Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
12/11/1999 | 27/08/1999 | 3 / 5 | 2 / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
102 minuto(s) |
Dirigido por John McTiernan. Com: Antonio Banderas, Omar Sharif, Vladimir Kulich, Dennis Storhoi, Diane Verona, Mischa Hausserman, Sven Wollter e Maria Bonnevie.
O 13o Guerreiro é um filme de ação com aspirações a épico. Protagonizado por um Antonio Banderas mais discreto do que de costume, o filme traz cenas de batalha realmente intensas, mas que não conseguem elevá-lo a algo mais do que uma aventura de época.
Quando o filme tem início, vemos uma embarcação viking lutando contra perigosas ondas em um mar violento - tudo visivelmente criado em computador, o que já compromete o espetáculo (indubitavelmente, os melhores efeitos visuais são aqueles que passam desapercebidos). Ouvimos, então, a narração - completamente dispensável - feita pelo personagem de Banderas, o árabe Ahmad Ibn Fadlan, e a narrativa mergulha em um flashback que se propõe a explicar como ele foi parar ali.
Cerca de vinte minutos depois a história volta ao ponto-de-partida, levando-nos a perguntar porque ela não começou logo do verdadeiro início, ao invés de nos levar a um flashback que poderia perfeitamente ter sido descartado. Infelizmente, este é um dos grandes pecados de O 13º Guerreiro: o filme usa e abusa de recursos narrativos que deveriam ser utilizados exclusivamente nos casos em que tivessem algo a acrescentar à trama (o que não acontece aqui).
Mas continuemos: depois de ser enviado como embaixador para a região habitada pelos bárbaros nórdicos, Ahmad acaba se envolvendo em uma expedição que exige a presença de treze guerreiros - sendo que um destes deve ser estrangeiro, para grande infortúnio do pobre árabe, que não possui nenhuma qualificação para a tarefa (ele era poeta em seu país de origem). O objetivo da expedição: destruir um terrível inimigo que vem dizimando os habitantes de um reino vizinho.
A princípio ignorado pelos demais guerreiros, Ahmad vai aprendendo aos poucos o dialeto nórdico - e o espectador também, em um interessante recurso adotado pelo diretor John McTiernan. À medida em que a jornada vai se desenvolvendo, descobrimos um pouco mais sobre aqueles `bárbaros`, em especial Herger (Storhoi) e, é claro, Buliwyf (Kulich), o líder do grupo.
E é aí que, finalmente, o filme (e o roteiro escrito por William Wisher e Warren Lewis a partir do livro Devoradores de Mortos, de Michael Crichton) comete seu grande erro: nos deixa perceber que toda a trama gira em torno do personagem errado. O herói, a personalidade mais interessante, é Buliwyf, sem dúvida. São dele os atos mais impressionantes e as decisões mais importantes. É ele quem protagoniza os maiores sacrifícios e é sua determinação que move os demais personagens.
Ao final, descobrimos que Banderas nada mais é do que um espectador. Pior: constatamos que se o filme chamasse Os 12 Guerreiros nada teria sido perdido. Na verdade, essa descoberta sobre o verdadeiro protagonista poderia até ter resultado em uma reviravolta interessante - caso não pecasse pela falta de objetividade.
Já as batalhas são realmente coreografadas (e fotografadas) de maneira belíssima, mas acabam cansando. O fato é que O 13º Guerreiro poderia perfeitamente ter uns quinze minutos a menos. A sensação que fica, ao final da projeção, é a de que vimos um filme vazio - e sobre a pessoa errada. E o que é pior: no qual nada acontece.
8 de Novembro de 1999