Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
28/11/1997 | 03/10/1997 | 3 / 5 | / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
115 minuto(s) |
Dirigido por Gary Fleder. Com: Morgan Freeman, Ashley Judd, Cary Elwes, Tony Goldwyn, Bill Nunn e Brian Cox.
Pegue O Silêncio dos Inocentes, misture com uma pitada de Seven e acrescente alguns clichês. Pronto: você tem Beijos Que Matam, o novo filme sobre serial killers lançado na grande onda pós-Seven (um outro exemplar foi CopyCat).
Vamos à história (não se preocupe: não vou revelar nada que estrague as `surpresas` que este filme traz). Morgan Freeman é o Dr. Alex Cross, um detetive-psicólogo cujo trabalho envolve conversar com pessoas instáveis, à beira de cometer suicídio, ou em situações afins. Até que, certo dia, sua sobrinha Naomi desaparece da universidade em que estudava, e o Dr. Cross resolve viajar até a cidade universitária em que sua sobrinha morava. Lá chegando, descobre que várias garotas já haviam desaparecido da mesma maneira, e que apenas três corpos haviam sido encontrados. Logo ele conclui que as demais garotas devem estar sendo mantidas presas pelo assassino (o componente O Silêncio dos Inocentes).
Com a ajuda dos detetives locais (Elwes e Nunn), o Dr. Cross começa a investigar o caso. É quando uma nova mulher é raptada: a médica Kate McTiernan. Mas, por uma sorte do destino, ela consegue escapar do cativeiro e se torna a única vítima capaz de identificar o assassino. É quando o observador detetive (em certa cena, logo no início, ele faz algumas deduções baseadas nas roupas de uma mulher que são dignas de Sherlock Holmes) passa a desconfiar de que, talvez, haja mais de um assassino envolvido.
Tudo isso acontece na primeira hora de filme, e não traz grandes surpresas: o roteiro não faz suspense quanto a estes pontos. A partir daí, começa um jogo de gato-e-rato para ver quem é mais esperto entre o(s) assassino(s) e o inteligente detetive. Neste jogo não faltam os clichês do gênero: em certa altura, por exemplo, o detetive recebe um bilhete `esclarecedor` do assassino (por que eles sempre fazem isso?). O mais curioso é que, ao invés de mandar pelo correio, o assassino se arrisca a ir até o hotel do detetive e empurrar o bilhete por baixo da porta. Bem estúpido, não?
O grande problema deste filme é o fato de ter sido feito agora, logo depois que bons filmes como Seven e Copycat deixaram impressões marcantes em nossas mentes. Em comparação a seus antecessores, esta história deixa muito a desejar. Em primeiro lugar, não há o fator `tensão`. Em nenhum momento o espectador fica grudado à cadeira, em pânico pelo que pode acontecer dali a alguns minutos. A sensação de urgência também não existe. O roteiro não consegue passar a noção de que o tempo é curto para as garotas sequestradas, como acontece em O Silêncio dos Inocentes. Parece que os detetives têm todo o tempo do mundo.
Morgan Freeman está correto, mas é só. O que é uma pena, dado o grande potencial que este ator - um dos melhores da atualidade - possui. Ashley Judd também cumpre bem seu papel, sendo a maior revelação do filme. Outro que se destaca é Cary Elwes, que chamou a atenção, pela primeira vez, em A Princesa Prometida. Depois de alguns papéis menores (como em Twister e O Mentiroso), ele parece estar voltando a se destacar, o que é muito bom.
A direção de Fleder (do bom Coisas para se Fazer em Denver...) não compromete o filme, mas também não acrescenta. Sua mania de cortar a mesma cena repetidas vezes para indicar passagem de tempo chega a ser irritante, em alguns momentos. Já a fotografia do filme é um pouco melhor, e a floresta (palco constante da história) é opressiva, assustadora.
Beijos Que Matam é um filme que deve ser assistido, pois vale o preço do ingresso. Se não impressiona, também não decepciona. É uma boa diversão, mas não passa disso.
29 de Novembro de 1997