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Críticas por Pablo Villaça

Datas de Estreia: Nota:
Brasil Exterior Crítico Usuários
28/11/2003 03/08/2003 3 / 5 3 / 5
Distribuidora
Duração do filme
117 minuto(s)

S.W.A.T. - Comando Especial
S.W.A.T.

Dirigido por Clark Johnson. Com: Colin Farrell, Samuel L. Jackson, Michelle Rodriguez, LL Cool J, Josh Charles, Jeremy Renner, Brian Van Holt, Olivier Martinez, Reg E. Cathey, Larry Poindexter.

O slogan utilizado na divulgação de S.W.A.T. – Comando Especial (`Até mesmo os policiais chamam a polícia`) é genial, já que sugere de forma inteligente o grau de especialização da equipe de Armas e Táticas Especiais (Special Weapons and Tactics) existente na corporação. Infelizmente, a produção não faz justiça à sua campanha de marketing, já que se revela um filme interessante, mas não muito eficiente.

Inspirado na série de tevê exibida na década de 70 (e que contou com apenas 35 episódios), este longa-metragem começa de forma promissora, mergulhando o espectador em um tiroteio intenso e com forte grau de realismo. Quando as coisas não saem exatamente como o previsto, dois oficiais da S.W.A.T. são punidos por seus erros: Gamble (Renner) é demitido e Jim Street (Farrell) é transferido para o almoxarifado do departamento. Porém, seis meses depois, quando o experiente Sargento Hondo (Jackson) volta à S.W.A.T. com o objetivo de treinar uma nova equipe, Street recebe uma nova chance de provar sua competência – sem saber, é claro, que está prestes a enfrentar um perigoso bandido internacional que promete 100 milhões de dólares para quem conseguir libertá-lo da prisão.

Escrito de forma burocrática por David McKenna e David Ayer, o roteiro funciona como mera desculpa para ligar uma cena de ação a outra e, para preencher o tempo, não se envergonha de utilizar alguns dos piores clichês do gênero: o herói, por exemplo, é abandonado pela namorada (que usa a velha desculpa do `Você mudou`; o capitão da equipe é um idiota que insiste em ofender todos os subordinados ao mesmo tempo em que toma uma série de decisões estúpidas; e, no confronto com o vilão, o mocinho atira sua arma longe para que os dois possam resolver a situação `no braço`. Além disso, em certo momento o filme sugere um envolvimento entre Jim e Chris (Rodriguez), mas jamais retoma o assunto, como se simplesmente se esquecesse daquilo. O resultado é que o filme se torna mais longo do que deveria, já que certamente poderia perder uns 20 minutos de sua duração final (117 minutos).

Enquanto isso, o diretor estreante Clark Johnson falha ao não conferir ritmo à história, chegando a errar até mesmo na batida montagem que ilustra o treinamento dos heróis (por outro lado, o exame final do curso é bem interessante). E, apesar de bem realizadas, as seqüências de ação não são muitas, o que é surpreendente, se considerarmos a proposta do projeto. Além disso, o conceito de trazer os mocinhos enfrentando bandidos de todo o mundo, que atacam simultaneamente, me fez lembrar de As Novas Transas da Pantera Cor-de-Rosa, no qual o Inspetor Closeau era alvo de inúmeros assassinos e acabava se safando justamente em função do fogo cruzado entre os criminosos (e, como S.W.A.T. leva isso a sério, não posso dizer que aprovei a idéia).

Embalado pelo ótimo tema musical da série (que, infelizmente, não é utilizado tanto quanto deveria), o filme conta com performances corretas de todo o elenco: Colin Farrell já demonstrou possuir presença cênica; Samuel L. Jackson exala autoridade como poucos atores de Hollywood; e LL Cool J tem carisma. Mas o destaque fica mesmo por conta de Michelle Rodriguez, que, mesmo repetindo o tipo durão que utiliza em todos os seus filmes (começando por Mulheres na Lona), consegue ser sensual sem deixar de ser ameaçadora.

Correto, mas não brilhante, S.W.A.T. é um filme que demonstra possuir grande potencial para uma continuação – isto é, desde que os produtores compreendam que o mais interessante de se realizar um longa com a equipe da S.W.A.T. é ilustrar suas táticas específicas durante situações consideradas complicadas pela polícia `comum` (não é à toa que a divisão foi batizada como Armas e Táticas Especiais). Desta vez, os heróis não precisaram utilizar muito o cérebro, limitando-se a participar de perseguições e tiroteios, mas, em uma próxima ocasião, torço para vê-los raciocinando antes de agir.

Observação: Não pude deixar de notar, durante os créditos finais, que um certo Robert L. Stevenson foi o responsável pelo cabelo de Samuel L. Jackson durante as filmagens. Taí um sujeito que ganhou um dinheiro fácil, já que Jackson aparece careca na produção...
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28 de Novembro de 2003

Pablo Villaça, 18 de setembro de 1974, é um crítico cinematográfico brasileiro. É editor do site Cinema em Cena, que criou em 1997, o mais antigo site de cinema no Brasil. Trabalha analisando filmes desde 1994 e colaborou em periódicos nacionais como MovieStar, Sci-Fi News, Sci-Fi Cinema, Replicante e SET. Também é professor de Linguagem e Crítica Cinematográficas.

 

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