentro deles mesmos. É só procurar.` fazem o espectador sentir-se como se estivesse assistindo a Sessão da Tarde. Puro clichê. Essa turma merecia mais do que isso. No entanto, creio que o público infantil ficará satisfeito: Pernalonga nunca falha.
``

6 de Janeiro de 1997

Pablo Villaça, 18 de setembro de 1974, é um crítico cinematográfico brasileiro. É editor do site Cinema em Cena, que criou em 1997, o mais antigo site de cinema no Brasil. Trabalha analisando filmes desde 1994 e colaborou em periódicos nacionais como MovieStar, Sci-Fi News, Sci-Fi Cinema, Replicante e SET. Também é professor de Linguagem e Crítica Cinematográficas.

 

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