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Críticas por Pablo Villaça

Datas de Estreia: Nota:
Brasil Exterior Crítico Usuários
17/10/1978 01/01/1970 4 / 5 5 / 5
Distribuidora
Duração do filme
110 minuto(s)

Grease - Nos Tempos da Brilhantina
Grease

Dirigido por Randal Kleiser. Com: John Travolta, Olivia Newton-John, Stockard Channing, Jeff Conaway, Didi Conn, Eve Arden, Sid Caesar, Barry Pearl, Michael Tucci.

Grease é um filme que esbanja jovialidade. É impossível não vibrar, não se envolver e - principalmente - não balançar os pés ao ouvir as músicas que acompanham a história dos encontros e desencontros entre os personagens de John Travolta e Olivia Newton-John.

Aqui, Travolta interpreta Danny Zuko, o líder dos `T-Birds` (uma espécie de `gang` de colégio cujo principal passatempo é sair com o maior número possível de garotas). Durante as férias de verão, Danny conhece uma garota chamada Sandy (Newton-John), com quem se envolve. No entanto, as férias chegam ao fim e o casal tem que se separar. É quando o destino dá uma `mãozinha` e eis que Sandy se muda para a mesma cidade (e a mesma escola) de Danny! Só que ali o rapaz tem fama de conquistador e não pode sair com apenas uma garota - por mais que ele queira.

Baseado em um musical de sucesso da Broadway, Nos Tempos da Brilhantina conta uma historinha simples e, na verdade, pouco interessante. Porém, graças ao desempenho repleto de energia do elenco e à direção de Kleiser, o filme se tornou algo mais do que um simples passatempo: ele transpira alegria e isso contagia quem o assiste. Apesar das seqüências musicais representarem o ponto-chave do filme (trata-se de um musical, afinal de contas), a narrativa também apresenta alguns momentos interessantes, graças às boas soluções encontradas pelo diretor. Vejam, por exemplo, a cena em que Rizzo (Channing) suspeita estar grávida e confidencia seu problema para uma amiga, pedindo-lhe segredo: a notícia se espalha rapidamente e, antes que a suposta gestante chegue em seu carro, o provável pai da criança se aproxima dela e dispara: `Ei, Rizzo! Fiquei sabendo que está grávida!`. O modo com que o boato acompanha a moça é hilário, conferindo um toque cômico à seqüência.

Os números musicais são, de maneira geral, muito bons. Infelizmente, algumas canções são bem melhores do que outras, o que faz com que o filme alterne momentos ótimos com outros apenas regulares - mas nunca chegando ao desastre total. Entre as músicas, destacam-se Grease, You’re the One that I Love e (a minha preferida) Summer Nights. Nesta última, Danny e Sandy descrevem, ao mesmo tempo, como foi o romance que viveram na praia. Enquanto Sandy conta uma versão romântica e apaixonada de seu flerte com Danny, este gaba-se para os amigos de ter `feito amor sob o cais durante toda a noite`. Este tom ingênuo (apesar do forte desejo sexual, os personagens deste filme são apenas adolescentes) acompanha todo o filme, tornando-o ainda mais leve e fácil de acompanhar.

As coreografias, por outro lado, deixam a desejar. Qualquer um que tenha visto Hair ou mesmo Footlose - Ritmo Louco chegará a esta conclusão. Mesmo a seqüência no ginásio da Rydell High, onde todos os alunos participam de um concurso de dança, não chega aos pés de qualquer uma das coreografias interpretadas pelo Tony Manero de John Travolta em Os Embalos de Sábado a Noite. Soma-se a isso o fato de que Olivia Newton-John é uma dançarina bem inferior a Travolta, o que compromete um pouco (mas não muito) seus números.

Apesar disso, Newton-John cria uma Sandy realmente adorável, por quem qualquer um se apaixonaria. Sua inconvincente `mudança`, no final do filme, deve-se mais a problemas de roteiro do que de interpretação. Enquanto isso, Travolta confere uma ternura interessante ao seu personagem que, de outra forma, poderia ter se tornado arrogante demais - e, conseqüentemente, antipático - para o gosto do público. Stockard Channing, como a liberada Rizzo, também consegue arrancar mais do que o seu papel lhe oferece, formando uma boa dupla com o Kenickie de Jeff Conaway.

Apesar de seus pontos fracos, Nos Tempos da Brilhantina sobrevive graças ao frescor com que conta sua história, levando-nos a lembrar de como era gostoso o tempo de colégio, quando a maior responsabilidade que tínhamos era decidir o que fazer nos sábados à noite. E com quem.
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24 de Novembro de 1998

Pablo Villaça, 18 de setembro de 1974, é um crítico cinematográfico brasileiro. É editor do site Cinema em Cena, que criou em 1997, o mais antigo site de cinema no Brasil. Trabalha analisando filmes desde 1994 e colaborou em periódicos nacionais como MovieStar, Sci-Fi News, Sci-Fi Cinema, Replicante e SET. Também é professor de Linguagem e Crítica Cinematográficas.

 

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