Datas de Estreia: | Nota: | ||
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Brasil | Exterior | Crítico | Usuários |
20/06/1996 | 10/05/1996 | 1 / 5 | 3 / 5 |
Distribuidora | |||
Duração do filme | |||
113 minuto(s) |
Dirigido por Jan de Bont. Com: Helen Hunt, Bill Paxton, Cary Elwes, Jami Gertz. Roteiro de Michael Crichton e Anne-Marie Martin.
Cheguei à conclusão, depois de assistir a este filme, que paguei o ingresso para ver uma vaca voando e o trailer de Missão: Impossível. O resto das mais de duas horas que passei no cinema são perfeitamente dispensáveis. Michael Crichton, que já escreveu roteiros do nível de Jurassic Park, Sol Nascente e Assédio Sexual, se perdeu depois do péssimo Congo. Outro filme excelente deste escritor (dirigido por ele, inclusive), é O Primeiro Assalto de Trem, com Sean Connery. Em Twister, porém, ele se perde em uma infinidade de clichês capazes de se fazerem notar até pelo mais desatento espectador. Senão vejamos:
A heroína (Helen Hunt) tem um trauma em seu passado: viu o pai ser levado por um tornado do tipo F-5 (o pior deles). Isso acontece na primeira cena do filme. Depois disso, ela passa a vida inteira pesquisando todo o tipo de tufões, pondo em risco a própria vida. Isso leva o herói (Bill Paxton) a dizer uma das frases mais batidas da história do cinema: `Jo, você vive no passado! Se matar não trará seu pai de volta!`. Convém dizer que no `clímax` do filme (se é que este filme tem um), este trauma desaparece, e ela enfrenta o tufão sem sequer se recordar do velho pai voador.
O vilão (Cary Elwes) só aparece no início do filme, como que para dizer: `Oi, eu sou o vilão. Vejam como sou inescrupuloso!`, e depois só volta no final, para ser devidamente castigado. (Leia-se: levado por um tornado).
Há um triângulo amoroso simplesmente ridículo no filme: o herói Bill era casado com a heroína Jo, e ambos viviam a perseguir tufões. Um dia, porém, ele se cansa disso (não se explica o porquê, e, sinceramente, não creio que eu queira saber) e resolve se divorciar. É então que decide se casar com a terapeuta Mellisa (Jami Gertz). Um dia, Bill e Melissa vão ao local onde Jo está fazendo suas pesquisas a fim de fazerem com que a moça assine o papel do divórcio. Só que um tornado surge e eles saem a toda atrás do bichão. Depois de mais ou menos uma hora de filme (ou um pouco mais), a tal terapeuta simplesmente diz: `Bill, não daria certo. Nós sabemos disso.` e vai embora!!! Assim, sem mais nem menos! E não se ouve mais falar dela. É simplesmente ridículo.
Mas não para por aí. Em certo momento a casa de uma certa tia Meg é totalmente destruída por um tornado e ela é retirada de dentro da casa em ruínas no melhor dos bons humores. Nem um `Minha casa! Minha casa foi destruída!` é ouvido. E ela ainda aconselha sua sobrinha a ir atrás dos tornados, ou seja: simplesmente ignora a experiência pela qual acabou de passar e não fica nem um pouquinho receosa pela saúde da pobre sobrinha. Sei que eu não deveria esperar lógica de um filme como esses, mas um pouco de bom-senso vem sempre a calhar.
E, é claro, chega um ponto em que a heroína tem que enfrentar um tufão como o que levou seu pai pelos ares, um temível F-5. Pois bem: ela e o mocinho correm na frente do tufão, ao seu lado, atrás dele, e até (acreditem ou não!) no meio dele, mas nada acontece. Já o pobre vilão, coitado, só de passar um pouco próximo em sua caminhonete (preta, é claro) é tragado e levado para o desconhecido.
Resumindo (tarde demais!): o filme é uma sucessão de clichês, com atores pouco convincentes (Paxton é péssimo!) e uma direção que não consegue empolgar (lembro-me que em Jurassic Park fiquei grudado na cadeira do cinema). Só vale mesmo pelos efeitos especiais.
Uma pergunta: de que material é feito aquele cinto com que os heróis se amarram em um cano para não serem levados pelo tufão? Cintinho resistente, aquele...
28 de Dezembro de 1996